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Capítulo 5 - Eu Odeio Isso, mas que Escolha eu Tenho?

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Welcy havia se instalado em um apartamento de três andares do outro lado da rua da mansão da Satils naquela manhã, na esperança de obter as informações de que precisava para abrir a história.

[Se eu pudesse descobrir onde ela escondeu seu esconderijo, eu poderia começar a montar um plano para entrar...] (Welcy)

Depois que a Welcy encontrou um dos valetes da Satils 『por acaso』 e o embebedou completamente, ele deixou escapar que havia um quarto escondido localizado dentro da mansão. No entanto, ele não sabia exatamente onde estava. Ela também não conseguiu encontrar nenhuma prova definitiva de uma conexão entre a Satils e a igreja.
Welcy apoiou os cotovelos no parapeito da janela e olhou casualmente para a cena diante dela.

*BAM*!

Ela se sobressaltou com o barulho repentino que veio de cima.
Foi seguido por uma série de baques altos. Quase parecia que alguém estava se movendo pelo telhado. Eles então pularam do telhado, caindo bem na frente de sua janela, e pousaram vários metros abaixo no pavimento duro.
Welcy se lançou para frente com entusiasmo, toda a parte superior do corpo pendurada para fora da janela enquanto ela olhava para baixo.
Ela mal podia acreditar em seus olhos - ela conhece essa garota.

[Flamm?! O que você está fazendo??] (Welcy)

As roupas da Flamm estavam encharcadas de sangue. Ela olhou de volta para a Welcy, seu olhar intenso, embora seus lábios se erguessem em um sorriso gentil quando ela reconheceu a figura parada na janela. Seus olhos, no entanto, mantiveram a mesma intensidade ardente de antes.

[Oh, Welcy. Este é um ótimo momento, na verdade. Estou prestes a invadir a câmara secreta da Satils. Você quer vir junto?] (Flamm)
[Espera, sério?! Espere, estou descendo!] (Welcy)

Como a Flamm conseguiu essa informação, Welcy não sabe dizer, mas ela não está disposta a recusar um furo como esse. Ela desceu as escadas correndo e mergulhou na rua, seguindo a Flamm enquanto ela se dirigia na direção oposta da mansão.

[Estamos falando da mesma câmara, certo? Na mansão?] (Welcy)
[Sim. Aparentemente, a entrada é em outro lugar] (Flamm)
[Huh. Então, como você descobriu? Ou você vai manter sua fonte em segredo?] (Welcy)
[Eu ouvi sobre isso de um aventureiro que a Satils contratou pouco antes de eu matá-lo], Flamm não fez nenhum esforço para esconder qualquer parte da história.
[Ele está morto?] (Welcy)
[Eles sequestraram minha parceira] (Flamm)
[Oh, wow, acho que isso explica], essa parece uma explicação boa o suficiente para a Welcy entender o comportamento estranho de Flamm.
[Aqui está] (Flamm)

Flamm parou em frente a uma casa térrea com telhado verde. Ela agarrou a maçaneta e girou, apenas para descobrir que estava trancada.

[Espera, sério? A entrada secreta é apenas em alguma casa normal? Acho que isso também o torna um bom túnel de fuga em caso de emergência] (Welcy)

Flamm pressionou o ouvido contra a porta enquanto a Welcy falava monotonamente. Ela podia ouvir algo lá dentro. Ela decidiu simplesmente bater na porta, como faria em qualquer casa normal, e momentos depois, um homem na casa dos trinta abriu a porta e olhou para fora. Ele sorriu para ela calorosamente.

[O que posso fazer por você, mocinha?] (Homem)
Flamm não fez nenhuma tentativa de esconder seu olhar assassino. [Estou procurando uma jovem com o rosto enfaixado e o homem que a sequestrou] (Flamm)
[Sequestro? Oh meu Deus, crimes como esse são raros aqui no Distrito Leste. Você quer dizer que esse criminoso está à espreita aqui em nosso bairro? Você sabe, agora que você mencionou isso, eu me lembro de ter visto algumas figuras estranhas por aqui ultimamente] (Homem)
[Você poderia me contar mais sobre eles?] (Flamm)
Havia algo de suspeito na maneira como o homem sorria, embora ele tenha concordado prontamente. [Eu odiaria mantê-la aqui parada na porta o dia todo. Por que você não entra?] (Homem)
[Obrigada] (Flamm)

Flamm entrou rapidamente.

