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Capítulo 12 - Em que Posso Acreditar?

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[Acha que você pode andar, Sara?] (Flamm)
[Eu acho... Sim, eu posso] (Sara)

Flamm agarrou a mão da Sara com força e puxou a menina mais nova para seus pés. Elas são uma visão bastante lamentável, suas roupas esfarrapadas, tropeçando de exaustão. Flamm se perguntou se elas deveriam ter descansado mais, mas ela também quer sair daquele lugar o mais rápido possível.
Os corredores estão cobertos de detritos, tornando-os completamente intransitáveis em alguns lugares devido a seções do teto desmoronando. Felizmente, as meninas não encontraram nenhum inimigo enquanto procuravam rotas alternativas pelo complexo. Até mesmo as vozes assustadoras pedindo ajuda ficaram em silêncio. Os cadáveres uma vez apoiados para servir de armadilhas jazem descartados no corredor, desprovidos de vida. Buracos horríveis substituíram os órgãos em espiral que uma vez habitaram seus rostos.
Flamm agarrou a mão da Sara, ajudando a puxá-la para cima de uma pilha de destroços desmoronados. Quando a Sara desceu, seu pé enganchou em alguma coisa, e ela tropeçou nos braços da Flamm.

[Whoa!!] (Sara)
[Ei, ei... Cuidado com seus passos, hein?], Flamm deu um tapinha afetuoso no topo da cabeça da Sara.
[Desculpe...], Sara olhou para baixo timidamente. [Mas você sabe, se tivéssemos fugido em vez de ficar para lutar, provavelmente estaríamos mortas agora] (Sara)
[Provavelmente? Definitivamente. Eu só quero saber quem criaria algo tão insano...] (Flamm)

Depois de matar o ogro, Flamm pegou o cristal quebrado deixado em seu lugar e o colocou em sua mochila para mantê-lo seguro. Ela deixou cair a bolsa em algum momento durante sua batalha com o ogro, mas felizmente a encontrou novamente depois que tudo foi dito e feito. Infelizmente, o almoço caseiro que a Milkit preparou para as duas não sobreviveu à provação. Elas comeram o que puderam salvar, pelo menos, então elas esperam que a Milkit as perdoe por deixar seus esforços culinários serem desperdiçados.
Elas finalmente passaram pela área onde haviam caído na armadilha da mulher sem rosto, entrando em uma parte ainda inexplorada do complexo. Mais à frente, elas encontraram uma sala cheia de várias caixas de vidro cilíndricas maciças, uma biblioteca cheia de prateleiras vazias e uma sala de descanso com sofás e camas.
Toda vez que elas abriam uma porta, Flamm esperava que fosse a que as levasse para fora, mas até agora ela está desapontada. Ela sentiu seu coração afundar cada vez mais a cada curva errada. Quanto mais derrotada ela se sentia, mais pesado seu corpo maltratado parecia estar.
Mas ainda assim, ela persistiu.

[Ei, isso meio que parece uma saída, certo?], Sara apontou para algo distante.

Parece uma entrada para a instalação, na verdade. O design é completamente diferente de tudo o que tinham visto até agora. As duas garotas trocaram olhares e sorriram antes de correrem animadas em direção às portas, que são densas e parecem feitas de metal sólido.
Flamm as abriu. Do outro lado há uma longa escada que leva a uma escotilha. Assim que chegaram ao topo e deslizaram o ferrolho que a mantinha fechada, Flamm levantou a escotilha.

[Finalmente!!!] (Flamm)

Os gloriosos raios alaranjados do sol poente brilharam em seu rosto. Ela instintivamente levantou o braço para proteger os olhos da luz do sol, mas pouco fez para tirar o sorriso de seus lábios.
Assim que passaram pela escotilha, as meninas se encontraram bem no meio da gruta onde haviam encontrado pela primeira vez o ogro bizarro. A vegetação rasteira densa serve como camuflagem perfeita para a entrada da escotilha. Embora ela saiba logicamente que apenas algumas horas haviam se passado desde a última vez que estiveram ali, respirar ar fresco novamente é tão revigorante que a Flamm poderia ter sido persuadida de que haviam passado vários dias no subsolo.
Ela jogou as mãos no ar e soltou um suspiro luxuoso, esticando o corpo no brilho do sol. Sara rapidamente subiu atrás dela e fez os mesmos movimentos.

