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Capítulo 5 - Um Filho, Uma Jornada, Uma Sereia e Bandidos

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A loucura começou na catedral da igreja.
Após sua recitação matinal das escrituras, Skargo inclinou a cabeça para a pergunta sem sentido de seu convidado inesperado.

"... Hum. Parece que você ainda não entendeu" (Agaido)
"O que é, Lorde Agaido? Você poderia pelo menos formular sua pergunta de uma forma que seja simples de entender?" (Skargo)

Skargo rapidamente olhou para o lado com um brilho impossivelmente afiado em seus olhos, e fez a irmã desatenta que foi pega em seu caminho cair.
Agaido ignorou isso com um sorriso irônico e falou com um ar arrogante enquanto acariciava o bigode.

"Acabei de receber notícias de meus espiões. Parece que a Lady Cayna não sai de seu quarto na pousada há dois dias. Talvez ela esteja doente..." (Agaido)
"O-O-O-O-O-O-O-O-Q-O-QUÊ VOCÊ DIISSSEEEEEE?!?!" (Skargo)

Todos os presentes congelaram em choque com a surpreendente perda de compostura do Sumo Sacerdote. Os sacerdotes tentaram chamar o Sumo Sacerdote Skargo com vozes trêmulas, mas assistiram com espanto estupefato enquanto ele corria na velocidade da luz. Até o Agaido ficou atordoado com seu ato de desaparecimento.

Enquanto isso, Cayna estava escondida em seu quarto na pousada, completamente inconsciente de que ela é o centro da loucura. Enrolada em seus cobertores, ela se tornou um bicho-da-seda em seu casulo.
Vários dias se passaram desde a revelação angustiante. Todos os seus planos foram desfeitos, e agora ela não tem ideia do que deveria fazer.
Talvez fosse um caso tardio de tristeza de inverno ou algum tipo de greve. Não, para ser honesto, ela estava apenas de mau humor na cama.
A proprietária mulher-gato e os outros funcionários da pousada se preocuparam muito com ela. Ela se sentiu mal, mas nos últimos dias, ela não queria nada além de que todos a deixassem em paz até que ela se recuperasse.
Mas ela poderia manter isso para sempre.
Cayna está vivendo neste mundo.
Ela pensou em cortar todos os laços e se esconder em sua torre, mas tal existência não poderia ser considerada 【viva】.
Ela precisa comer alguma coisa, e agora tem muitos novos amigos. Além disso, ela prometeu ver a Lytt novamente. Ela também não podia deixar os sorrisos alegres da Mai-Mai e do Kartatz desaparecerem.
Mesmo assim, ela não podia ignorar o fato de que, não importa o quanto procure, nunca encontrará outros jogadores. Mesmo que ela reviva todas as torres, ninguém estará lá para cumprimentá-la.

"Tem que ter alguma coisa que vai me tirar desse sufo...", ela murmurou.

Nesse momento, Cayna ouviu uma comoção vindo do andar de baixo. Ela esticou apenas a cabeça das cobertas e olhou ao redor. Tudo o que ela podia ver são as paredes e o teto.
No entanto, alguém estava subindo as escadas correndo em pânico frenético.
No momento seguinte, a porta do quarto da Cayna saiu voando de suas dobradiças ao se abrir.


Pouco antes disso, a proprietária mulher-gato olhou para o teto com preocupação. A causa disso foi a alta elfa Cayna, que está hospedada lá a longo prazo. A menina tinha afundado em depressão alguns dias antes e se trancou em seu quarto sem nunca sair. Quando a proprietária foi vê-la, Cayna não parecia estar doente, mas sim apática por falta de motivação.
A proprietária viu muita gente passar por sua pousada, e logo percebeu a aflição da moça. Foi uma que impressionou muitos que ganhavam a vida como aventureiros. Alguma coisa deve ter acontecido durante um pedido que fez a Cayna perceber suas limitações. É um padrão contínuo entre aqueles na ocupação, e muitos se trancavam em seus quartos por vários dias. Se alguém se reerguer e continuar ou desistir e voltar para casa, tudo depende do indivíduo.
A proprietária havia aprendido por experiência que tal problema só pode ser resolvido com o tempo, e ela decidiu cuidar gentilmente da garota. Se a Cayna quiser falar, a mulher-gato ouvirá o tempo que for necessário. Ela não é de subestimar.
Dito isso, ela não tinha como realmente saber a verdadeira razão pela qual a Cayna estava deprimida.

