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Capítulo 6 - Gatos de Rua

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Embora os Stewarts sejam vistos como uma família agradável, eles não costumam se envolver proativamente na alta sociedade e raramente convidam alguém para sua mansão. Apenas dois dias após o chá, a família voltou à vida normal. A mãe deles aparentemente ficou satisfeita com o desempenho deles no chá, então os três irmãos agora cuidam diligentemente dos bichos-da-seda na Casa da Emma.

| Emma | [Hrm... Talvez eu devesse mudar a dieta dos bichos-da-seda de novo...] Emma murmurou para si mesma enquanto observava as enormes larvas que logo entrarão em seu estágio de casulo.
Enquanto isso, George colocava cada larva em sua caixa individual. [O que você está pensando desta vez, Emma?]
| Emma | [Bem, estou pensando, não seria ótimo se pudéssemos mudar a cor dos casulos deles através da comida?]

Definitivamente há espaço para melhorias no processo de tingimento dos fios de seda Pallas. A água em Pallas não é adequada para tingimentos, então eles têm que usar água de outras regiões. O processo de tingimento consome muita água, então os custos tanto da água quanto do frete estão começando a aumentar.

| Emma | [Heh. É bem típico de você ter uma ideia dessas em vez de melhorar os próprios corantes, Emma], George riu baixinho. Embora seja mais fácil se comunicar com ela agora que ela havia recuperado as memórias de sua vida passada, seu amor por insetos e sua engenhosidade flexível ainda estão tão presentes quanto sempre.
| William | [Mais importante, ouvi dizer que você tem mantido contato com a Lady Marina, George], William olhou feio para o irmão enquanto pesava as larvas.
| George | [Não é bem o que você pensa. Eu só estou respondendo ao que ela me manda, e não é só ela], George refutou. [Mamãe me disse que eu tenho que responder a todo mundo que me manda mensagens]
| Emma | [Você continua tão popular — com as crianças — como sempre, George. E William... você é um pirralho, nem morrer vai te curar dessa sua obsessão nojenta por garotinhas]
| William | [Por que você está me provocando, mana?!], ele estava choramingando, mas também não podia negar.
| Emma | [Bem, você gostou da Lady Marina, não é?]
| William | [Com certeza. Ela é a loli mais fofa que eu já vi...]

A expressão de desprezo no rosto da Emma é palpável.

| William | [B-Bem, quero dizer! Você nunca vê cabelo e olhos rosa assim, você sabe? E aqueles cachos perfeitos!]

Espere um segundo... Cachos?

| William | [Se a gente reencarnou em um jogo otome... então aposto que essa garota vai ser uma vilã no futuro!], William declarou. Afinal, nas histórias de isekai que ele tinha lido antes, cachos são o penteado das vilãs! Mas...
| George || Emma | [[Sim, não... Ela é uma garota legal. Acho que isso não vai acontecer]], George e Emma tinham a mesma opinião.
| George | [De qualquer forma... todos nós reencarnamos aqui e nenhum de nós parece ter qualquer tipo de insight que nos ajude, então talvez devêssemos parar de tentar descobrir], disse George.

A família Tanaka não tem habilidades de trapaça durante esta vida. Até o momento, o único ponto positivo tangível da reencarnação é que a Emma agora consegue conversar com pessoas de fora da família.

| Emma | [Bem, não temos como saber o que o futuro reserva, então podemos concentrar nossa energia nas coisas que podemos fazer, né?], e com isso, Emma voltou a ponderar a composição da comida que funcionaria melhor.

Emma tem a sorte de seu hobby ser o mesmo que seu trabalho. Ela sabe exatamente o que ama e tem os recursos e o talento para fazer o quanto quiser, então está vivendo uma vida de luxo. E mesmo que sua família não tenha nenhuma vantagem neste mundo, eles conseguem viver em paz e estão contentes com isso.

| Emma | [Oh, a propósito... você encontrou algum gato desde que chegou aqui, George?]
| George | [Gatos, huh...?]

A família Tanaka adora gatos, mas este mundo em que reencarnaram tem pouca fauna, e a maioria das espécies existentes está quase extinta. Em vez disso, este mundo está cheio de monstros, o que essencialmente eliminou a maioria dos animais existentes. Os animais que veem com mais frequência são cães de caça e animais de carga, como cavalos. Vacas, porcos e galinhas são usados principalmente como alimento, mas os territórios na fronteira tendem a evitar criá-los por medo de que seu cheiro possa atrair monstros. Os amados insetos da Emma haviam evoluído para se proteger desses sustos, então eles estão contentes em viver mesmo além da barreira.

| George | [Existem gatos por aí, mas... eles são muito caros...]

Embora os gatos sejam usados como caçadores de ratos, houve uma praga entre eles há cerca de um século que dizimou grande parte de sua população. Mesmo agora, restam muito poucos. Animais de estimação são um luxo neste mundo, e gatos são especialmente caros devido à sua escassez, então o custo deles é exorbitante.
Mas a família Tanaka adora gatos, e será o aniversário de seu pai, Leonard, em um mês. Os três irmãos querem dar um presente a ele de qualquer jeito, mas também querem ter um gato para eles novamente. Querem passar os dias se esfregando em pelos macios e fofos mais uma vez.