[Espera, não!], Welcy tentou impedir a Flamm de entrar, mas não adiantou. Ela correu atrás da mulher mais jovem. No momento em que passaram pela soleira, a porta se fechou atrás delas.
Welcy olhou para trás instintivamente.

[Morra!] (Homem)

Ela ficou surpresa ao encontrar um segundo homem empunhando um machado correndo direto para ela. Ainda outro homem entrou no pequeno espaço também. Os três homens armados avançaram quase simultaneamente.

[Eyaaaaaaak!!], Welcy soltou um grito de terror e caiu no chão, jogando as mãos para cima. Para sua surpresa, o clamor parou abruptamente.

Ela lentamente abriu os olhos quando ouviu um baque molhado. Virando-se para olhar na direção do barulho, ela viu a metade superior do homem caída no chão. Ela examinou a sala em busca dos outros homens, descobrindo que eles também haviam sido cortados em dois.
Flamm deu uma sacudida em sua Devoradora de Almas para liberar o sangue antes que a espada desaparecesse em um flash de luz.
A sala agora está completamente silenciosa, exceto pelos gemidos do primeiro homem, que havia sido cortado na cintura. Ele ainda está vivo, mas por pouco. Welcy podia ver seus órgãos saindo da ferida aberta e o sangue se acumulando embaixo dele. Ela rapidamente colocou a mão sobre a boca por causa do fedor.

[Você está bem?] (Flamm)
Welcy soltou um grito de surpresa com a calma da Flamm. [V-você acabou de matar eles?] (Welcy)
Flamm ofereceu uma mão a Welcy. [Sim. Se eu não o fizesse, eles teriam feito o mesmo conosco] (Flamm)

Ela tinha razão. Mesmo assim, Welcy hesitou, pensando em como a Flamm poderia simplesmente tomar a decisão de matar. Flamm, lendo o terror em seu rosto, retirou a mão e se virou.

[Não, quero dizer... não é assim!] (Welcy)
[Eu entendo como a vida é preciosa. Mas nem todo mundo se sente assim] (Flamm)

Depois de toda a luta que a Flamm fez, ela encontrou mais do que seu quinhão de pessoas assim.

[Há muitas pessoas por aí que estão mais do que dispostas a tirar a vida de outras pessoas se isso as beneficiar. Esses homens certamente não teriam ouvido a razão], a vida da Milkit e a dela são as duas coisas mais importantes para a Flamm. Contanto que ela mantenha esses valores claros e simples, ela poderia agir sem hesitação antes que seus oponentes tivessem uma chance. [É realmente tão errado matar essas pessoas antes que elas possam me matar?] (Flamm)
Welcy entendeu que a Flamm vivia em um mundo que regularmente a forçava a escolher entre a vida e a morte - e que ela está lutando para sair daquele mundo. [Sinto muito por isso] (Welcy)
[Não sinta. Você estava certa em se sentir assim, Welcy. De qualquer forma, vamos encontrar aquele quarto] (Flamm)

Flamm parecia alegre, mas claramente forçado. Welcy gentilmente se deu um tapa na bochecha em repreensão por ter colocado a Flamm no local assim.

◇ ◇ ◇


O ar estava úmido e mofado, embora também trouxesse uma memória há muito esquecida e desconfortável nos recessos da mente da Milkit.

[Hnnng...] (Milkit)

Ela estava deitada em cima de algo macio.

[Eu estava fazendo café da manhã com a Mestra. Depois saí para regar as flores e...] (Milkit)

Ela colocou a mão no chão para se firmar e pressionou a outra na cabeça enquanto se sentava lentamente. Por mais que tentasse, não conseguia se lembrar de nada depois de regar as flores.

[Tudo ficou preto de repente. Como eu cheguei aqui?] (Milkit)

Ela lentamente virou a cabeça e olhou para o quarto. Havia uma escrivaninha no lado direito coberta de papéis. Ao lado havia um armário de vidro cheio de remédios de aparência sinistra e instrumentos de metal. A sala é feita de uma pedra cinza fosca que parece sugar todo o calor do ar.
Ela lentamente se virou para observar o lado esquerdo da sala.