"Eu me pergunto se a Senhorita Cayna está bem" (Hóspede)
"Bem, ela está dizendo que não está doente. Isso significa que está tudo bem, certo?" (Hóspede)
"Talvez ela esteja triste com alguma coisa?" (Hóspede)

Os frequentadores da pousada estão preocupados e agora expressam suas várias especulações. Quando tudo foi dito e feito, porém, parece aumentar a solidariedade entre as raças.
Só isso fez com que a proprietária pensasse que talvez tenha valido a pena começar a hospedaria.
Quando a proprietária silenciou a conversa no refeitório e ouviu atentamente, ela pôde ouvir uma comoção lentamente crescendo na rua do lado de fora.
Quando os demais hóspedes da pousada perceberam, já era tarde demais. A entrada tinha sido magnificamente explodida.
... Então eles o viram.

"ESSSTTEEEEEE É O LUUGAAAAAARRRR!!!" (Skargo)

Com essas poucas palavras, uma brisa refrescante varreu a pousada, seguida por uma cabeça de lindos e brilhantes cabelos cor de limão. As vestes azuis de padre imediatamente chamaram a atenção de todos.
Ele é o mais famoso dos famosos, uma beleza sem igual cobiçada por todas as mulheres da capital. E, francamente, você dificilmente poderia esperar ver alguém de sua estatura em uma pousada como esta nos arredores da cidade.
O recém-chegado é de fato ninguém menos que o terceiro em comando da capital, o Sumo Sacerdote Skargo.

""DWAAAAAAAAAGH?!"" (Hóspedes)

Todos na entrada, até aqueles nos cantos mais distantes, ficaram estupefatos e soltaram o grito mudo e frenético.
Skargo não percebeu o pânico deles, e suas vestes de sacerdote, brilhando como verdadeiras estrelas no céu, apenas acentuaram ainda mais sua presença.
O Sumo Sacerdote jogou o cabelo para trás com um "Hmph", seu sorriso arrojado encantando homens e mulheres. Seus perfeitos dentes brancos como pérolas brilharam audivelmente.
Depois de conseguir se recuperar de alguma forma, a proprietária amenizou as coisas com uma reverência.

"C-como posso ajudá-lo... Sumo Sacerdote, senhor? Se você está insatisfeito com esta pousada de alguma forma..." (Proprietária)
"Isso não tem nada a ver com o seu estabelecimento. Não tenho intenção de repreendê-la de forma alguma. Eu tenho apenas um alvo: uma única hóspede sua" (Skargo)

A proprietária tinha visto mais do que seu quinhão de clientes ao longo dos anos, mas o olhar cativante deste homem e seu brilho resultante dele fizeram seu coração pular. Ela pressionou as mãos contra o balcão para evitar cair.

"Acredito que minha querida mãe está ficando aqui", continuou Skargo. "Onde ela pode estar?" (Skargo)
"...... Huh?" (Proprietária)

Todos os presentes - não apenas a proprietária - ficaram visivelmente perplexos.

"O que diabos essa grande celebridade está falando?" (Hóspede)
"Ele acabou de dizer que sua mãe está aqui?" (Hóspede)
"Okay, certo. Não seja ridículo..." (Hóspede)
"Que nobre de alta classe como ela ficaria em um lugar como este?" (Hóspede)

Enquanto os hóspedes expressavam seu ceticismo, o Sumo Sacerdote Skargo – tão deslumbrante quanto a luz do sol da manhã – sorriu brilhantemente.

"Vou direto ao ponto. Onde está minha querida mãe, a mulher conhecida como Cayna?" (Skargo)

A sala congelou. Não, o próprio tempo parou.
De fato, há uma elfa chamada Cayna na pousada.
Ela é uma aventureira e... a mãe do Sumo Sacerdote?!
Todos entenderam essas palavras enquanto suas mentes corriam e conectavam os pontos a essa pessoa diante deles... ou não.

