- Capítulo 2 (Parte 1)

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Capítulo 2 (Parte 1)




Nossa casa fica a 15 minutos de caminhada da estação. Um apartamento pequeno com três quartos, no sexto andar de um condomínio com nove, bem no meio de uma área residencial com ótima segurança.
Algo mais sobre ela? Hmm... tem um corredor longo... e a banheira é bem grande...? Não é nada impressionante para apresentar às pessoas. É uma casa normal.
Como nós duas vamos morar juntas, eu apresento a casa para Aya. O quarto da minha mãe, o quarto do meu pai (agora uma despensa), o toalete, o trocador, o banheiro, a sala de estar, e a sala de jantar.
Quando eu voltei para a sala de estar e liguei o aquecedor, eu ainda me sentia incrédula. Daquela posição, apenas olhando para trás, eu podia ver a Aya.
Eu sinto meu peito apertar e meus braços e pernas inquietos.
Talvez seja porque Aya está aqui, mas eu sinto como se metade da casa não fosse mais minha.

“E-então, vamos jantar?”
“Vamos.”

Já eram umas oito da noite quando nós chegamos em casa do hospital. Eu vasculho um saco plástico com coisas que comprei na loja de conveniência perto de casa e pego um sanduíche.
Também tinha um pote de matcha latte que comprei por acidente, ah... que vergonha. O que estava pensando, Sakakibara Marika?!
Esse é o tipo de bebida que as pessoas costumam comprar quando estão num encontro! Normalmente em casa, eu costumo tomar iogurte ou algo parecido, mas não isso!
Que bagunça, eu não consigo manter a calma. Estou tão confusa que nem me lembro do que fazia normalmente em casa.
Minha atenção é preenchida pela Aya, que tem o ar de uma celebridade. A pressão exalando dos arredores de Aya faz todos os meus pensamentos desaparecerem completamente, deixando espaço para apenas um problema: como parecer fofa na frente da Aya. Mas apenas esse fato me deixa muito desconfortável.
Como é de noite, eu tomo uma soda em vez do café preto de costume. E o jantar de Aya consistia de salada e frango.

“Só vai comer isso mesmo?”
“Sim, como já é de noite, e também estou evitando carboidratos.”
“Entendo...”

Enquanto finjo ignorar as calorias do sanduíche em minhas mãos, eu encaro a Aya, que está sentada onde normalmente minha mãe senta.
Ah... Ainda não caiu a ficha. Afinal, por que Aya está aqui?
Sinto que estou perdendo a cabeça. Por que você é tão deslumbrante, Aya?!
Bom, sobre a primeira pergunta, ela ficará aqui por uma semana, a partir de hoje. Uma semana! Isso é tempo demais! Parece mais uma eternidade!
Além disso, eu irei para o colégio amanhã e depois de amanhã. Meu olhar involuntariamente mira no uniforme de Aya que está cuidadosamente pendurado na sala de estar. A partir de hoje, eu irei para o colégio e voltarei para a mesma casa que a Aya!
Nosso relacionamento atual é quase como o de irmãs, e se formos mais fundo que isso, bom... É o que temos. Um relacionamento no qual duas pessoas que se amam, vivem sob o mesmo teto. Isso mesmo, casamento!
SIM! É como se fossemos casadas!

Uwaaaaaaaaa!!!

Eu rapidamente desviei meus olhos do corpo aliciante da Aya. O que é esse sentimento...? É como se o sangue correndo pelo meu corpo estivesse carregado de vergonha em vez de oxigênio, me fazendo tremer toda.
Eu quero me trancar no quarto, enterrar meu rosto no travesseiro, bater as pernas e rolar pela cama. Parece que meu cérebro está deixando de ser o de uma garota de colegial, e aos poucos se tornando o de uma criança do primário. Isso... Isso é demais pra mim! Como irei lidar com isso?!
Haah... fiquei sem ar. A repentina felicidade que chegou a mim sem nenhum prenúncio, me fez pensar, “Bom, adultos também têm ataques de pânico em certas situações. Estou tão feliz, eu sou tão adulta!
Depois de comer, Aya e eu começamos a mexer nos nossos celulares. Ela está lendo mangá, enquanto eu tentava parecer calma navegando pelo Instagram. Mas eu não conseguia fazer outra coisa senão fingir que estava mexendo nele.
Tipo, eu vou morar com alguém super deslumbrante por uma semana! Isso não é o bastante para me sobrecarregar?
Não consegui evitar e mandei uma mensagem de socorro para Enomoto Sae, uma amiga que trabalha comigo. Enviei uma mensagem dizendo, “Aya está morando comigo agora, e eu estou em perigo.” Mas a mensagem foi completamente ignorada. Nossa, mas que mulher inútil...
Porém, durante a vida, haverá momentos nos quais teremos que tomar decisões. Isso mesmo, por exemplo, onde dormir.

“Eh~~~~ O que eu faço? Aya, esta noite...”
“Esta noite?”

Aya inclina a cabeça para o lado e me olha. Ugh, acho que falei algo fácil de ser mal interpretado. Espera, não é tanto assim, é? Dane-se, tem que ser!
Porque... Aya e eu não vamos apenas viver normalmente por uma semana, vamos? Nós estamos juntas e sozinhas... em um lugar fechado onde ninguém pode ver... Ficar um dia com Aya em um hotel já me deixa tão feliz, imagine uma semana...
Depois de viverem juntas por uma semana sob o mesmo teto, até mesmo uma garota que insiste que namoro entre garotas é impossível, aos poucos mudará de opinião...

“O que quer dizer com esta noite?”

Aya calmamente refaz a pergunta. Mas eu ainda estou muito extasiada para respondê-la. Então começo a tropeçar nas palavras.

“O-onde vai dormir?! Vamos, já está tarde! Hora de dormir!”
“Sim, já que somos humanas.”
“É claro que você é humana, Aya. Por isso eu estava me perguntando onde você vai dormir esta noite.”
“...Onde?”

Aya inclina a cabeça um pouco mais. Droga, como eu posso falar algo assim sem dar opções? Eu sinto que minhas habilidades de comunicação estão se degradando ao nível de uma criança...

“Você pode estirar um futon e dormir na sala de estar. Ou eu posso dormir na cama da minha mãe enquanto você dorme na minha. Ou...”

Ou...
Talvez... dormir comigo... no meu quarto... na minha cama... juntinhas...
Tanta vergonha preenche a minha cabeça que minha voz trava, mas Aya responde sem hesitar.

“Eu vou dormir na sala de estar.”
“Eh......!?”

Essa... foi uma resposta muito inesperada.
Eu achava que Aya responderia no mesmo instante que iria dormir comigo, ou talvez ir mais além, levantando meu queixo com seu dedo indicador e dizendo, “Você acha que vou deixá-la dormir esta noite?” Eu jurava que ela faria algo assim.

“Onde está o futon? Deixe-me ajudá-la a carregar.”
“T-tá.”

E agora, que sentimento é esse? É como se você tivesse se esforçado tanto para dar um presente de aniversário, e o mesmo acaba sendo apenas mais um na pilha de presentes dos outros. Não estou desapontada nem nada, só um pouco triste e solitária.
Eu esperando algo da Aya? Nada disso. Eu apenas pensava que Aya faria alguma coisa. Só estou triste porque minha previsão estava errada, apenas isso.
Juntas, nós duas tiramos o futon, mais alguns lençóis e travesseiros, do armário no quarto da minha mãe e deixamos no canto da sala de estar. Se movermos a mesa da sala, podemos conseguir espaço para estirar o futon.