◆ ◆ ◆


| George | [Cara... O tamanho deste lugar nunca deixa de me surpreender]

Os três irmãos decidiram visitar o Joshua para tentar obter um gato. Sua família é composta pelos comerciantes mais ricos não apenas da região de Pallas, mas de todo o reino, e sua mansão é comparável à da família Stewart.
A sala de estar onde esperam faz parte da mansão pessoal do Joshua, e o chá que ele lhes serviu tem o selo de uma empresa que também serve à família real.

| Joshua | [Obrigado pela paciência, Lady Emma!], Joshua entrou na sala muito animado, sentando-se ao lado da Emma.
| Emma | [Este chá está tããão saboroso, Joshua!]
| Joshua | [Ah, que bom ouvir isso! Vou preparar um pouco para você levar para casa, então!]

Emma sorriu radiante e tomou um gole de sua terceira xícara. Joshua sorriu de volta e pediu à sua empregada que preparasse um chá para ela levar.

| Emma | [Então, Joshua, queríamos passar aqui hoje para te pedir um favor], disse Emma, indo direto ao ponto.
| Joshua | [Pode deixar comigo!], Joshua deu um sorriso encantador e respondeu sem hesitar.
| Emma | [Ainda nem te contamos o que é, né?]
| Joshua | [Eu não poderia recusar nenhum favor que você me pedisse, Lady Emma!], afinal, um pedido pessoal da Emma é um prêmio que o Joshua jamais abrirá mão. Depois de ver o quão popular ela foi no chá da tarde, ele percebeu que não pode mais ficar na brincadeira de cortejá-la ou economizar.

Mesmo assim, Joshua não acreditou no que ouviu quando ela pediu um gato.

| Joshua | [Espera aí, você gosta de gatos, Lady Emma? Vou comprar um gato para você! Aliás, quantos gatos você quer?]
| George | [Você sabe que nós também estamos aqui, né, Joshua? E estamos tentando pedir que você nos apresente a um comerciante especializado em gatos], George parece exausto com a reviravolta dos acontecimentos. Eles não podem pedir ao Joshua que compre um presente de aniversário para o pai.
| Joshua | [Ainda assim... mesmo um gato seria extravagante o suficiente para fazer a família que possui a inveja de todo o reino, você sabe?]

Os irmãos gemeram. Embora o Joshua possa pagar por um, sendo filho do comerciante mais rico do reino, seria impossível para os três irmãos, já que não recebem mesada. Em vez disso, eles têm um sistema em que podem pedir ao pai qualquer coisa que quiserem e ele provavelmente conseguirá para eles. Na verdade, ele receberia de bom grado, mas não se sente bem em comprar seu próprio presente.

| Joshua | [Sem mencionar que não há lugares que lidam com gatos na região de Pallas, então você terá que se dar ao trabalho de contatar alguém e se preocupar com o transporte também]

A realidade pode ser tão cruel. Em uma região remota como a deles, não há ninguém por perto que sequer pense em ter um animal de estimação, muito menos um gato. Ter animais de estimação é um luxo e, dadas as preocupações com comida, monstros e dinheiro, é difícil para qualquer um, exceto a aristocracia no centro da barreira, ter um.

| Emma | [Antigamente, poderíamos simplesmente ter pegado um vira-lata...], Emma não conseguia deixar de sentir falta do velho mundo agora. Principalmente porque sua antiga casa ficava no interior, então havia todo tipo de vira-lata que eles acabaram acolhendo.

Embora seus lares em ambas as vidas sejam rurais, neste novo mundo, gatinhos não são mais uma certeza. E não ter gatos é um problema sério para a família Stewart. Um mundo sem gatos é como um chá de boba sem boba ou chá. Simplesmente nada.

| Joshua | [Gatos vira-latas, huh... Ah! Sabe, eu ouvi um boato circulando ultimamente!] Joshua lembrou. [Aparentemente, houve alguns avistamentos de gatos na região de Skyte. Eles não parecem ser fugitivos, não têm donos e alguns dizem que estão em bando caçando monstros!]
| Emma | [Nossa, sério? Mas eu pensei que gatos fossem caros. Você não acha que as pessoas tentariam pegá-los?], perguntou Emma. Você poderia facilmente comprar uma casa pelo preço de um gato, então seria absurdo não querer tentar. Você provavelmente ganharia mais dinheiro do que se encontrasse ouro ou ganhasse na loteria.
| Joshua | [Muitas pessoas pensaram que poderia ser a maneira perfeita de enriquecer rápido, mas nenhuma delas conseguiu. Veja bem, esses gatos também são especialmente enormes e espertos, então ninguém conseguiu pegá-los]

Faz sentido. Se esses gatos são capazes de caçar monstros, é improvável que um humano possa pegá-los. Mas a Emma está focada em algo muito mais importante.

| Emma | [Um gato... gigante?], seus olhos brilhavam de excitação. Gatos enormes... Só de pensar nisso, ela está deslumbrada. Ela quer acariciá-los desesperadamente.
Mas o William sabe o que ela está pensando e teve que lhe dar um choque de realidade. [A região de Skyte é bem longe daqui, mana], mesmo que os gatos estejam se movimentando tentando encontrar monstros, Skyte e Pallas são longe demais para sequer considerarem isso.

Sem outro recurso, os irmãos decidiram pedir ao Joshua que providenciasse um catálogo de gatos disponíveis para eles e voltaram para casa. Enquanto a carruagem balançava, eles discutiram maneiras de arrecadar dinheiro, mas nenhum deles conseguiu pensar em nada substancial.