""""O QUEEEEEEEEEEEEE—?!"""" (Todos)

Outro grito como o anterior sacudiu a pousada.
Nem um pouco perturbado, Skargo fixou-se em seu alvo – as escadas para o segundo andar – com estrelas literais em seus olhos. Ele passou os dedos pelo cabelo sedoso com um *swish!* e deu uma única tosse. Ele abriu os braços quando um 【Pano de Fundo Brilhando com Esperança】 apareceu casualmente atrás dele, e ele subiu as escadas em um único salto.
A proprietária e os hóspedes da pousada ficaram em choque completo, ainda tentando entender o que acabou de acontecer.


Assim que a Cayna ouviu um barulho desconhecido vindo do andar de baixo, que foi um grito estranho ou um grito enfurecido, tudo ficou quieto. Então alguém começou a correr em uma corrida louca.
Quando a pessoa que ela só podia supor ser a causa da comoção entrou pela porta, Cayna entrou em modo alerta total. Pensando que o intruso deve que ser um perseguidor ou um ladrão, ela pulou da cama.
Seu olhar encontrou o cabelo brilhante cor de limão e olhos verdes suaves. Um rosto magro e um corpo esbelto.
Uma beldade em vestes azuis de sacerdote com bainhas douradas está diante dela.

Por que eu sinto que já vi esse cara em algum lugar antes...? Espere... de jeito nenhum?!

No momento em que ela tentou falar com essa pessoa, a identidade de quem ela tinha quase certeza...
... a linda figura fez "Oh!" e se aproximou dela em um instante. Ele envolveu as mãos dela em suas próprias com um grito de "Mãe querida!" e ele beijou as costas da mão da Cayna dizendo: "Faz muito tempo"

Um calafrio percorreu sua espinha e a congelou.
A beleza diante dela deu um sorriso tão ofuscante que poderia praticamente atordoar uma pessoa. Ele deu um passo para trás e curvou-se profundamente como se estivesse se dirigindo à realeza.
Um floreio de um elegante instrumento de sopro tocou quando ele abriu com "Perdoe meu atraso..." e ele declarou: "Sou eu, seu filho mais velho, Skargo", seus olhos amendoados e estreitos gotejando lágrimas peroladas enquanto ele continuava, "estou aqui para retribuir o amor da minha querida mãe". Um jardim de rosas instantaneamente os cercou quando o Skargo declarou com um sorriso deslumbrante: "Eu cheguei"

Sem palavras e sem expressão, Cayna ficou imóvel ao lado de sua cama, seu rosto branco como um fantasma.

"O qu... o qu... o qu-o-o que... isso...?" (Cayna)
"Ouvi dizer que você estava se sentindo muito mal e corri tão rápido quanto essas pernas me carregaram" (Skargo)



*Shing!*

Sua encarada intensa tomou conta da Cayna. Enquanto ela se sentava lá, a força gentilmente retornou a seus braços trêmulos. Várias 【Habilidades Ativas】 foram ativadas automaticamente.
Vendo-a assim, o belo Skargo decifrou que sua mãe não devia estar se sentindo bem e abriu os dois braços. Um cenário de 【Campo de Girassóis Desabrochando】 se estendeu atrás dele. Seu sorriso largo parecia dar boas-vindas a todos que olhavam para ele.

"Você... s-s-seu NOJEEEEENNTTOOOOO-!" (Cayna)

Em pânico e com repulsa, Cayna deu um soco que se conectou diretamente com seu sorriso. Embora a luta não fosse o forte dela, todas as habilidades de batalha que ela adquiriu fizeram isso.
No entanto, mesmo que ele fosse um esquisito, seu freio mental acionou e impediu que o golpe fosse fatal.
Mesmo assim, o elfo alto voou facilmente. Skargo, que não estava acostumado a levar socos, entrou em giro parafuso e ficou preso no teto. Visto que ele não deu a menor contração, ele presumivelmente desmaiou no momento do impacto.
Com os olhos vidrados, Cayna olhou para a instalação de arte sacerdotal pendurada em seu teto, lançou 【Barreira de Isolamento】, que abafa qualquer ruído externo, depois se aconchegou em seus cobertores e ficou de mau humor.
Imediatamente depois disso, um novo intruso irrompeu no quarto da Cayna.