“Hm... Obrigada, Marika.”
“De nadinha~.”

Depois de responder Aya, não pude evitar de olhar para ela. Então, nossos olhos se encontram.

“O que foi?”
“Nada... Eu só te acho muito calma e maravilhosa, Aya.”
“É mesmo?”
“É sim, pelo menos é o que eu vejo.”

Por um momento, eu senti que Aya estava estranhamente distante, e eu não conseguia mais saber o que ela estava pensando pela sua expressão.
Eu também não estou agindo como de costume. Minha mãe está no hospital, Aya está comigo tomando o seu lugar, e não há mais nada em minha mente além do vazio. Isso não é bom...
Dito isso, tem algo que eu não devo esquecer.

“A propósito, eu ainda não te agradeci.”
“Eu fiz alguma coisa?”
“Fez. Você ficou tão preocupada comigo que decidiu morar aqui por uma semana, não foi? Eu sei que você é cheia de planos, mas você até mostrou uma gravação de Aikido sua para convencer minha mãe. Não esperava por isso.”
“Ah... sim, verdade.”

Aya abaixa um pouco a cabeça e brinca com o cabelo como se estivesse escondendo a vergonha.

“Eu já disse, não? Minha fraqueza são suas lágrimas, Marika.”
“Mhm... E-Eh?”

Aah~ De repente, minhas bochechas fervem.

“Está falando de quando eu chorei no hospital? E que frase foi essa? Não acha que forçou um pouco?”
“Eu me esforcei para dizer isso.”
“Como assim?”

Eu ri alto. Mas a expressão de Aya continua rígida.

“Honestamente, eu não acho que precisava passar mais tempo com você, Marika. Apenas nos vermos diariamente como fizemos até então seria o suficiente. Mas eu sei que meu aniversário significa muito para você. Eu queria fazer dar certo, então comecei a pensar em como poderia ajudá-la.”

Como se concordasse com as próprias palavras, Aya acena suavemente.

“Eu apenas pensei um pouco, e acabei fazendo. Eu estava nervosa de falar com sua mãe, e não sabia se daria certo. Mas fico contente de não tê-la aborrecido.”
“Nem um pouco!”

Eu pego a mão de Aya, na esperança que meus sentimentos possam ser transmitidos através dessas mãos geladas.

“Estou tão feliz de saber seus sentimentos, e pelo fato de você ter vindo morar comigo... Estou muito feliz por ambos. Obrigada, Aya!”
“Bom, isso é ótimo. Não há de quê.”

Aya sorri de leve e começou a falar com determinação em seu rosto.

“Eu a protegerei, ouviu? Eu prometo que não deixarei ninguém, absolutamente ninguém, encostar em você.”

Aya acaricia minha cabeça.

“Eu garanto que devolverei você e seu corpo para a sua mãe em perfeitas condições. Não se preocupe com nada. Não importa se for um assassino, ou um demônio, eu a protegerei.”

Minha casa não fica num lugar tão hostil... Mas as palavras de Aya aquecem meu coração.

“Certo... Obrigada.”

Eu entrelaço as mãos de Aya e sussurro em agradecimento, com a cabeça baixa de vergonha.
Eu decidi namorar com Aya para que eu pudesse mimá-la, ser mimada, protegê-la, ser protegida, apreciá-la, e ser apreciada.
Por isso eu pensei que por hoje, não teria problema.
Minha mãe foi hospitalizada e eu estava preocupada sobre quebrar minha promessa com Aya, então fiquei muito alegre de ouvir seus sentimentos sinceros.
Eu quero ser mimada por ela, então só por hoje, eu serei uma garota simples.

“Eu te amo, Aya.”
“Eu também te amo, Marika.”

Nos abraçamos, seus braços me envolvem e acariciam minhas costas.
Meu coração não para de acelerar toda vez que olho para a minha namorada forte, gentil e especial.
Neste momento, eu sou apenas uma donzela apaixonada, e deixei de lado qualquer consequência que terei de enfrentar por fazer algo assim.
Então eu percebo que se eu der muita afeição para Aya, eu terei problemas mais tarde.


***



“Uuu~”

Mergulhada na banheira, a água na altura da minha boca, eu solto um gemido.
Não, porque...... é impossível, não é? Ou não? Ah, caramba...
Nós continuamos abraçadas por um tempo, mas de repente eu me senti envergonhada, e acabei dizendo, “Eu vou tomar banho!”
Não, é o momento perfeito, considerando o tempo que eu levo para secar meu cabelo e tratar minha pele... Mas isso não quer dizer que eu estou no clima!
“Bom, e então? Posso ir primeiro? Estou indo!” O motivo de eu ter dito isso foi porque eu não sabia se conseguiria me manter calma na banheira se Aya tivesse ido primeiro.
Além do mais, se Aya me perguntasse, “Quer entrar comigo?”, tenho certeza de que corações brotariam dos meus olhos e eu diria, “Claro~♡”. Isso seria perigoso! Eu ainda tenho escola amanhã!
Então sem nem esperar pela resposta de Aya, eu corri para o banheiro como se estivesse fugindo dela.
A temperatura da água está morna e agradável, mas também me deixa sonolenta.



“Isso não é bom......”

E o pior é a minha esperança de Aya entrar pela porta a qualquer momento. Se ela o fizer, eu não terei para onde fugir. Por isso, se ela entrar, eu estarei em sérios apuros. Mas também não teria como rejeitá-la. Uu...
Existe uma canção antiga que diz, “Nosso amor cresce quando não podemos nos ver.” Mas parece que isso não se aplica a mim. Quanto mais eu converso e interajo com Aya, mais o meu amor aumenta. Ao ponto de eu sentir que um dia ele pode explodir meu peito.
“Não, isso é uma piada, né? Há poucos dias atrás, Aya gravou nós duas transando. Por que eu estou agindo como alguém tão pura e inocente de repente?!”
Nós estamos namorando há quatro meses, e se tem algo errado nesse relacionamento, é como ele começou sendo algo extremamente materialista e físico (humilhante).
Eu já devo estar acostumada à essa altura. Acostumada a ser vista nua, ou tomar banho juntas. No mínimo, eu não devo ficar tão nervosa e em pânico como agora, muito menos com medo.

“Afinal, Aya é...... é.... tão amável......”

Ugh... Que vergonha.
Eu sou facilmente influenciada pela atmosfera. Me pergunto se minha habilidade de compreender o clima me torna mais sensível a essas coisas do que os outros.
Eu abaixo meu rosto e olho para o meu corpo submerso.
Segundo ano do ensino médio. Firmeza moderada, não é tão feia, a pele também é suave. Não sou do tipo que se gaba da própria beleza, mas isso não significa que não tenho orgulho.
Na maioria dos lugares, como na praia ou numa piscina, eu me sinto confortável com outras garotas, e frequentemente sou elogiada e puxam assunto comigo.
Cada centímetro do meu corpo se lembra da sensação dos dedos e lábios da Aya. Do topo da cabeça até as pontas dos pés, ele tocou em praticamente todas as partes do meu corpo. Ela também me beijou nos lábios, várias vezes. Nem minha mãe sabe disso. Aya é a única que conhece tanto o meu corpo.
Uu...
Se eu continuar me agoniando com isso, vou acabar perturbando a Aya e tomando seu sono. Eu me levanto da banheira fingindo estar empurrando uma garota invisível, e passo água nos cabelos e no resto do corpo.
Depois de vestir minhas roupas íntimas e pijamas, eu saio do banheiro. Ainda enxugando meu cabelo com uma toalha, eu vou até a sala de estar.