[Aaah, agora podemos finalmente voltar para casa!] (Sara)
Flamm compartilha da empolgação da jovem, mas ela parece estar esquecendo um detalhe importante. [Infelizmente, ainda temos outro desafio a enfrentar, lembra?] (Flamm)
[Um desafio? Ah... ah! Certo, isso!] (Sara)

Sara caiu visivelmente enquanto olhava para as rochas desmoronadas bloqueando seu caminho para fora da caverna. Depois de tudo que elas passaram com o ogro, ela se esqueceu do que os subordinados do Dein tinham feito.

Flamm estufou as bochechas. [Se esses idiotas voltarem a mostrar seus rostos, eu vou mostrar para eles!] (Flamm)
[Ei, Flamm, acha que pode usar essa coisa de 『Artes do Cavaleiro』 naquilo?] (Sara)
[Eu posso tentar, mas estou meio preocupada que só tenha um bom golpe em mim. Além disso, uma maça não seria mais adequada para quebrar pedras?] (Flamm)
[De jeito nenhum, estou totalmente esgotada] (Sara)
[Então acho que vamos ter que fazer do jeito antigo] (Flamm)

Seria difícil, mas possível sem um monstro perseguindo-as. Flamm e Sara foram até a entrada desmoronada e agarraram a pedra mais próxima.
Duas garotas comuns nunca poderiam ter movido algo daquele tamanho. Mas a Flamm e a Sara são uma aventureira e uma freira endurecidas pela batalha, e provavelmente são mais fortes do que muitos homens adultos. Juntas, elas levantaram a pedra e a moveram para fora do caminho antes de deixá-la cair no chão com um baque.
Flamm enxugou o suor da testa antes de passar para a próxima pedra. Sara, enquanto isso, passou os braços em volta de uma pedra tão larga quanto seu próprio torso. No entanto, antes que ela pudesse levantá-la, algo chamou a atenção da Flamm.
Do outro lado da entrada, algo está no meio de um trecho verde entre um conjunto de árvores.

*Bjwoop, bjwoop*

Seus olhos se encontraram. Ou teriam, se a outra parte tivesse um olho. De qualquer forma, ficou claro que a Flamm havia sido notada.
O órgão em forma de espiral começou a cuspir sangue em excitação ao avistar sua presa.

[De jeito nenhum...] (Flamm)
Sara inclinou a cabeça para o lado. [Ei, Flamm, o que você está fazen... do...] (Sara)

Ela viu o que a Flamm estava olhando no meio da frase e congelou.
Uma pergunta não parava de passar pela mente da Flamm - como?
Ela se lembrou das caixas de vidro quebradas que elas tinham visto no caminho pelas instalações. Há mais de uma dessas coisas? E... o que elas encontraram no subsolo realmente era um indivíduo completamente diferente daquele que elas originalmente conheceram na clareira?

[Eu não acredito nisso... Quantas dessas coisas existem?] (Flamm)

Flamm recuou até sentir uma pedra fria pressionando suas costas. Ela não pode se mover mais. Elas conseguiram fazer um pequeno buraco na pilha de pedras, mas não é nem de longe grande o suficiente para passar.
Se ela não tivesse usado toda a sua resistência, ela poderia derrotar este segundo ogro com as 『Artes do Cavaleiro』. Mas ela sabe que não tem mais forças. Elas podem correr e tentar encontrar um lugar para se esconder enquanto ela descansa, mas é muito improvável que consigam fugir da coisa por tanto tempo.
Basicamente, elas estão praticamente mortas.

[Desculpe, Milkit] (Flamm)

Mesmo quando a Flamm fez as pazes com o fato de que ela vai morrer, ela pretende lutar até o amargo fim. Seu único arrependimento foi que ela não seria capaz de cumprir sua promessa de voltar para o lado da Milkit.
Ela estendeu a mão e convocou a Devoradora de Almas. Ela agarrou o cabo com força e deu alguns golpes de treino na espada antes de apontar sua ponta diretamente para seu oponente.
Sara também ergueu sua maça, pronta para a batalha.
O vórtice no meio do rosto do ogro girou quase alegremente, cuspindo sangue no chão diante delas. A criatura lentamente, até casualmente, aproximou-se das duas meninas com os braços ainda pendurados ao seu lado, como uma criança em um piquenique, voltando para o cobertor para um lanche. Parece bastante satisfeito ao descobrir que sua presa havia retornado.
Uma vez que ficou um pouco além do alcance da Devoradora de Almas, parou e olhou para ela, olhando para sua presa, avaliando o quanto de luta elas poderiam fazer. Sua vitória está praticamente assegurada. Ele levantou o punho para atacar.