"Ei, Skargo! Você realmente acha que um Sumo Sacerdote pode sair correndo no meio da... cidade?... Huh?" (Mai-Mai)

Mai-Mai tinha ouvido falar sobre o comportamento excêntrico do Skargo de uma freira na igreja e correu para buscar seu irmão. Ela olhou para o teto da Cayna e o viu pendurado nele.
A 【Barreira de Isolamento】 age como uma espécie de cobertor que separa completamente a cama do mundo exterior.
Mai-Mai olhou horrorizada com a visão diante de seus olhos.

"Huh? U-um, mãe?" (Mai-Mai)

Mesmo que ela grite, sua voz naturalmente não seria ouvida. A 【Barreira de Isolamento】 é uma 【Habilidade Mágica】 que protege os aldeões, que não podem lutar, durante as missões. A habilidade em si é problemática. Não só o lançador é o único que pode interferir na barreira, mas também não pode receber alertas dos administradores ou mensagens de outros jogadores. É inútil além da defesa, então é o tipo de habilidade que acumula poeira depois que você a adquire.
Mai-Mai também pode usá-la, então ela entende suas propriedades únicas. Ela discutirá isso com seus irmãos mais tarde, mas por enquanto, ela tem que fazer algo sobre o idiota preso no teto.
Ela gritou cansadamente "Ok, entre" para alguém do lado de fora da porta, e um grupo misterioso vestido de preto da cabeça aos pés entrou correndo. Eles colocaram uma escada, cavaram a cabeça do Sumo Sacerdote e o deixaram de volta no chão. Eles então preencheram o buraco, colocaram o Skargo no caixão que trouxeram e rapidamente se retiraram.
Mai-Mai olhou ao redor do quarto para ter certeza de que eles não estavam esquecendo nada antes de sussurrar, "Eu voltarei outra hora", e pedir licença. Ela então subornou cada pessoa na pousada com uma moeda de prata para evitar que o assunto se espalhasse.
O grupo vestido de preto carregando graciosamente o caixão pelas ruas movimentadas da capital era realmente uma visão estranha. No entanto, as pessoas simplesmente olharam para a procissão fúnebre com exasperação e diziam: "Ah, aconteceu de novo..."

Sumo Sacerdote Skargo — uma celebridade entre os habitantes da capital em mais de uma maneira.


"Uh, eu não acho que isso vai acontecer neste momento" (Kartatz)
"Eu preciso que você leve isso a sério, Kartatz! O que faremos se a mamãe se trancar para sempre?!" (Mai-Mai)

Para evitar olhares indiscretos, Mai-Mai e seus irmãos se reuniram no escritório mais apropriado do Skargo. Depois de escoltar seu irmão ferido para casa com o cortejo fúnebre, Mai-Mai chamou o Kartatz para conhecer e elaborar um plano de jogo.
O mais velho agora está imerso em pensamentos em sua mesa com uma expressão conflitante no rosto. Sem surpresa, os resultados de sua tão esperada reunião casual parecem ter causado um grande impacto sobre ele.
Mai-Mai pensou que ele estava apenas colhendo o que plantou, mas esse não é o problema agora. E sim a mãe deles.

"De qualquer forma, se a mamãe se excluir com tudo o que ela tem, você realmente acha que seremos capazes de quebrar essa barreira?" (Kartatz)
"Ngh..." (Mai-Mai)

A lógica de seu irmão mais novo desfez qualquer contra-argumento que a Mai-Mai pudesse ter. Não há como negar que sua mãe é uma maga de alto nível que reinou como um dos apenas vinte e quatro escolhidos transcendentes durante a Era das Sete Nações. Cayna também foi reconhecida como a Mestra das Ruínas Sagradas da Era dos Deuses (por conta de eventos floreados na mente de seus filhos).
É muito fácil ver que nenhum mago comum como a Mai-Mai poderia se comparar.