“As toalhas ficam na estante da direita, você pode usá-las como quiser. E por favor, lembre-se de colocar suas roupas na cesta.”
“Entendi.”

Depois de acompanhar Aya até o banheiro, eu volto para a sala de estar e me sento no sofá com um espelho e meus cosméticos na mesa. Quando olho para baixo, vejo a Bolsa Boston da Aya.
Vendo as diversas roupas arrumadas ali, fico espantada com a rápida passagem do tempo.

“Ah, poxa...”

Eu aplico um hidratante no rosto enquanto tento me livrar das preocupações.
Hoje eu cuidei mais da minha beleza do que de costume. Estou vestindo minhas roupas íntimas favoritas, que também são mais adoráveis que o convencional. Nesse ponto, eu começo a questionar minha integridade.
Eu olho para mim mesma no espelho com desdém. Só que por algum motivo, minhas bochechas estão queimando, e não é por causa do banho.
Eu penso comigo mesma, “Essa garota está apaixonada...” como se fosse a perspectiva de outra pessoa.

“Obrigada pelo banho.”
“Que rápida!”

Aya saiu do banheiro muito mais cedo do que eu esperava.

“Eu não tenho o hábito de mergulhar na banheira. Simplesmente lavo o cabelo e o resto do corpo.”
“Ah, então você prefere o chuveiro.”

Eu achava que ela voltaria apenas de roupas íntimas. Mas na realidade, ela está usando sua camisa de ginástica do fundamental II. Ver Aya tão à vontade e vestindo algo tão casual parece ter ativado algo dentro de mim.
A camisa parece apertada, então as curvas de sua cintura e quadril estão mais claras. E como se não bastasse, o comprimento da camisa torna tudo ainda mais perfeito. Só podia ser a Fuwa Aya.
O cabelo de Aya está molhado, mas apesar disso, parece muito mais suave e a deixa extremamente atraente.

“Hm, eu vou pegar um secador.”
“Não precisa, eu trouxe o meu.”
“Ah, certo.”

Aya também tirou alguns outros itens de sua bolsa e os colocou na mesa, além da escova e do secador. Secando os cabelos uma do lado da outra, faz parecer um acampamento.

“Então você era do clube de tênis na época do ginasial, Aya?”
“Sim, na época eu sempre quis me juntar a um clube. Eu lembro da professora dizer que minha raquetada era mortal.”
“Ahaha, como assim?”
“E você, Marika?”
“Nessa época, eu era do clube de atletismo. Eu achava que seria fácil porque eu só precisaria correr, mas o treino era terrível. Eu tentei fazer a corrida de 400m, quase caí morta...”
“Marika atleta. Parece legal.”
“Digo, eu levo uns 20 segundos numa corrida de 100m. Mas correr 400m sem pausa é difícil demais, e então um certo dia, eu soube que a corrida de 400m é a mais difícil de todas! Eu fui tapeada!”
“E apesar disso, continuou no clube por 3 anos?”
“É que eu sou uma garota simples. Então quando uma kouhai dizia, ‘Você é tão rápida, senpai!’ Eu ficava empolgada, e no fim do treino, eu pensava, ‘Quer saber? Vou continuar.’ E foi assim por três anos. Afinal, eu sou dessas que se deixa levar pelos elogios.”
“Mas isso também faz de você uma ótima senpai, Marika.”
“Eh, sério? Eu sabia!”

Eu também me achava uma boa senpai. Bom, kouhais também são amigas.
Depois de muita conversa, nós terminamos de secar nossos cabelos.
Eu posso sentir o cheiro de sabão da Aya. Ela parece tão indefesa depois de sair do banho. Eu quero muito tocá-la.

“...”

Nossa conversa acabou, eu olho para os dedos de Aya, agora com as unhas aparadas.

Talvez seja hora...” eu pensei.
“Você sempre vai dormir à meia-noite, não é, Marika?”
“Sim.”
“Então, vamos dormir?”

Ch-chegou!
O convite!
Eu engulo toda minha saliva.

“S-sim, vamos.”

Eu aceno e tento não gaguejar.
É a primeira vez que Aya entrará no meu quarto. Será que ela gosta de usar aromas? São tantos tipos que podem ser misturados, além das coisas que nem levei em consideração...
Eu pego algumas coisas e vou em direção ao meu quarto. Aya está logo atrás de mim. Está frio no corredor, tanto que meu corpo treme.
Mas em breve, nós...
Ugh, por que meu rosto esquentou?
Isso não é bom. Só de pensar que vamos fazer algo tão indecente na minha casa, onde eu passo o tempo com minha mãe e meu pai... Ugh...
Ao parar em frente a porta, eu a abro.
Tem uma plaquinha na porta escrito, “Marika”. Eu mesma que fiz na época do fundamental. Já estou tão acostumada com ela que nem dou muita atenção. Mas outras pessoas verem, é algo totalmente diferente. Eu devia ter arranjado algo mais bonito no depósito!

“Uhm, Aya...”

Após abrir a porta, eu aperto o interruptor na parede para ligar a luz, e me viro para ela.
Meu coração parece que vai explodir...

“Sim...”

Aya para de repente.
Ela fica no corredor como se tivesse uma parede invisível entre nós.
Ela me olha com aquele rosto inexpressivo de sempre.

“Bom, então, boa noite, Marika.”

E então ela fechou a porta.
O som de seus passos desvanecem. Ainda de frente para a porta, sozinha, eu pisco repetidamente.
.............Eh!?


***



Dentro do quarto, agora sem luz, aninhada debaixo do meu cobertor, eu olho para o teto escuro.
.............Hã?
Eu ainda estou confusa sobre o que acabou de acontecer.......
Digo, Aya vai dormir aqui em casa, não vai? Eh?
Então por que estou dormindo sozinha?
Eh, o que é isso que sinto? É tão frio. Isso não está certo, meu colchão é aconchegante e meu cobertor é quentinho, mas de alguma forma eu sinto frio. Meu coração está amargurado. E minha cama parece até maior que o normal...
No fim, Aya voltou para a sala de estar, sem encostar um dedo em mim.
Essa não é a Aya que eu conheço e amo. Sinto que tem algo de errado com ela. Está tendo algum surto de doença ultimamente? Talvez uma DST? Ou talvez ela tenha outra pessoa...? Não, não, não, nunca... Eu ando muito paranoica.
Mas eu não posso evitar! Porque Aya não vem!
Ela nem me deu um! Um beijo de boa noite!
Minhas pernas estão moles, como se estivessem esperando por algo. Mas não há outro calor, apenas lençóis frios...
Isso seria, aquele “neglect play” que costumo ouvir falar? Existe mesmo pessoas que se satisfazem com esse tipo de coisa? Tudo que sinto é solidão... (NT: neglect play é uma brincadeira sexual na qual um dos parceiros ‘abandona’ o outro, gerando prazer ao abandonado)
Não estou desapontada ou algo do tipo... Não sei o que Aya está pensando, mas às vezes você simplesmente não está no clima, não é? Ela pode estar cansada, ou pensando “Ah... Marika não está fofa hoje, então vou deixá-la sozinha,”......? Sinto que vou chorar a qualquer momento.
As palavras geladas da Aya imaginária realmente me magoam.
Se fosse a Aya de sempre, ela entraria no meu quarto sem dizer uma palavra, faria o que quisesse com meu corpo, e não pararia mesmo que eu mandasse.
E então, sussurraria em meu ouvido, “Você gosta disso, não gosta, Marika? Você não quer usar a palavra segura, então deve estar aproveitando cada momento.
A lacuna entre minha fantasia e a realidade fazem o meu peito formigar.
E depois, enquanto eu choro e culpo Aya por mexer tanto com meu corpo, ela iria sorrir e dizer, “Está vendo? É bom, não é? Porque seu corpo é safado, não é, Marika?
Aya não virá fazer isso...