[Bom dia, Milkit], uma mulher com maquiagem berrante apareceu diante dela. Ela estava sorrindo tão abertamente que suas gengivas estavam aparecendo.

Milkit ficou temporariamente surpresa com o quão perto a figura estava, embora ela reconheceu o rosto instantaneamente. Satils Francois, sua mestra anterior.

[M-mas... por quê? Como??], ela estava tão apavorada que mal conseguia falar. Milkit balançou a cabeça violentamente, resmungando para si mesma enquanto recuava. [Não... não pode ser... não...] (Milkit)

Satils riu com a visão.

[Nossa, estivemos separadas por pouco tempo, e agora aqui está você, de volta a agir como se fosse humana! Que esplêndido! Acho que você encontrou uma boa mestra?] (Satils)
[Hah... hah... não! Nããão!], Milkit começou a rastejar de quatro para o canto.



Isso trouxe outra risada encantada da Satils antes que ela se levantasse e se aproximasse da Milkit, que se retirava. Milkit agarrou a parede com as próprias mãos em uma tentativa desesperada de encontrar uma saída.

[Você não precisa ter tanto medo, você sabe. Além disso, não é como se alguém viesse salvá-la] (Satils)
[Mestra! Mestraaaaa!!] (Milkit)
[Sua mestra é tão gentil que sairia de seu caminho para resgatar uma pequena escrava nojenta como você? Devo dizer que há escravos muito melhores por aí para usar para sua própria satisfação, se for esse o caso] (Satils)
[M-m-meeessstraaaa...! Waaaaugh!] (Milkit)

Satils estendeu a mão para a nuca da Milkit e agarrou um punhado de cabelo antes de puxar o rosto da garota para perto do seu. Ela tinha um olhar enlouquecido em seus olhos.

[Infelizmente para você, você nunca mais verá sua mestra!] (Satils)
[Isso não é verdade! Isso não... Não é...!] (Milkit)
[Ah, e quando você ficou ousada o suficiente para me responder? Agora ouça aqui, é melhor você não ficar muito cheio de si] (Satils)
[Você... você não é minha mestra!] (Milkit)
Satils está praticamente histérica agora. [Escravas como você não têm o direito de escolher seu mestre!!] (Satils)

Com a mão firmemente presa no cabelo prateado da Milkit, ela bateu o rosto da garota mais nova no chão. Ela arrancou um dos cabelos da Milkit de sua cabeça e deu uma lambida, um olhar de puro êxtase em seu rosto.
Milkit começou a rastejar para outro canto da sala, embora não importasse para onde olhasse, não conseguia identificar nada que se parecesse com uma porta. Ela está cercada por quatro paredes vazias, e qualquer direção que ela seguir acabará levando a outro beco sem saída.
Sabendo que sua presa não tem meios de escapar, Satils caminhou em direção a uma estante de livros, seu vestido extravagante balançando enquanto ela caminhava. Ela puxou uma adaga da prateleira, a lâmina brilhando sob a luz que caía do candelabro acima.

[Aaaaaaaaaaaaaaah!!] (Milkit)
Satils se aproximou lentamente da garota apavorada. [Esta sala foi feita para atender às minhas especificações exclusivas. Uma sala escondida no fundo de uma sala escondida, você poderia dizer. Eu sou a única que sabe que este lugar existe. Como posso ter tanta certeza, você pode perguntar? Eu matei todos que trabalharam nisso!] (Satils)
[Messttrraaaaaaaa!!] (Milkit)

Satils riu. [Você pode gritar o quanto quiser. Ninguém vai vir te salvar, ou melhor, ninguém pode. Este lugar é minha fuga, meu paraíso particular! Os únicos que podem colocar os pés aqui sou eu e meus brinquedos! Agora dance! Mova-se como uma borboleta com as asas arrancadas! Dance eu digo, como uma criança em agonia de mil cortes!] (Satils)

Ela abriu os braços e girou em um círculo lento.
Este quarto é um de seus favoritos, feito sob medida para os brinquedos que pretendia torturar com mais requinte. Ela poderia passar horas, dias até, começando na ponta dos dedos e lentamente cortando seus corpos inteiros, curando as feridas para infligir ainda mais dor. Ao remover suas pálpebras, ela roubava de seus brinquedos até mesmo o breve alívio do sono. Assim que eles morressem, ela se livraria do corpo, limparia o quarto e passaria para o próximo. Enquanto ela limpava sua vítima anterior, ela fantasiava sobre como seria o próximo cenário.