"Se suas habilidades são de nível mediana, mana, então as pessoas hoje em dia devem ter o nível mais baixo possível..." (Kartatz)

Kartatz tentou interromper enquanto a Mai-Mai murmurava para si mesma, mas não pareceu adiantar muito. Ele coçou a cabeça com uma expressão O que eu faço agora? e imaginei que ele tentaria se voltar para seu irmão mais velho.
Assim que ele estava prestes a fazê-lo, o perturbado Skargo exclamou: "É isso! Eu entendi!" e levantou-se com determinação infalível queimando em seus olhos.

"O-o que foi, mano? Você descobriu uma maneira de passar pela barreira?" (Kartatz)
"Não, mas eu sei por que mamãe querida me bateu!" (Skargo)

Uma 【Onda Furiosa】 surgiu atrás dele, e ele tirou suas vestes cerimoniais oficiais do armário. Seu brilho dourado brilhante o fez se destacar ainda mais do que o rei, então todas as partes interessadas o fizeram guardá-la. Ele começou a colocá-la enquanto o spray do oceano se espalhava ao seu redor, e ele fez uma pose afiada seguida por um *sha-shing!*

"Vou ver a Mãe Querida! Como eu suspeitava, essas roupas surradas eram uma ofensa à sua presença suprema!" (Skargo)

Um relâmpago atingiu o Skargo com um *crack!*

"De certa forma, você é mais corajoso do que todos nós, mano..." (Kartatz)

Kartatz podia sentir a energia mágica de sua irmã crescendo e decidiu sair da sala antes que fosse pego por ela. Suas habilidades consistem principalmente em 【Magia de Cura】 de baixo nível, 【Magia de Suporte】 e 【Habilidade Artesanais】 em arquitetura, então não importa quantas vidas ele tenha, ele nunca sobreviverá a uma luta entre os dois.
De qualquer forma, ele decidiu fazer uma visita à pousada em questão para ver se eles poderiam conversar sobre as coisas.
Ele fingiu não ouvir as explosões vindo do outro lado da porta fechada.

... No entanto, no caminho para lá, Kartatz encontrou alguma boa – ou talvez não tão boa – sorte no mercado.
Ele viu a Cayna comprando um espeto de carne e pensou em ir até ela. Suportando os olhares curiosos da equipe do mercado, ele usou todos os músculos de seu corpo para se levantar trêmulo. Ele perseguiu sua mãe com suas últimas forças.

"M-Mãe?! Você não estava escondida no seu quarto?!" (Kartatz)
"Ah, Kartatz. O que você está fazendo aqui? Você quer um pouco de carne também?" (Cayna)

Kartatz viu sua mãe dizer alegremente ao vendedor: "Mais um, por favor, senhor!". Abatido, o resto de sua energia o deixou como se dissesse: Por que diabos estávamos tão preocupados?. Sentado ao lado dela em alguns dos caixotes de madeira espalhados, Kartatz observou a Cayna com um profundo suspiro de alívio enquanto ela comia seus espetos de carne e mordia algumas frutas.
A causa de toda essa angústia sorriu para ele como se quisesse aliviar sua ansiedade e inclinou a cabeça.

"Desculpe por isso. Parece que eu te preocupei. Houve algumas coisas que me jogaram em um loop, mas depois fiquei com fome. Depois de comer doces e outras coisas, tudo isso pareceu não importar mais, e eu me senti melhor. Heh-heh, muito bobo, certo?" (Cayna)
"Nossa. Mana está agindo como se o mundo estivesse prestes a acabar, você sabe. Vá vê-la mais tarde" (Kartatz)

Cayna sorriu e deu um "Desculpe, desculpe", mas logo seu rosto caiu.

"A propósito, sobre aquele pervertido loiro que eu mandei voar..." (Cayna)
"Ah, eu ouvi da Mai-Mai que o Mano veio correndo e você deixou ele preso no teto" (Kartatz)
"Eu sabia. Então isso é o Skargo..." (Cayna)

Kartatz descobriu o que havia acontecido com base no olhar vidrado nos olhos de sua mãe. Ele meio que teve pena dela pelo que ela deve ter testemunhado.
Tanto ele quanto a Mai-Mai também já haviam estado no lugar da Cayna antes, e ele queria que sua mãe também soubesse das idiossincrasias do Skargo. Agora é um momento tão bom quanto qualquer outro.