“Ah...”

Eu deslizo meus dedos para dentro do meu pijama.

“Aya......”

Enquanto me enrolo no cobertor, Aya claramente vem à minha mente. Seus dedos... são tão brancos, longos, finos e suaves como pétalas de flores... Um sentimento meigo lentamente se espalha pelo meu peito.

“......Ah......”

Aya está dormindo na sala ao lado, apenas um corredor de distância, e aqui estou eu, me perguntando porque estou fazendo algo assim sozinha. Eu sei muito bem que isso é errado. Faz eu me sentir tão culpada e miserável.
E mesmo assim, eu não consigo impedir minhas mãos de chegarem aos meus seios e minhas partes baixas...

“Aya......Aya......”

Eu enterro meu rosto no travesseiro e respiro. O cheiro do xampu e condicionador impregnado no travesseiro é meu... Porém, hoje, Aya está com o mesmo cheiro.
Eventualmente, minhas partes baixas começam a ficar molhadas e escorregadias. Mas diferente do toque da Aya, minhas habilidades não são o bastante para me satisfazer. Apesar disso, meu corpo está em completo transe.

“Aya... mais... me toque mais... por favor?”

Eu sinto uma frustração avassaladora. Eu tento estimular meu ponto sensível com toda a força.
Mas... é diferente. Eu apenas sinto uma forte onda de choque. O toque de Aya é gentil, mas causa um estímulo penetrante em meu ponto sensível como uma agulha, fazendo meu corpo convulsionar incessantemente com prazer. Eu não consigo replicar isso.
Entretanto, depois de passar quase dez vezes mais tempo do que Aya costuma levar, apertando, beliscando e esfregando com meus dedos minhas partes mais sensíveis, eu finalmente sinto uma forte onda de prazer percorrer todo o meu corpo.

“Ah~... Ahn... Ahh~... Aya... Ah~n... Aya...”

A ponta dos meus pés se contraem, meu corpo se enrijece e treme, se preparando para a onda vindoura. Eu fecho meus olhos quase completamente, e por trás das pálpebras, eu posso ver o sorriso doce e cruel de Aya.
Essa garota envolve todo o meu corpo, me forçando um estímulo excessivo, e fazendo minha mente embranquecer.
Imersa em minha fantasia, eu chamo pelo nome de Aya.

“P-pare... Aya-, eu... não... Mmh~”

Naquele exato momento, a porta da sala de estar de repente abriu causando um enorme barulho.
Emh?!
A neblina cor-de-rosa imaginária que me envolvia até então, desaparece num instante.
Me sinto como se a cortina de um trocador tivesse caído enquanto me trocava. Eu selo minha boca e abafo qualquer sinal de que estava fazendo algo indecente.
Ouço o som de alguém andando pelo corredor. Está se aproximando...
É a Aya? Não me diga que... isso é Yobai na vida real!? (NT: Yobai é quando um garoto esgueira no quarto de uma garota [ambos não compromissados] à noite. Se a garota concordar, o par realiza o ato sexual.)
É realmente possível que Aya tenha feito isso de propósito. Seria típico daquela pervertida.
Ehm... Mas, a situação não está muito boa agora, né?
Digo, agora eu...
Eu verifico minhas partes baixas, e percebo que já não estou tão molhada. Parece mais que eu derramei milkshake nas pernas.
Se Aya descobrir isso, ela vai me deixar sozinha pelo próximo ano inteiro.
E-eu não sou uma pervertida!
Não, eu não quero que Aya tenha uma impressão tão horrível de mim. Por favor, não venha, não venha! Eu escuto o som dos passos em total silêncio.
Aya vai até o banheiro. Eu ouço um som fraco de água, o rangido da porta, e então mais passos. Agora Aya está...
Indo para a sala de estar. Aya voltou para onde estava.
Ayaa....
Isso me causou uma mistura de alívio e frustração. À essa altura, eu nem sei mais o que se passa na minha cabeça...
Tanto faz, eu não quero fazer isso de novo...
Eu me viro e forço meus olhos a fecharem.
Meu corpo está dormente e continua fervendo. Mas não há ninguém além de mim na cama. Eu sei que essa sensação vai sumir se eu abandonar minha vergonha e for até a sala de estar seduzir a Aya.
Mas...
Eu jamais faria isso...
Apesar de Aya ter vindo morar comigo, eu ainda me sinto triste. Este sentimento turvo... Se eu dormir, será que ele irá embora?
Essa noite será longa.


***



Dormir é uma necessidade básica do ser humano. Acho que fiquei tão cansada depois do que aconteceu na noite passada, que antes de perceber, já tinha caído no sono.
O alarme programado para às 7 da manhã me acorda. Eu me levanto devagar, abro as cortinas e vejo uma manhã ensolarada. Só que mesmo a janela estando fechada, eu sinto o ar frio passar pelas frestas. Nossa, mais um dia frio.
Depois de vestir um casaco leve qualquer, eu estava para ir até a sala de estar. Mas então eu me lembro de um detalhe, que Aya estará morando aqui por uma semana. Quando isso veio à tona, eu decidi que deveria usar algo mais fofo.
Eu calço meus chinelos e vou até o banheiro. Eu ligo a torneira e espero a água esquentar, então eu lavo o rosto e escovo os dentes... Parece que as coisas não sairão muito dos eixos. Então eu vou até a sala de estar, onde sou recebida calorosamente pelo aquecedor. Tão quentinho~
Aya já estava acordada e vestindo seu uniforme. Ela até já arrumou o cabelo.

“Aya~, bom dia~.”
“Bom dia.”
“Dormiu bem?”
“Sim.”
“Ah... Entendo. Que bom.”

Por um momento, um lampejo dos eventos da noite passada surgiu em minha mente. Mas eu balanço a mão para mandá-lo para longe antes que eu sinta algo. Já é de manhã, um novo dia. Vamos virar a página.
Eu decidi ligar o umidificador de ar, mas o mesmo estava sem água. Então eu fui até a cozinha encher o tanque e depois coloquei de volta. Quando liguei, logo comecei a sentir frio, tanto que fui me aninhar no sofá.

“Marika, o que você quer para o café da manhã?”
“Ah, é mesmo, eu esqueci de comprar algo para o café.”
“Então eu vou ao supermercado. O que vai querer?”