[Sabe, eu continuei ouvindo esses rumores estranhos sobre uma garota com o rosto enfaixado, e não pude deixar de pensar que você era a única que se encaixava nessa descrição. Além do mais, havia rumores de que você foi curada do veneno que a afligia! Sua mestra fez isso por você? Que gentileza da parte dela consertar seu rosto para que eu pudesse aproveitar quebrando tudo de novo. E parece que você até redescobriu suas emoções! A última vez que estivemos juntas, você não reagia a nada, não importava o que eu fizesse. Não é realmente uma característica desejável em um brinquedo. Quero dizer, gastei tanto dinheiro com você, e fiquei tão desapontada quando não ouvi seus gritos ensurdecedores. Tenho certeza que você se sente mal com isso, não é?] (Satils)

Milkit balançou a cabeça repetidamente.

[Que atitude! Acho que alguém vai ter que colocar você de volta no seu devido lugar. Eu certamente não me importo com o trabalho. Primeiro, as bandagens precisam ser retiradas. Quero ver como ficou seu rosto delicado antes de eu quebrá-lo, para poder saborear o contraste! Agora, apresse-se e tire-as!] (Satils)

Milkit absolutamente não deixará isso acontecer. Apenas a Flamm tem a permissão para ver seu rosto. Ela se encolheu contra a parede e tentou cobrir o rosto.

[Oh, você não quer me mostrar? Ainda tentando ser fiel a sua mestra, é isso? Kyahaha! Agora que penso nisso, devo dizer que sua roupa é bem berrante. São da sua mestra também? Essas roupas extravagantes dificilmente são práticas, você sabe. Deve estar cumprindo algum tipo de fetiche para sua mestra! Você sabe que o relacionamento que vocês duas compartilham não é amor, não é? Não passa de uma perversão sexual!] (Satils)
[Você está errada! A mestra não é assim!!] (Milkit)
[Kyahahaha!! Que reviravolta divertida! Quem diria que eu estaria tão maravilhosamente entretida hoje? Eu realmente, verdadeiramente, quero... rasgar você em pedaços!!] (Satils)

Satils investiu contra a Milkit.
Sua respiração pesada parecia alfinetadas na pele pálida da Milkit, fazendo seus dentes baterem.

[Esta faca é um aperitivo. Ou talvez uma bebida antes do jantar para abrir o apetite. Tenho chicotes, alfinetes e venenos esperando sua vez. Você não está animada? Diga as palavras, apenas experimente-as. O quê, o gato comeu sua língua? Diga! Vamos, diga. Eu disse para você dizer!!] (Satils)
[Hnnnn...] (Milkit)
[Oh, olhe, a pequena faca está ficando cada vez mais perto de seu corpo. está chegando agora] (Satils)

Milkit engasgou.

[A sensação fria do metal na carne é bastante assustadora, não é? Vá em frente, tenha medo! Mostre-me seu rosto, eu estive esperando para vê-lo por tanto tempo!! Eu vou destruí-lo para sempre desta vez! Você consegue pensar em um êxtase maior?!] (Satils)

Milkit ficou tensa quando a faca começou a cortar sua roupa. Embora sua carne tenha sido poupada, a visão de ver seu colarinho cortado lhe trouxe ainda mais dor do que um corte causaria. Sua mestra comprou para ela essas roupas, e ela as valoriza - e as memórias que ela fez nelas - mais do que seu próprio corpo.
A mulher acima dela manchará essas memórias.

[A seguir, a saaaiiaaa!! Veja como eu corto suas preciosas roupas! Você está tremendo agora, não está? Seu corpo e mente estão reagindo como um só enquanto a tristeza o consome. Aaaaah, eu adorei!] (Satils)

Como prometido, Satils cortou a saia forrada com babados, expondo as coxas e a calcinha da Milkit.

[Oh, que visão vulgar! Se a sua mestra aparecer para salvá-la, tenho certeza de que será apenas para se divertir! Não que isso importe, eu vou ter te matado muito antes disso acontecer. Eu me pergunto se seu cadáver ainda a deixará quente e incomodada?] (Satils)

Satils soltou outra gargalhada.