"Sim, Mano vive pela doutrina de que você está acima de tudo. Ele é sempre assim, então prepare-se" (Kartatz)
"Sempre assim... Onde eu errei?" (Cayna)

Isso, é claro, tem a ver com como ele aprendeu suas habilidades. Ela nunca tinha imaginado que ele pegaria a 【Habilidade Especial: Oscar – Rosas Dispersam com Beleza】 tão perfeitamente. De certa forma, ele tem um talento natural.
Sua personalidade, no entanto, é outra questão inteiramente diferente.
Mesmo assim, talvez se possa dizer que foi isso que varreu seu choque, quando confrontada com tal visão, ela não poderia se importar menos com os outros jogadores e outros assuntos. Ela percebeu que a questão atual é a melhor forma de lidar com seu filho.

"Eu entendi! Depois de destruir completamente a personalidade dele, posso reinstalar uma nova e decente!" (Cayna)

Com essa declaração tal mãe, tal filha, Kartatz escorregou de seu caixote de madeira. Cayna poderia transformar o Skargo e toda a capital em cinzas. Kartatz cruzou os braços como se estivesse se abraçando e se opôs a ela de frente.

"Espera aí, mãe! O que você está pensando?! Você vai matar o mano?! Ele pode ser assim, mas está sempre pensando no país e trabalhou duro até agora. Ele colocou todo o seu coração em estabelecer a ordem entre as pessoas para que você pudesse ver que homem bom ele se tornou. Não desconsidere tudo o que ele fez!" (Kartatz)
"Kartatz..." (Cayna)

A história de fundo que seu filho de repente contou aqueceu um pouco o coração da Cayna. Afinal, ela pode ver que ele realmente acredita no Skargo, pelo menos nesse ponto, e se sentiu um pouco envergonhada por ela ter julgado seu filho mais velho como completamente unidimensional. Ela apenas queria castigá-lo por jogar suas habilidades por todo o lugar e se destacar como um polegar dolorido chamativo. Foi um pouco chocante que o Kartatz pensou que ela tentaria matá-lo por tal motivo.

"Sim. Você tem razão. Ele mudou, pelo menos em parte... eu registrei ele no 【Sistema de Adoção】, então acho que não posso realmente julgar..." (Cayna)
"*Suspiro*. C-contanto que você entenda. Agh, você realmente me fez ir. Gwagh!" (Kartatz)

A voz do Kartatz vacilou descontroladamente quando sua mãe, ao lado dele, de repente o abraçou forte. Ele se contorceu contra seu amor filantrópico, e ela murmurou um baixinho "Desculpe".

"Se você quer dizer isso, então preste atenção nos sentimentos das outras pessoas!" (Kartatz)
"Hum?... Oh?" (Cayna)

Cayna notou os visitantes do mercado e os vendedores desocupados lançando olhares furtivos para eles e sussurrando entre si. Um anão com idade suficiente para saber que ser abraçado por uma linda jovem é o suficiente para levantar suspeitas.
Ela ficou um pouco vermelha, mas podia dizer com confiança que não se sentia como se eles estivessem fazendo algo errado. Afinal, ela é apenas uma mãe abraçando seu filho.

"Hee-hee-hee, estou feliz" (Cayna)
"Não há nada para ficar 『feliz』 nisso! Coloque-se no meu lugar!" (Kartatz)

Ele a arrancou à força com tudo o que tinha e olhou para sua mãe sorridente com perplexidade.

"Você mudou, não é, mãe?" (Kartatz)
"... Hmm, você pode estar certo. Afinal, eu tenho vocês três" (Cayna)
"Do que você está falando? Não é óbvio que estamos aqui por sua causa?" (Kartatz)
"Hee-hee-hee, isso é verdade. Obrigada, Kartatz" (Cayna)

Por que estou deprimida só porque não há outros jogadores? Ainda tenho uma família, e só isso basta. Eu vou ficar bem aqui.