Eu olho para Aya, que já estava com um cachecol enrolado às pressas.

“Eh, espera, eu vou com você!”
“Você não pode sair vestida assim. Por que não se troca enquanto eu vou lá?”

É tão vergonhoso ouvir algo assim de uma garota perfeitamente arrumada e linda logo cedo pela manhã.

“Tá bom~.”

Aya fazendo tudo no próprio ritmo, como sempre. Eu não posso deixá-la ir ao supermercado nesse tempo frio, enquanto fico apenas relaxando na sala de estar quentinha. Então decidi me arrumar logo.
Eu vou até o banheiro, ligo minha chapinha na tomada e começo a arrumar meu cabelo. O calor da chapinha num tempo frio como esse é impagável. Bem quando terminei minha franja, Aya voltou.

“Desculpa, pode comer primeiro!”

Agora que estou mais acordada, me sinto arrependida de ter mostrado à Aya meu lado ainda sonolento. A voz da noite passada dizendo, “Marika não está fofa hoje, então vou deixá-la sozinha,” ecoa em minha cabeça. Não, na verdade, ela não disse nada!
E-eu vou passar um pouco de maquiagem... Eu quero que Aya me ache fofa logo de manhã cedo...
Com isso em mente, eu acelero para preparar tudo. É uma corrida contra o tempo. Vamos lá, Marika!
Eu uso uma escovinha para aparar minhas sobrancelhas, e então aplico uma camada fina de base rosa-bege. Optei por uma base duradoura, do tipo que permanece até depois da escola. Depois disso, adicionei um pouco de pó.
Hoje eu decidi usar um par de lentes 14mm rosa claro. Enquanto as coloco, eu me olho no espelho e arregalo os olhos para fazê-los parecerem maiores. Em breve será o delineador. Essa é a parte que eu mais preciso me concentrar, nada de errar.
Não posso gastar tempo demais nisso... Espero não fazer besteira...
Eu abro a tampa do pequeno pote de pó e aplico sombra marrom usando um pincel. Por conta da suavidade do pincel, fez um belo esfumado. O resultado é adorável. Pronto, agora a parte mais importante, os cílios.
Eu usei um delineador que levanta os cílios, e então um pouco de máscara para enfatizar a curva. Quase lá.
Um breve blush para equilibrar tudo, em seguida os lábios.
Como é inverno, não quero ser muito espalhafatosa, então eu aplico um rosa leve misturado com um resquício de frutas vermelhas. Pronto!
Eu analiso meu rosto de vários ângulos... Isso, perfeito. Está fofo, tenho certeza que Aya vai amar.
No fim, eu senti que tinha criado um retrato perfeito de mim mesma com todo esse esforço, mas ficou legal.

“Perdão pela demora, Aya~”

Quando volto para a sala de estar, vejo que Aya já estava sentada na mesa de jantar, mas com a comida intacta. Parece que ela estava me esperando. Desculpe, Aya.

“Sinto muito, Aya...”
“Tudo bem.”

Aya me encara. A pressão do seu olhar faz eu me contorcer um pouco, e o suor frio começa a escorrer. Então, ela ri.

“O quê?”

Aya ri com olhos gentis, como os de uma irmã mais velha vendo a mais nova toda empolgada vestida para o festival Shichi-Go-San. (NT: Ritual de passagem japonês para meninas de três a sete anos, e meninos de três a cinco.)

“Você é fofa, mesmo de manhã cedo, Marika.”
“U-uhm... Obrigada!”

Apenas com esse simples elogio, sinto como se todo o tempo que passei lendo revistas e assistindo vídeos sobre maquiagem tivesse valido a pena.
Mas o que aconteceu na noite passada ainda permanece em minhas memórias!
Eu me sentei de frente para Aya e tomei meu café da manhã, depois nós arrumamos nossas bolsas e saímos juntas. Após trancar a porta, descemos pelo elevador e conversamos durante nosso caminho até o colégio.
Uma manhã normal antes das férias de inverno. Mas o motivo de hoje ser tão especial, mesmo sendo rotina, é porque Aya está ao meu lado.

“Você vai trabalhar hoje, certo, Marika?”
“Ah, vou sim. Você vai voltar pra casa antes de mim, né, Aya? Eu só vou chegar por volta das oito, então vou te dar uma chave reserva.”
“Chave reserva.”

Na plataforma da estação, repleto de pessoas, eu pego meu chaveiro, tiro a chave reserva da minha casa e dou para Aya. Ela segura como se fosse um tesouro inestimável, demonstrando extrema gratidão.
Achei graça da reação exagerada dela.

“Então, sim. Você pode voltar para casa primeiro. Não se esqueça de ligar o aquecedor, e fique à vontade.”
“E-entendi.”

Aya embrulha a chave em um lencinho e a guarda no fundo de sua bolsa. Essa chave não é uma evidência policial, Aya...

“Você quer que eu te receba na estação quando voltar?”
“Não precisa, oito da noite ainda está dentro do toque de recolher. Vou ficar bem.”
“Certo, eu vou te buscar. Me ligue quando terminar o turno.”

Ei, Aya. Escute o que os outros dizem!
Mas, não é como se eu odiasse o fato da Aya vir me buscar.

“Aliás, Marika, você costuma jantar fora?”
“Não muito, por quê?”
“Estava pensando em cozinhar algo esta noite, já que estou morando com você. Além do mais, eu não vou trabalhar hoje, então se me permitir usar a cozinha...”
“Eh?! Isso soa ótimo!”

Comida caseira da Aya! Minha primeira vez!

Então nosso trem chega. Aya se surpreende com minha empolgação repentina e apenas responde, “Uhum”.
“Bom... Então, vou pensar no menu. Tem algo de que não goste?”
“Nada em particular! Mas Aya é quem eu mais amo!”

Aya ri quando me ouve dizer isso alegremente. Nós embarcamos no trem, e a alça em sua bolsa, Benjamin Baroque, balança. Eu também tenho um Benjamin Baroque para combinar.
Me pergunto como Aya vai me receber e como será sua comida caseira no jantar.
Ah, poxa! Quanta felicidade~!
A atmosfera doce e gentil ao redor de Aya me fazem pensar, “Nossa, essa noite vai ter... Talvez ela nem me deixe dormir... Aya me ama tanto~!”, meu coração é preenchido com grandes expectativas.


***



Eu entro na sala de aula com passos leves. Parecemos um par de recém-casadas, mas eu preciso deixar Aya e ir para o meu lugar. Fico sorrindo de orelha a orelha, me perguntando se as aulas vão acabar mais cedo hoje.
Enquanto isso, três figuras se aproximam de mim. Hm?
Quando voltei à mim, percebi que não era o grupo da Marika.

“Bom dia, Marika.”

Reina Nishida, a garota super extrovertida. Não é comum ela falar comigo. E por que ela está acompanhada de outras duas? Nishida tem 1,60m de altura, então ela por si só já é intimidadora.

“Bom dia, Nishida.”

Ela balança a mão levemente com uma expressão indiferente. Com uma atmosfera madura e formidável, Nishida é considerada a líder da moda adulta da sala. Se Fuwa Aya é a Rainha da Lua, Nishida é a Rainha do Sol. Além disso, Nishida é uma modelo em ascensão. Já até esteve na TV. Resumindo, ela é uma das garotas mais influentes da sala.
Nishida é alta, esbelta, tem olhos grandes, e sempre anda com quatro ou até cinco pessoas ao seu redor. Portanto, ela não interage muito com os demais grupos.