[Waaugh... M-mestra!!] (Milkit)

Uma faca enfiada na frente do rosto da Milkit interrompeu seus gritos. Satils levantou e abaixou a faca enquanto ria, apreciando a resposta da Milkit. Mas era apenas uma questão de tempo até que ela se cansasse disso, segurasse a cabeça da Milkit com a mão esquerda e batesse o rosto contra a parede.

[Hyaungh!] (Milkit)

Satils parecia gostar do som. Ela continuou a bater a cabeça da Milkit contra a parede.

[Haugh... auauh... p-pa-paaarree!] (Milkit)

O sangue escorria pela testa da Milkit e pelo nariz antes de se acumular na clavícula.

[Sabe, quanto mais você me diz para parar, mais eu quero fazer isso, certo? Você sabe o que eles dizem quando você está na escola - você sempre quer provocar a pessoa que você mais gosta! Amor é dor. É melhor você aprender a aguentar para que eu possa me divertir!!] (Satils)

Satils começou a bater com a cabeça ainda mais forte contra a parede. Mesmo dando tudo de si, no entanto, ela não teve forças para bater na Milkit com força suficiente para nocauteá-la. Finalmente, ela deixou a Milkit cair no chão, onde a jovem gemeu distraidamente para si mesma.

[M-mestra...] (Milkit)

Ela acreditava plenamente que a Flamm viria. Ela tem que acreditar. Mas se o que a Satils disse for verdade, seu desejo não será realizado. Milkit sabe que há muitas pessoas no mundo mais fortes que a Flamm e inúmeros desafios que nem mesmo sua mestra poderia superar. Mas mesmo assim, ela escolheu ter fé.

[A... ajude...] (Milkit)
[O que é isso? Esqueceu seu lugar de escrava, não é? Você está pedindo a sua mestra para te pegar?] (Satils)

Milkit gemeu. Ela sabe que a Flamm virá e a salvará, mas também que a Flamm terá que fazer seus próprios sacrifícios no processo. Como uma escrava, ela sabe que nunca deveria pedir a sua mestra que se arriscasse dessa maneira e, no entanto, não podia evitar.

[Você é muito divertida, Milkit! É quase como se você tivesse nascido para eu te matar!], Satils se levantou e deu um chute forte na barriga da garota prostrada.
[Hngh!] (Milkit)
[Eu quase poderia...] (Satils)
[Aungh!] (Milkit)
[... matar você agora...] (Satils)
[Uyaugh!] (Milkit)
[... antes de eu terminar de me divertir!] (Satils)
[Nuuhaaaagh uunnngh...] (Milkit)

Além da dor surda latejando em sua cabeça, ela sentiu uma sensação de náusea. Ela poderia perder a consciência a qualquer momento. Uma fina linha de saliva escorria do canto de sua boca.

『Esta garota maravilhosa aqui é uma importante parceira minha...』, as palavras da Flamm de apenas um dia atrás ecoaram em sua mente, ancorando-a novamente na realidade.
Ela não é uma escrava. Ela fica lado a lado com a Flamm, como iguais. Mesmo a Milkit não entendeu muito bem o que isso dizia sobre a natureza de seu relacionamento, porque ela nunca esteve tão perto de outro humano antes.

[Continue esperando pela salvação! Você esquece quem você é, escrava. Implore para ser salva o quanto quiser. Tudo o que você vai fazer é me fazer aproveitar ainda mais!] (Satils)

Milkit choramingou. Mesmo assim, ela sabe que ela e a Flamm haviam escolhido apoiar uma a outra. Não é natural que elas procurassem a ajuda uma da outra?
Não é natural para ela ter esperanças e sonhos?

[P-por favor, salve-me, Mestra...!] (Milkit)

Não era como lançar um feitiço ou recitar uma oração. O mero ato de dizer essas palavras faria pouco para mudar sua situação, mas algo está mudando dentro da Milkit independentemente. Uma mudança que trouxe grande alegria para a Satils.

A mulher mais velha caiu na gargalhada. [Você realmente acha que alguém vai te ajudar? Que escrava inútil. Tenho certeza de que sua mestra já terminou com você! Gahaha—] (Satils)

Um estrondo interrompeu sua risada. A sala inteira tremeu e, um momento depois, uma nuvem de poeira e detritos encheu a sala quando um buraco se abriu na parede.