"Então, vamos ver o Skargo?", ela perguntou.
"Eh?" (Kartatz)

Para aquela zona de batalha entre seu irmão e sua irmã?

Ele foi pego no meio tempo suficiente para entender, e o rosto do Kartatz congelou ao recordar as cenas de caos.

"Hum? O que está errado? Skargo está se sentindo mal?" (Cayna)
"Não é isso não. Esses dois estão no meio de uma grande luta agora..." (Kartatz)
"Uma luta? Bem, sim, acho que esse tipo de coisa acontece" (Cayna)

Para sua mãe, uma luta entre magos mestres é aparentemente insignificante o suficiente para ser resumida como esse tipo de coisa. Kartatz realmente não tinha ideia do que se passava em sua mente.
Sem saber que seu filho estava pensando coisas como Espero que a igreja não seja destruída, Cayna o incentivou.
Kartatz voltou para a igreja, e a irmã que havia rejeitado a Cayna antes saiu para cumprimentá-los.

"Oh, Mestre Kartatz. Se você deseja ver o Mestre Skargo, ele ainda está na sala com a Lady Mai-Mai..." (Freira)
"Eles ainda estão nisso, hein...?" (Kartatz)
"E-e, ah, quem é essa mulher?" (Freira)
"Oh, certo. Você disse que essa irmã mandou você fazer as malas antes, certo, mãe?" (Kartatz)
"... Eh? O que?" (Freira)

Ouvir o irmão mais novo do Sumo Sacerdote chamar essa obviamente jovem de 【Mãe】 fez a irmã suar frio.
A própria garota penteou o cabelo para trás, e as orelhas levemente pontudas que a marcavam como uma Alta Elfa espreitaram. Ela deu um "Prazer em conhecê-la" e fez uma reverência.

"Eu estou deixando você saber agora que esta aqui é nossa mãe. Se você for rude com ela, você enfrentará a ira do meu irmão" (Kartatz)
"Kartatz... eu tenho que dizer que, como sua mãe, meio que dói você me chamar de 『esta aqui』..." (Cayna)

Sem vontade de ouvir o ato de comédia familiar, a irmã imediatamente se prostrou e pediu desculpas por seu erro anterior.

"E-eu sinto muito! Eu posso não saber, mas isso não desculpa minhas maneiras horríveis! Por favor me perdoe!" (Freira)
"Ah, não se preocupe. Você não fazia ideia, e isso realmente não me incomodou. Por favor, levante a cabeça" (Cayna)
"Sim, não é como se a mamãe tivesse qualquer tipo de posição" (Kartatz)

Depois que os dois pacificaram os cavaleiros da igreja que vieram correndo para verificar a comoção que a irmã havia causado, eles ficaram diante da porta do escritório do Skargo.
Não havia nada particularmente estranho na porta, mas o corredor onde estava localizada balançava levemente de vez em quando.

"Eles montaram uma barreira nesta sala de antemão. É por isso que não há danos do lado de fora" (Kartatz)
"Então, que tal isso" (Cayna)

Cayna tirou um frasco cheio de líquido amarelo de sua 【Caixa de Itens】, abriu um pouco a porta, jogou-o para dentro e rapidamente fechou a porta novamente.
Imediatamente depois, houve um estranho e explosivo *BA-BAAAAAM!*. O item que ela lançou é como uma granada de flash que atordoa os inimigos com luz e som. Seu criador era a pior pessoa que Cayna conhecia, então essa mistura especial tem mais do que apenas flash e bang.
Uma enorme gota de suor escorreu pela nuca do Kartatz, e ele olhou de um lado para o outro entre a porta do quarto agora silencioso e sua mãe.
Depois de um minuto inteiro, Cayna abriu a porta. Do lado de dentro, a fumaça amarela flutua pelo chão. Ela usou 【Magia de Vento】 e abriu as janelas da sala e do corredor para limpar o ar.
O quarto não parecia tão ruim. Os móveis haviam sido fixados com magia, e apenas as cadeiras e a mesa estavam espalhadas. Misturados a isso estão o Skargo e a Mai-Mai, que ficaram inconscientes.
Uma vez que os dois foram colocados em um canto, Cayna e Kartatz limparam e colocaram as cadeiras de volta em seus lugares originais. O irmão mais novo arrastou o irmão e a irmã pelos colarinhos, e a Cayna produziu pequenos pingentes de gelo, que ela usou para cutucar seus dois filhos inconscientes.