“Então? Como posso ajudá-las?”

As outras duas colegas... Kishinami e Tomatsu, olham para mim alternadamente. Não, não importa como veja, aposto que quem quer falar mesmo é a Nishida. Estou achando isso muito suspeito, mas decidi fazer uma cara de dúvida e inclinar a cabeça.
Então, Kishinami entra no meio.

“Nada em especial, só que... o nome Sakakibara anda fora das atenções ultimamente. Sendo bem franca, está perdendo sua presença.”
“Isso aí, tirou as palavras da minha boca!”

Tomatsu concorda enquanto bate palmas e começa a rir.
Ei, ei! Eu não me importaria de ouvir isso da Nishida, mas vocês são apenas capachos! Me desculpe, mas não quero ouvir isso de alguém que só anda agarrada nela para chamar a atenção no colégio! É verdade que depois que Aya entrou no meu grupo, ela passou a chamar a atenção, mas ainda assim!
Ainda assim!

“Eh~ É mesmo?”

E então Nishida levanta a voz, fazendo Kishinami e Tomatsu ficarem com um olhar tenebroso.

“Reina-san acha que ela anda mais bonita ultimamente. Essas lentes são de cores novas, não são? O que está achando?” (NT: Nishida Reina se refere a ela mesma na terceira pessoa falando ‘Reina-san’ de vez em quando.)
“Ah, são sim. É natural independente da luminosidade. Mas acho que um marrom claro combinaria melhor com você, Nishida-san.”
“Tem razão, Marika. Como sempre, ninguém entende melhor a Reina-san do que você.”
“Ahaha, do que está falando?”

Nishida descruza os braços e ri, enquanto as outras duas ficam se olhando sem jeito, como se Nishida tivesse forçado elas a isso. Eu não sei o que está acontecendo, mas acho que pisei no manto da Rainha. Sinto muito, vossa majestade.

“Sendo mais direta... Você arranjou um namorado?”
“Eh? Claro que não, por que diz isso?”
“E por que todo esse pânico?”

Porque não é namorado, é namorada!
Eu recordo de quando Aya disse que queria tornar público o nosso relacionamento. Mas eu a convenci, por certos meios, a desistir da ideia.
E claro, não tenho intenção de dizer à Nishida que estou namorando a Aya, então decidi disfarçar.

“Bom, tanto faz. Eu mesma terminei com o meu, então agora estou livre.”
“Ah, está falando do seu fotográfo?”
“Sim, ele mesmo. Ele disse que queria casar comigo depois do Ensino Médio e que me faria feliz pelo resto da minha vida. Mas sério, quem gostaria de ser dona de casa tão cedo assim? Além do mais, eu planejo ir para a universidade depois que me formar, e então arranjar um emprego.”
“Ah, então você é dessas mulheres independentes, é? Eu não sou bem assim.”
“Ele não era ruim. Mas, infelizmente tínhamos opiniões divergentes, então cada um seguiu seu caminho. No entanto, eu espero que ele encontre logo sua bela adormecida. Além disso”

Nishida olha para mim de uma forma poderosa. De repente, começo a ficar nervosa pela forma como ela está me encarando. Será que... eh?
Subitamente, meus olhos encontram Shirahata Hinano entrando na sala. Ela está com um penteado de duas tranças, cada uma sobre um ombro, pintadas de azul nas pontas. Ela simboliza a liberdade das regras da escola, e é uma vendedora muito carismática em Harajuku.
Ela me olha intensamente, e sem entendimento algum da situação, me dá um joinha e acena. Ela parecia querer dizer, “Falei que você atrai mulheres, não se tocou ainda?
Espera! Não, não, não, não pode ser!
Digo, ela não pode simplesmente se declarar na frente das próprias bajuladoras desse jeito! Com que cara eu olharia para Aya!?
E então, Nishida sorri.

“Ei, o que acha de sair com a gente?”
“Pra onde!?”

Eu bato as mãos na mesa e me levanto.
Nishida se espantou com minha reação, mas respondeu.

“Uma festa.”

Ah...
Era isso.
Marika-san, sua forma de pensar anda um pouco distorcida, não? Estranho até, não acha? Até pouco tempo, eu era como a Nishida. Por que namoro entre garotas está se tornando algo tão normal pra mim? ...Normalmente, eu culparia a Aya.
E então, eu timidamente volto a me sentar.

“Ei, você pode, né? Não vai ter graça sem você. Digo, Reina-san consegue se divertir tranquilamente sozinha, mas que tal se eu lhe arranjar um acompanhante?”

Não, valeu. Eu já tenho uma namorada.
Sendo sincera, se eu começasse a dizer, “Quem é o cara?” ou “Que tipo de pessoa ele é?”, eu acabaria mentindo. Então, para dar um pouco de esperança à Nishida, eu banco a garota inocente.

“Hmm... Quando vai ser?”
“24 de Dezembro.”

Na véspera de Natal. Definitivamente não. E o melhor, é que eu tenho o maior dos motivos para negar, o que é uma enorme vantagem.

“Foi mal, eu já tenho compromisso.”

Eu junto as mãos e curvo minha cabeça.
E por algum motivo, as duas subordinadas da Nishida pareciam aliviadas... Bom, o grupo da Nishida com certeza não é pequeno, então por que ela chegou ao ponto de vir pessoalmente me convidar?
Enquanto eu ponderava sobre isso, Nishida repentinamente aproxima seu rosto do meu.

“Eh? Mas, você não disse que não tinha namorado? Por acaso mentiu para a Reina-san?”

Suas palavras soam como brincadeira, mas não tem nenhum sorriso em seu rosto. Por favor, não precisa ficar tão tensa, muito menos parecer um lobo observando a presa só porque eu rejeitei seu convite. Assustador...
Eu levantei minhas duas mãos para tentar acalmar um pouco a Nishida.

“Eu farei uma festa de Natal com minhas amigas nesse dia. Iremos a um restaurante.”
“Ah, com suas amigas? Pretende conhecer alguém lá?”
“Ahaha, até poderia ser o caso. Mas infelizmente é uma festa de Natal apenas para garotas.”

Nishida ergue levemente a sobrancelha.

“Não acha chato uma festa só com garotas?”

Há uma parte de mim que pensa, “Claro, é natural alguém como a Nishida dizer isso.” Afinal, eu pensava a mesma coisa há seis meses atrás.
Não sei o que responder nessa situação.
Talvez eu devesse rir como uma idiota e dizer, “É mesmo!” e seguir a conversa. Mas a eu de agora não poderia dizer algo assim. Isso é o que chamam de evolução... só que ao contrário? Eu não sei de mais nada. Por enquanto, respondi com um, “Não, eu adoro minhas amigas!” (É verdade! Verdade verdadeira!)
Porém, Nishida não parece convencida.

“Mas o Natal no segundo ano só se celebra uma vez. Você sempre pode sair com suas amigas, não? Por que desperdiçar a oportunidade?”