[Haha... ha...] (Satils)

Uma pequena figura atravessou a entrada recém-criada.

[... ha?] (Satils)

Satils olhou fixamente para o buraco na parede. Quando a poeira baixou, a identidade da figura sombria tornou-se aparente.

[Você é aquela Fla... bwaugh!] (Satils)

O soco da Flamm acertou a Satils bem no rosto, fazendo-a voar de volta para a parede oposta.

[Waaaaaaah!], Milkit soluçou abertamente, tão feliz que não conseguia formar palavras. [Você... você veio! Eu... eu pensei... hic... eu pensei que nunca mais a veria, Mestra!!] (Milkit)
[Milkit!! Sinto muito por ter deixado você se machucar tanto... Se ao menos eu tivesse prestado mais atenção em você, isso nunca teria acontecido!] (Flamm)

Milkit agarrou-se firmemente a Flamm. O mero calor de seu corpo aliviou as preocupações da Milkit e tirou toda a dor em um instante.

[Não, por favor, não diga isso! Você veio para me salvar, Mestra! Você não tem nada para se desculpar], ela pressionou o rosto encharcado de lágrimas com força no ombro da Flamm, ensopando rapidamente sua camisa.

Os olhos da Flamm também começaram a se encher de lágrimas. Não de tristeza, mas de alívio por ver a Milkit sã e salva.

Welcy entrou casualmente na sala e parou para inspecionar a mesa. [Hmm, correspondência com a igreja, ordens— ooohh, recibos. Isso é um selo intacto da igreja em alguns deles? Sim, não há como negar estes] (Welcy)

As notas que documentam as negociações secretas da Satils com a igreja provavam ser incrivelmente úteis para sua pesquisa.

[Ei, Flamm, o que deveria...] (Welcy)

Welcy voltou para perguntar o que deveriam fazer com os documentos e congelou. Ela imaginou que elas voltariam assim que encontrassem a Milkit, mas o olhar no rosto da Flamm contava outra história. Ele tem o mesmo olhar frio e brutal que a Welcy tinha visto antes.
Ela está segurando a Devoradora de Almas em uma das mãos e olhando ameaçadoramente para a trêmula Satils.

[Por que? C-como foi... mas você...], Satils balbuciou. Não havia como elas conseguirem encontrar o caminho até aqui através do labirinto, mesmo com a Flamm e a Welcy juntando suas cabeças.
Exceto...

[Eu fiz uma linha reta], disse Flamm.

Não há necessidade de encontrar uma porta se ela simplesmente destruir tudo em seu caminho com seu prana e magia de reversão.

[Mas e quanto a... aqueles dois aventureiros Classe-A... e os Classe-B?] (Satils)
[Eles estão mortos] (Flamm)

Os olhos da Satils se arregalaram. Não havia mais ninguém para protegê-la.

[E você vai se juntar a eles] (Flamm)
[A-agora espere só um momento. Você não vai se safar disso, você sabe...] (Satils)

O rosto da Satils caiu quando suas próprias palavras voltaram para assombrá-la: ninguém sabe onde é este quarto, exceto ela. Mesmo com as paredes derrubadas e um caminho livre para a sala, a entrada ainda está bem escondida. Ela tinha feito tão bem em manter este quarto em segredo que, mesmo que a Flamm a mate, seu corpo nunca será encontrado.

[D-dinheiro, você quer dinheiro? Eu pago o que você pedir. Qualquer coisa que você quiser, é seu contanto que você me deixe viver!] (Satils)
[Hm, tudo bem então. Acho que vou deixar você pagar pelos ferimentos que causou a Milkit. Quanto vai ser?] (Flamm)
[Cerca de... cinco mil peças de ouro ou mais. Ou talvez dez... ngauh!!] (Satils)

Flamm agarrou a Satils pelo colarinho e puxou-a até que seus rostos estivessem praticamente se tocando.

[Você acha que o dinheiro pode nos deixar quites? Coloque isso em sua cabeça dura: sua vida não vale o que você fez com ela] (Flamm)
Satils tremeu. [Eu... Não... Por favor, eu não quero morrer...] (Satils)

Flamm pressionou a palma da mão contra a orelha da Satils e lançou 『Reversão』, fazendo com que sua carne se rompesse antes de deixá-la cair no chão. O grito penetrante da Satils ecoou na pequena sala. Ela jogou a mão para o lado da cabeça enquanto o sangue jorrou, ofegante de medo.