[Corra, Sara!!] (Flamm)
[Nós não vamos perder este, Flamm!] (Sara)

Elas se mantiveram firmes em desafio.
Mas antes que o golpe do ogro pudesse acertar, Flamm de repente avistou uma mulher saindo dos arbustos. Ela parece ter vinte e poucos anos, com pele azul e cabelo azul escuro, vestida com roupas bastante reveladoras.
A mulher moveu os dedos no ar como se tocasse uma harpa invisível. Seus lábios vermelhos se curvaram em um sorriso.

[『Esfera Carmesim』] (Mulher)

Uma bola turquesa feita completamente de ar apareceu diante dela, então saltou em direção ao ogro e o atingiu por trás. A esfera cresceu até ter cerca de três metros de diâmetro, envolvendo completamente o ogro. Incontáveis lâminas de vento vieram de todas as direções, cortando o ogro como foices afiadas. Sem ter para onde correr, a criatura ergueu os braços debilmente para se proteger, apenas para tê-los cortados em pedaços. Sua cabeça, pernas e torso seguiram logo depois.
Muito parecido com o que elas encontraram no subsolo, cada corte em sua pele levou à formação de outro vórtice que rapidamente parou o sangramento antes de endurecer em uma camada protetora. Mas não foi páreo para uma magia tão poderosa, que continuou a cortar e cortar o corpo do ogro antes que a ferida pudesse terminar de endurecer.
Fiel ao nome do ataque, a esfera que envolvia o ogro agora está pintada com sangue vermelho escuro. Tudo o que a Flamm e a Sara podem fazer é ficar lá e assistir, estupefatas, como algo contra o qual elas lutaram com unhas e dentes ser derrubado tão facilmente.
Os ventos diminuíram lentamente e, pedaço por pedaço, as partes do que havia sido o ogro caíram no chão com uma série de baques molhados. O cristal negro que uma vez habitou seu núcleo está em meio a uma poça de sangue.
A mulher fez uma careta e pegou o cristal. Depois de usar outra rajada de magia de vento para soprar o sangue, ela o trouxe ao nível dos olhos e o inspecionou de perto.

[Ah. Eu não posso acreditar que os humanos realmente criariam algo assim. É muito estranho, você não acha, Flamm?] (Mulher)
[M-me...] (Flamm)
[Você está miando agora? Ah, você é um gato?], a mulher colocou as mãos na frente de seu peito generoso e enrolou os dedos como patas de gato.

Flamm estava completamente sem palavras. Enquanto isso, um olhar de ódio maior do que qualquer coisa que ela mostrou ao ogro tomou conta do rosto da Sara enquanto ela encarava a demônio.

[Ah, e quem é você?], a demônio meditou. [Você é uma coisinha fofa, não é? Você seria uma das irmãs da Origin?] (Mulher)
[Não me chame de fofa, sua assassina! Você faz minha pele arrepiar!!] (Sara)
Os ombros da mulher de pele azul caíram com a raiva da Sara. [É a mesma coisa todas as vezes, não é? Primeiro aquela menina Maria, agora você] (Mulher)
[Claro que ela te odeia! Vocês safados levaram nossas casas e todos que eram importantes para nós! A única coisa que pode responder ao meu ódio, minha raiva, é a sua morte!] (Sara)
Sara parecia prestes a atacar a mulher, mas a Flamm rapidamente deu um passo para o lado dela e colocou a mão em seu ombro. [Calma, Sara. Por favor] (Flamm)
[Calma? Calma?? Ela é um demônio! Tudo que os demônios fazem é...] (Sara)
[Apenas ouça. Tente escaneá-la bem rápido] (Flamm)

Sara bufou um pouco antes de se virar para lançar 『Scan』 na mulher.

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Neigass
Afinidade - Sangue, Vento

Força - 3596
Magia - 15997
Resistência - 2479
Agilidade - 3698
Percepção - 7854

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Flamm podia ver o nó se formando na garganta da Sara enquanto olhava para aqueles números. É a mesma sensação que ela teve antes.
Sara deixou sua maça cair no chão, derrotada. Neigass atirou a Flamm um polegar para cima e sorriu. Foi estranho, para dizer o mínimo, dado que as únicas interações anteriores da Flamm com a Neigass foram no campo de batalha.