Quem é você pra chamar de desperdício!?
Foi um comentário insensível e deselegante. Mas acho que essa é a forma como todas desta escola, ou até de todo o mundo, pensam.
Eu sei que para ser uma pessoa popular e que compreende o clima, deve-se ser esperta no uso das palavras e buscar por risadas.
Eu sei disso, mas...

“O que é que tem? Cada pessoa tem o direito de escolher o que as fazem felizes. Aproveitar o Natal com suas queridas amigas... ou passar um dia tão especial numa festa com um total estranho.”

As palavras que saíram da minha boca, soaram como farpas para Nishida.

“Hã? O que foi isso?”

Ela franziu.

“Quem você pensa que é pra falar desse jeito comigo?”

Droga, quando me dei conta, já era tarde para voltar atrás.
Digo, eu acabei de rejeitar o convite dela, certo? Na frente das bajuladoras, ainda por cima. Agora ferrou...
Bom, já que estou aqui, irei até o fim!

“Fazer o que, né? Seus padrões de amizade são altos demais. Se eu fosse à sua festa, acabaria ficando nervosa... Sendo assim, eu prefiro sair com minhas amigas, diversão 100% garantida.”

Nishida cruza seus braços novamente.

“Acho que você está sendo cautelosa demais. Reina-san também sabe cuidar de suas amigas, mas não estamos falando disso, e sim do Natal. Enfim, se você já tem compromisso, acho que não há o que fazer~”

Nishida sorri alegremente quando percebe o olhar das outras alunas.
Ela disse tudo o que tinha para dizer, sem mais objetivos, ela se afastou. Nesse sentido, Nishida é como eu. Ela sempre está consciente de sua posição e marca sua presença.
Aya e Hinano são do tipo de pessoas decididas a lutar até o fim. Elas não sabem o que é medo.
Eu coloco a mão no peito e penso, “Bom, se ambas acabaram magoadas no mesmo nível, acho que não está ruim.
Claro, há momentos nos quais eu tenho que lutar para manter minha popularidade na sala. Mas isso não quer dizer que eu goste de lutar! Eu faço porque preciso!

“Bom, se seus planos para o Natal mudarem, me avise.”
Nishida balança uma das mãos e vai embora com suas amigas. Eu respondo com, “U-uhum...”, e a novela matinal acaba com um sentimento de remendo.

Mas...

“Marika, vamos falar sobre a festa de Natal!”

E então, Chisaki chega de repente e diz isso propositalmente em voz alta.
Chi-Chisaki!
A relação entre Nishida e Chisaki é como a de cão e gato. Eu não sei os detalhes, mas o que todas comentam é que elas brigaram feio no primeiro ano.
Nishida se vira e olha em nossa direção.

“Hã? E essa aparição repentina? Que nojo.”

Viu!? Olha como ela trata a Chisaki!

“Parece que a Mari anda tendo problemas com garotas desagradáveis. Isso me preocupa, então vim cuidar dela.”
“Não sei do que está falando. Também não me lembro de tê-la convidado para a conversa, que irritante. Marika, acho que você deveria escolher melhor suas amizades.”
“Ha ha ha...”

Nishida, seguida da Kishinami e da Tomatsu, retornam às suas carteiras, fazendo a atmosfera piorar ainda mais. Chisaki estala a língua.

“Se queremos sair com outras garotas ou não, a escolha é nossa. Se a Yume escutar sobre isso, teremos problemas.”
“Ah, então esse foi seu motivo?”

Chisaki atualmente está namorando uma garota da nossa sala, Yume. Por isso ela é contra a opinião da Nishida.
Porém, este é um colégio apenas para garotas, não temos escolha senão tentar nos encaixar. Eu não quero abrir mão do meu relacionamento com Aya, mas estou tentando me adaptar à atmosfera da escola.
Em essência, a atmosfera pode ser vista como uma forma de poder no qual a maioria prevalece. Não é uma boa ideia lutar sozinha contra ela.
Bom, há casos especiais, como a Aya, que tem a sua própria atmosfera. Por isso ela consegue se virar sozinha em meio a essa atmosfera esmagadora facilmente.
Na verdade, a Chisaki normalmente é do tipo que é bem cuidadosa com a atmosfera, então acho que o motivo dela estar tão agitada agora, é por ter se irritado com a Nishida.

“Mas, Chisaki, nem pense em arranjar briga, ouviu?”
“Só se você quiser. Enfim, você mudou, Mari.”
“Eh? Como?”

Chisaki muda de um rosto irritado para um sorriso.

“Não foi muito. Mas numa situação daquelas, a antiga Marika só iria na onda da outra pessoa. A antiga Marika era o tipo de garota que não gostava de causar conflitos. Isso era o que eu pensava de você, e não é como se isso me incomodasse. Mas ultimamente, você começou a dizer o que quer dizer, não é?”
“Eh, sério?”

Eu não estava muito ciente disso, já que venho falando o que quero há muito tempo.

“Eu não conseguiria me rebelar contra Nishida, então me pergunto se foi a Fuwa quem te fez mudar. Você ama mesmo ela, né?”

Chisaki sussurrou a segunda metade da frase, para que apenas eu conseguisse ouvir.
Hm? É mesmo? Bom, eu de fato comecei a ser mais honesta depois que comecei a namorar a Aya.
Eu olho para Aya, que está sentada no canto da sala com um livro aberto em sua carteira.

“Hmm..”

Não estou certa sobre a veracidade desta afirmação... Mas se a Chisaki diz, então acho que é verdade...
Bom, que seja. A Chisaki veio ao meu resgate porque estava preocupada comigo. Farei a minha parte e tornarei o clima mais leve.

“Eu não sabia que você gostava tanto de mim, Chisaki~”

Quando disse isso sorrindo, Chisaki parecia envergonhada e confusa.

“Em que sentido? Como amiga, né?”
“Está preocupada que a Yume fique com ciúmes de novo?”

Ela parece brava.
E então, ela começa a me encarar.

“Eh? Que foi?”
“Mari, você não parece amarrada por sua namorada, né? Parece que apenas se encontrar com você já a satisfaz.”
“Por que uma pergunta dessas do nada? Mas sim, eu acho...?”
“Mari, você já pensou em terminar com a Aya?”
“VOCÊ ENLOUQUECEU!?”

Por que está flertando comigo!? Eu não quero começar um relacionamento complicado com minha amiga, eu juro!
E então, a Chisaki ri ao ver minha reação.

“É mentira. Você não faz meu tipo.”

Eu não ligo pros seus gostos, nem um pouco!


***



Eu achava que depois do que aconteceu, ficaria uma atmosfera estranha. Mas durante o intervalo, Nishida tomou a iniciativa de vir conversar comigo. Passando a ideia de que “Eu nem lembro mais o que aconteceu.” Essa é uma das coisas que eu gosto na Nishida. Ela não guarda rancor.
Suas habilidades diplomáticas são do nível de um líder. Eu sempre achei que Nishida e eu tínhamos uma forma estranhamente semelhante de pensar.
Mas durante toda a conversa, Chisaki e eu nem sequer nos olhamos!
A mesma coisa aconteceu depois da escola, tudo acabou bem. Depois, eu fui até o restaurante onde trabalho meio período.
Assim que entrei na sala de descanso dizendo “Parabéns pelo trabalho~”, alguém me arrastou até o vestiário, a Sae.

“Aii, machucou.”
“Explique-se...”