[Você conseguiu o que precisa, Welcy?] (Flamm)
[Eu, uh... sim, praticamente] (Flamm)
[Bom. Você pode levar a Milkit com você?] (Flamm)
Milkit parecia preocupada. [Você não vem conosco, Mestra?] (Milkit)
Flamm ofereceu um sorriso gentil. [Eu não quero que você veja o que está prestes a acontecer aqui. Você pode me odiar] (Flamm)
[Eu nunca te odiaria, Mestra! Não importa o que aconteça!] (Milkit)
Flamm riu e timidamente colocou um dedo em sua própria bochecha. [Estou muito feliz em ouvir isso] (Flamm)

Ela parou por um momento.

[De qualquer forma, isso vai ser bem horrível, então eu realmente acho melhor que você não veja. Então você pode me fazer um favor e ir com a Welcy?] (Flamm)
[Eu... eu entendo], depois do que ela acabou de suportar, Milkit não quer ficar longe da Flamm nem por um segundo. Mas se a Flamm está prestes a matar essa mulher cruel e abusiva, provavelmente é melhor que ela não veja.
Flamm manteve seu sorriso até que a Welcy e a Milkit estivessem fora de vista. Então sua expressão mudou imediatamente, como se um interruptor tivesse sido acionado,
Ela pegou a faca descartada do chão e olhou para a mulher acovardada. Flamm se perguntou distraidamente o que esta mulher, que há poucos momentos atrás havia cacarejado com o sofrimento da Milkit, chamando os escravos de seus brinquedos, pensa sobre a mudança em suas posições.

[Você está pronta? Acho que não importa, porque vou fazer mesmo assim] (Flamm)
[E-espere um minuto! Não precisa... Meu dinheiro, é seu!! Só não...!] (Satils)
[Eu não me importo com dinheiro. Sabe, eu nem quero fazer isso. Mas eu simplesmente não posso deixar você viver depois do que você fez] (Flamm)

Não por seus pecados passados, nem pelos novos. Flamm está cheio de raiva sobre como essa velha bruxa poderia fazer coisas tão terríveis para alguém tão fraca e indefesa quanto a Milkit.
Esta mulher sofrerá o maior castigo que a Flamm poderia conceber.

[Por favor... alguém... ajuuuddeeee! Gyaaaaugh!! Meu braaaaaçççoooooo! Minha... cara, está... gyaugh?! Hyyaaaaah... haaah... ngayaaaauh! Meu nariz, está... nnngaaaaaaaah!!] (Satils)

Satils sofrerá uma dor e medo maiores do que ela submeteu A Milkit.

[Não, por favor... eu não quero morrer... eaaauuuugh!! Pare... não... por favor... gaaaaaaaugh!] (Satils)

Flamm não lhe ofereceria trégua.

[Eu... aaaaugh... nnngggggfff...... hyauuugh... não... faaaaaugh... me... ma...ttttteeeeee...!] (Satils)

Músculos se contorceram e se contorceram sobre si mesmos, sangue espirrou por toda parte e ossos estalaram quando a Satils se dobrou sobre si mesma com um grito final e bestial. Seus gritos eram tão altos que a Milkit e a Welcy podiam ouvi-los de onde esperavam do lado de fora da sala.

[Você é... Milkit, certo? Flamm é sempre assim?], perguntou Welcy, trêmula.
[Não, ela é uma mestra incrivelmente atenciosa. Ela só está agindo assim porque se importa muito comigo. Mais do que qualquer outra pessoa], Milkit corou enquanto falava.
[Eu entendo. Você deve ser algo realmente especial para ela então] (Welcy)

Logo depois, os sons na sala finalmente cessaram. Com sua execução concluída, Flamm saiu correndo da sala e caiu nos braços da Milkit. A garota menor sorriu e pressionou sua bochecha contra sua mestra.
Welcy soltou um suspiro enquanto observava as duas garotas se abraçando fortemente.

[Acho que estou começando a entender o que meu irmão quis dizer quando disse que você era confiável... Talvez...] (Welcy)