[Então agora que você se acalmou, se importa se batermos um papo?], Neigass propôs.

Sara não parecia completamente convencida, mas parece pelo menos disposta a ouvir.

[Muito bem, então. Acho que algumas apresentações estão em ordem, não é? Vou começar. Meu nome é Neigass, minhas afinidades são Vento e Sangue, o que me dá poder sobre as Trevas, e sou muito mais velha que a maioria dos humanos. Eu também sou um dos Chefes dos Demônios, de quem tenho certeza que vocês já ouviram falar, e sim, claro, sou uma demônio. Mas acho que vocês já sabiam disso] (Neigass)

Flamm e Sara olharam de volta em silêncio, sem responder.
Neigass estufou as bochechas com isso.

[O que há com vocês duas?? Acabei de me apresentar, então acho que seria educado se a Sara aqui... Wow, ei, não me olhe assim! Seus pais não te ensinaram boas maneiras, garota?] (Neigass)
[Por que eu deveria me apresentar para pessoas como você? Se você é tão forte, por que não nos mata agora e acaba logo com isso?!] (Sara)
[Como eu disse, eu sou um deeeeemônio, tudo bem? Eu não mato pessoas] (Neigass)

As palavras fluíram de seus lábios como se fosse um fato bem conhecido. Isso detonou a Sara como um fósforo riscado.

[Não nos faça de tolas! Você matou inúmeras pessoas e roubou ainda mais suas casas!!] (Sara)
[Ah, e você viu isso com seus próprios olhos?] (Neigass)
Isso fez a Sara parar por um momento. [Eu, bem... não exatamente. Mas... mas a igreja me acolheu e me disse que foi isso que aconteceu!] (Sara)
[Hmm, agora, apenas me ouça. Você está de pé no meio dessa vasta instalação no meio do nada, fazendo sabe Deus o quê, e ainda acredita em tudo que a igreja lhe diz?], Neigass ergueu o cristal preto enquanto falava.
[Hmmph...]. Sara não teve resposta para isso.
Flamm, por outro lado, estava presa em outra coisa. [O que faz você dizer que a igreja teve uma mão na criação deste lugar?] (Flamm)
[Você não percebeu?], Neigass perguntou. [Honestamente, eu não entrei até o fim, mas o símbolo da igreja é uma boa pista. Você pensaria que a Sara teria percebido isso, não?] (Neigass)

Sara olhou para baixo e mordeu o lábio.

Após um breve momento de hesitação, ela disse: [Eu notei os anéis entrelaçados que servem como a marca da Origin. Eu tive esse sentimento muito ruim desde então. Além disso, as anotações desse pesquisador dizem muito sobre conhecimento, sabedoria e outras frases usadas pela igreja. Isso me lembrou muitos dos textos religiosos que li. Depois de um tempo, comecei a pensar que poderia realmente ser uma instalação da Origin, mas não queria acreditar...] (Sara)
[Então a igreja está fazendo experimentos com as pessoas... e agora um demônio está aqui], Flamm disse, atordoada. [O que vocês estavam fazendo aqui?] (Flamm)
[Nós não olhamos exatamente com carinho para os tipos de coisas que eles estavam pesquisando, então quando eu descobri que este lugar existia, eu vim dar uma olhada] (Neigass)

O que sugere que o que quer que a igreja esteja pesquisando seria uma má notícia para os demônios. Isso não é surpreendente, por si só. Tanto a igreja quanto o governo consideram os demônios seus inimigos mortais, e essa pesquisa provavelmente foi estabelecida como parte de sua busca contínua para destruí-los.
Realizar experimentos em humanos, no entanto, é uma chaleira de peixes totalmente diferente. Os estranhos vórtices são massivamente poderosos, claro, mas a Flamm não conseguia fazer as pazes com a ideia de fazer experimentos em pessoas, mesmo que o resultado possa ser usado para matar os demônios.