Hein?
Sae empurra seu celular no meu rosto. Tinha uma mensagem de SOS enviada por mim. Ah é, nem lembrava mais...

“O que é isso? Pra quê isso? Interromper o sono das pessoas é um passatempo seu?”
“Sinto muito, mas acho que estamos quites, pois eu também não dormi!”
“Não me venha com desculpas!”

Sae, que claramente interpretou mal alguma coisa, cobre suas orelhas com o rosto corado.
Ela parece uma jovem moça elegante e comportada, mas na verdade, ela é super escandalosa. Enomoto Sae, uma terceiranista de ensino médio, conhece e passou por algumas experiências desagradáveis com Aya no ginasial, e depois comigo também. Mas agora somos amigas, pelo menos até ela e a Aya fazerem as pazes.

“Enfim, fico feliz que esteja bem.”
“Hahaha”, eu soltei uma risada irônica.
“Não é o caso?”

Eu contei para ela sobre como Aya veio morar comigo, e sobre minha mãe estar hospitalizada. Ela escutou atentamente. Bom, ela é uma garota gentil e honesta. Mas ela é tão honesta que acaba perdendo o controle.

“E foi isso... No fim, Aya nem encostou a mão em mim...”

Quando me lembro disso, eu começo a ficar desanimada... Aya veio morar comigo, na mesma casa, mas eu acabei me masturbando enquanto pensava nela na primeira noite.

“Por quê, Sae?”
“Não me pergunte, eu não sou adivinha. Mas tem certeza que ela não está te traindo?”
“Tenho.”
“Não acha que respondeu rápido demais?”
“É porque... Aya me ama.”
“Você não sabe como ela era popular no ginasial, então não pode afirmar isso.”
“Por favor, não fale da namorada dos outros como se fosse só um rostinho bonito.”

Por mais que isso tenha me irritado, eu não consigo evitar a vontade de ouvir sobre o passado de Aya.

“Mas Aya não tinha amigos, tinha?”

Eu começo a me trocar e vestir o uniforme do restaurante, e a Sae faz o mesmo ao meu lado.

“Do que está falando, Marika-chan? Uma garota sem amigos pode perfeitamente ter um namorado.”
“Que desagradável!”

Eu não consigo deixar de imaginar garotos e garotas sendo atraídos pela beleza da Aya e flertando com ela.
Claro, se uma beldade como ela sempre estiver sozinha, qualquer pessoa pode aproveitar a chance e se declarar para ela. Aya por si só não é do tipo de garota que conversa sobre amor, e como ela não tinha amigas ao seu redor, mesmo que as pessoas fossem rejeitadas, elas não precisavam se preocupar com rumores estranhos e nem nada parecido. Praticamente não havia riscos.

“Hmm, Fuwa Aya, que garota mais conveniente...”
“Verdade, ela não me deu desculpa alguma quando entrei na sala questionando-a. Depois daquilo, eu voltei para a minha sala.”
“Reflita sobre suas ações.”
“Sinto muito.”

Sae se curva bem baixo. Continuarei repetindo isso pelo resto de sua vida.

“Certo, brincadeiras à parte...”

Quando encaro ela, Sae rapidamente volta ao assunto principal.

“Vejamos, se eu estivesse no lugar da Fuwa, eu não acharia uma boa ideia fazer certas coisas com você.”
“Eh? Por quê?”
“Digo, sua mãe está hospitalizada e ela se ofereceu para ser sua guardiã, certo? Então ela fingiu que era apenas sua amiga, e escondeu o fato de que é sua namorada. Portanto, Fuwa se sentiria culpada se colocasse as mãos em você, Marika-chan.”

Não, não pode ser... Quê?
Eu observo a Sae enquanto ela desabotoa sua camisa.
Não importa quantas vezes eu olhe, eu continuo achando seus seios enormes.

“Será que a Aya realmente pensa assim?”
“Fuwa Aya é realmente uma garota insolente e egocêntrica que nunca baixa a guarda. Ela é de fato uma bruxa—aparentemente a mais linda dos últimos 10.000 anos—que devora todo tipo de mulher e as fazem se apaixonar por ela.”
“Quem diabos é essa?”
“Uma bruxa astuciosa.”

Ela repetiu isso com um tom sério. É assim que você enxerga a Aya? Acorda pra vida!

“Concluindo, ao meu ver, Marika-chan tem um lugar muito especial guardado no coração de Fuwa. Acho que você é a única pessoa a qual ela aprecia, e muito.”

Sae compartilha sua opinião, e então eu olho para ela.

“Acho que esse foi o motivo dela não ter feito nada, não concorda?”
“Eu não sei...”

Sae faz beicinho continua a se trocar. O avental saia azul claro e a camisa branca passam a sensação de algo puro e limpo. Mas quando Sae as veste, seus seios voluptuosos são enfatizados e passam uma leve impressão erótica.

“Enfim, acho que você não tem senso algum de decência, não é? Vindo falar comigo sobre Fuwa Aya.”
“É mesmo?”
“Vamos pensar um pouco... Eu sou a garota que tentou esfaquear Fuwa, mas falhei e fui arremessada no chão. É uma mancha desagradável para ambas, e que não pode ser apagada. Mas não há dúvidas de que eu sou a única que entende Fuwa Aya até o fundo, ninguém no mundo me supera nisso.”

E desde quando Aya é conhecida pelo mundo...?

“Eh, então, se é uma mancha tão horrível, seria melhor não ir para a festa de Natal, né?”
“Sua víbora!”

Ela gritou como uma filhotinha, essa reação me fez sorrir maliciosamente.

“Foi mal, desculpa, mas obrigada pela consulta.”
“Mmm, não me incomodo. Na verdade, eu usei seu convite como razão para rejeitar o convite da gerente para um show de Natal.”
“Ah, sério? Então você tinha outros planos, é? Me desculpe, então realmente...”
“Eu irei!”

Sinto muito por provocá-la, Sae. Mas isso é como uma magia de cura para mim.
Depois que terminei de me trocar, prendi meu cabelo com uma xuxinha e um grampo com formato de doce.

“Falando nisso, a gerente não me convidou para esse show de Natal.”
“Por que eu falei pra ela que tinha um compromisso com você antes disso. Parece que a maioria dos funcionários irão. Provavelmente o número de brincos da gerente vão aumentar depois disso.”
“O que uma coisa tem a ver com a outra?”
“Ah, é que... Eu soube que toda vez que a gerente sai com uma garota, ela pede para sua acompanhante furar sua orelha.”
“O-o quê...?”

Na verdade, é interessante. Ao invés de furar a orelha da acompanhante, ela as faz furar a própria. Que tipo de hobby sexual é esse?

“Hm, então a gerente é esse tipo de pessoa?”

O rumo da conversa acabou mudando para a vida da gerente.
Acho que a Sae ter me escutado e dado conselhos, fez meu coração parecer bem mais leve.
Digo, eu sei que Aya se importa comigo, e aquilo faz muito sentido.
Mas se esse é o caso, por que simplesmente não me disse, Aya?
Bom, tanto faz. Agora é hora de focar no trabalho!

Depois que terminei, a gerente me elogiou dizendo, “Você estava mais ativa que o normal hoje, assim como sua voz, sem contar seu sorriso.”

Claro que estou! Afinal, minha namorada super atenciosa está me esperando em casa!

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