[Mas isso é o suficiente de mim. O que a traz aqui, Flamm? Eu não tenho visto você com o resto do time ultimamente. E... ei, essa coisa na sua bochecha não é a marca de escravo?] (Neigass)
[Bem, hum...], Flamm hesitou.
Sara olhou para a Flamm surpresa. [Flamm... Você não é a Flamm Apricot, a heroína, não é?] (Sara)
[Eu acho que você poderia dizer isso. Mas eu não era muito útil para ao time, então eles me expulsaram e me venderam como escrava. Foi assim que acabei aqui] (Flamm)
[Isso é terrível!] (Sara)
[Oh, wow, isso é ruim...] (Neigass)

Ambas as outras pessoas presentes parecem surpresas ao ouvir isso, embora suas reações sejam bem diferentes - Sara está carrancuda, enquanto a Neigass simplesmente sorriu.

[Deixando isso de lado por enquanto], a demônio disse, [isso ainda não me diz o que você está fazendo aqui. Não parece que você está aqui para investigar a instalação] (Neigass)
Sara suspirou. [Nós, uh, viemos aqui em um trabalho para pegar algumas ervas] (Sara)
[Ah, isso é interessante. A igreja não proíbe o uso de ervas?] (Neigass)
[Ilegal ou não, essa pessoa está sofrendo, e a fitoterapia é a única coisa que pode ajudá-la!] (Sara)
A demônio cruzou as mãos na frente do peito, os olhos brilhando. [Aww, Flamm, esta é uma garota muito doce que você tem aqui!] (Neigass)
[Sim, ela é uma boa garota], Flamm não sabe como reagir à repentina simpatia da Neigass, embora ela não pareça estar mentindo. No mínimo, ela não está detectando nenhuma malícia por trás de seu sorriso ou seu comportamento de classe.



[Ah, bem, tudo faz sentido agora. Então você foi atacada por esses experimentos horríveis enquanto caçava ervas e acidentalmente acabou nas instalações? E então, quando você estava prestes a encontrar um fim terrível, esta adorável dama aqui veio e salvou vocês duas!] (Neigass)
[Bem, Flamm matou o primeiro...], Sara disse.
Neigass ficou visivelmente surpresa. [Você matou uma dessas coisas?!] (Neigass)
[Então você sabia?] (Flamm)
[Bem, sim, mas minha magia é muito poderosa. Flamm... Bem, nem tanto. Da última vez que lutei contra o seu time, você era apenas uma caipira do campo que ficava à margem. Como você derrubou algo assim?] (Neigass)
[É tudo uma espécie de borrão, para ser honesta], as memórias estavam começando a desmoronar umas nas outras. Flamm se lembrou de muitos gritos e lutas ferozes. [Quero dizer, eu o esfaqueei com muita força e quebrei essa coisa de cristal que estava presa dentro dela. Então ele simplesmente... meio que... parou de se mover] (Flamm)
A expressão da Neigass de repente ficou mais séria. [Você quebrou o núcleo?] (Neigass)

Ela se aproximou da Flamm e colocou a mão em seu ombro.

[Você tem isso com você?] (Neigass)
[Eu tenho sim] (Flamm)

Flamm enfiou a mão na bolsa e entregou o cristal para a Neigass. A mulher demônio segurou-o em seu rosto e o inspecionou de perto.

[Hmm, parece que está quebrado. Mas como? Espere... isso é impossível] (Neigass)
[O que há de errado?] (Flamm)
[Não é nada. Não se preocupe com isso. Ei, você se importa se eu ficar com esse núcleo quebrado?] (Neigass)

Dada a escolha, Flamm gostaria de levar o cristal com ela para que alguém pudesse dar uma olhada nele. Mas se essa instalação tiver sido construída pela igreja, o governo quase certamente está envolvido e, portanto, não importa para onde ela o leve, ele acabará sendo arrancado de suas mãos e desaparecerá. Praticamente falando, um demônio é provavelmente a única pessoa em quem ela pode confiar.

[Certo. Eu não tenho nenhuma utilidade para isso] (Flamm)
[Obrigada], Neigass disse. [Isto será muito útil] (Neigass)

Flamm não tem certeza do que fazer com isso.

[Pensando bem, ainda não encontramos as ervas], Sara disse.
[Eu estava pensando que poderíamos começar com isso assim que limpássemos as rochas bloqueando a saída] (Flamm)
[Hum? Agora que você mencionou, por que a caverna está bloqueada?] (Neigass)
[Vamos apenas dizer que havia alguns idiotas que se interessaram em nós] (Flamm)
[Parece que vocês duas tiveram um dia bastante agitado. Deixe-me cuidar disso para vocês. 『Erosão』!] (Neigass)

Com um aceno fantasioso de sua mão, Neigass lançou um feitiço no deslizamento de rochas bloqueando seu caminho. Uma rajada de vento negro materializou-se do ar rarefeito e envolveu os destroços, transformando-os lentamente em pó e lascas até não restar nada.

[Ouça, se outros monstros aparecerem, eu cuidarei deles para vocês. Vocês, garotas, apenas se concentrem em se apressar e encontrar essas ervas] (Neigass)
Sara parecia intrigada. [Mas por que você nos ajudaria?] (Sara)

Neigass sorriu calorosamente.

[Eu sei que ainda é difícil para você confiar em mim, mas nossas necessidades estão alinhadas uma com a outra. Achei que não poderia machucar] (Neigass)
[Vamos, Sara], Flamm disse. [Vamos nos apressar e acabar com isso] (Flamm)
[Tudo bem!] (Sara)

As meninas rapidamente começaram a recolher toda a kialahri que puderam encontrar, além de várias outras ervas que encontraram ao longo do caminho. Parece estranho ter um demônio vigiando suas costas, mas a Neigass até as escoltou até a entrada da caverna, despachando rapidamente quaisquer monstros que encontraram pelo caminho.

Ao se despedirem de sua inesperada companheira, Flamm fez uma última pergunta. [Ei, Neigass?] (Flamm)
[O que seria, minha querida?] (Neigass)
[É verdade que demônios não matam humanos?] (Flamm)
[Bem, eu não posso falar em absolutos. Houve baixas durante a guerra, quando os humanos invadiram nosso território, é claro. Mas juramos não matar pessoas apenas para nosso próprio benefício ou prazer] (Neigass)
[Jura? Por quem?] (Sara)
Neigass colocou um dedo nos lábios em pensamento. [Hmm, agora essa é uma pergunta difícil] (Neigass)

Ela virou seu sorriso para a Sara.

[Nós não acreditamos em nada como um deus, por si só. Mas fazemos essa promessa por todos que encontramos, incluindo você, Sara] (Neigass)
[Eu entendo] (Sara)

Sara não rejeitou nem aceitou as alegações da Neigass, mas preferiu sair. Isso é justo. Ela passou os últimos oito anos de sua vida odiando demônios, e essas lições não vão desaprender tão cedo. O fato de terem sido capazes de ter essa conversa civilizada é impressionante por si só.
Com suas despedidas fora do caminho, Neigass se virou e voltou para a caverna.


◇ ◇ ◇


Usando a luz fraca de suas lanternas, Flamm e Sara abriram caminho pela floresta no caminho de volta para a cidade. Insetos chilreavam ao longe como um coro de sinos minúsculos, dando à viagem uma sensação bastante melancólica.
Sara permaneceu quieta enquanto caminhavam, seu rosto nublado com uma expressão complicada. Flamm decidiu deixar sua companheira de viagem com seus pensamentos durante a primeira metade da viagem, antes de finalmente falar.

[Isso foi muito para absorver. Ainda não tenho certeza se entendi tudo] (Flamm)
[Eu também. Eu não sei mais no que acreditar] (Sara)
[Acha que realmente é uma instalação da igreja?] (Flamm)
[Se até mesmo uma freira como eu pudesse entender isso, os padres seniores devem ter notado que a igreja está escondendo alguma coisa] (Sara)
[A igreja sofrerá um grande golpe em sua reputação se for divulgado que eles estão realizando experimentos em humanos] (Sara)
[Definitivamente. Tenho certeza que eles querem manter esse segredo, custe o que custar] (Flamm)
O que pode estender-se com eles se livrando das duas, pensou Flamm. [Nós provavelmente deveríamos manter isso para nós mesmas, então] (Flamm)

Sara concordou com a cabeça, mas não disse mais nada. Como freira, isso deve ser muito mais difícil para ela engolir do que para a Flamm, mas é fácil imaginar as coisas terríveis que a esperam se ela falar disso para alguém.
Não importa o quanto ela quebre a cabeça, Flamm continua chegando à mesma conclusão - sua melhor aposta é segurar a língua e ficar calada. Não adianta pensar mais nisso, então. Por enquanto, ela só quer voltar para a Milkit e dormir o mais pesado possível.
As duas continuaram sua marcha silenciosa em direção a Anichidey.