""HWOOOOOOOOOOOOO?!"" (Skargo e Mai-Mai)

Os dois soltaram um grito estranho e pularam, então olharam perplexos quando notaram seu irmão e sua mãe rindo roucamente deles.

"Mãe querida!" (Skargo)
"Mãe?!" (Mai-Mai)
"Ei pessoal. Desculpe por isso. Parece que eu preocupei vocês" (Cayna)

Cayna fez o Kartatz sentar-se no sofá e o Skargo e a Mai-Mai ajoelharem-se no chão, então ela se ajoelhou e curvou-se profundamente.

"Sinto muito por ter chateado vocês dois" (Cayna)
"E-espere, mãe! Por que você está se curvando?! Somos nós que devemos pedir desculpas!" (Mai-Mai)
"Isso é correto, Mai-Mai. Você é a questionável. Você não deve causar tantos problemas à mamãe querida..." (Skargo)
"Ei, mano, quer tentar calar a boca?" (Kartatz)

Kartatz deu um sorriso sombrio que carecia de todo humor e apontou seu machado de guilhotina bem na garganta do Skargo. Com certeza, Skargo decidiu manter a boca fechada.
Com a cabeça ainda abaixada, Cayna continuou suas desculpas.

"Fiquei cativa de meus pensamentos egocêntricos e desespero e tratei vocês com crueldade. Eu falhei como mãe e, por isso, lamento profundamente" (Cayna)

Os irmãos trocaram olhares. A mãe deles está sinceramente arrependida.
Kartatz guardou o machado e juntou-se ao irmão e à irmã ajoelhados.
Mai-Mai deu um tapa na cabeça e apertou a mão do Skargo, que se recompôs com um aceno de cabeça.
Skargo então tirou o casaco, deu um tapinha no ombro da Cayna e ergueu seu queixo.
Os três irmãos então baixaram a cabeça.

"Assim como nos velhos tempos, estou ansiosa para passar um tempo com você, mãe querida" (Skargo)
"Sim. Eu também, mãe" (Mai-Mai)
"Você é a única mãe que temos" (Kartatz)
"Sim. Estou feliz por ter vocês três!" (Cayna)

Cayna enxugou as lágrimas dos cantos dos olhos e sorriu. Isso instantaneamente passou para seus filhos, e a sala se encheu de sorrisos brilhantes.

"Phew. Quando o Skargo entrou em ação, eu não tinha certeza de como as coisas iriam acabar!", exclamou Mai-Mai.
"Eu estava simplesmente preocupado porque ouvi do Lorde Agaido que a Mãe Querida estava doente" (Skargo)
"Como ele saberia algo assim?" (Mai-Mai)
"Parando para pensar sobre isso, ele disse algo sobre seus espiões..." (Skargo)
"Espiões?! Ele tem observado a mamãe?" (Mai-Mai)
"Talvez ele esteja apenas de olho em mim à distância? Eu realmente não me importo. Eu vou avisá-lo se ele começar a ficar no meu caminho. Além disso, tenho o Kee como meu cão de guarda" (Cayna)
『Eu não sou um cão de guarda』 (Kee)
"Ah, parece que você fez um contrato com um Espírito Divino, Mãe Querida. Você é tão excepcional como sempre" (Skargo)
"Caramba, quando você me chamou, eu não tinha ideia do que estava acontecendo...", Kartatz entrou na conversa.

Foi aqui que a Cayna murmurou: "Ah, certo", e pressionou um punho contra a palma da mão.

"Eu tenho algo que eu quero falar apenas com vocês dois. Oh, Kartatz, você saiu do trabalho, certo? Você pode voltar agora" (Cayna)
"Ok. Bem, estou saindo então. Não tem como eu deixar tudo para aqueles caras" (Kartatz)
"Por enquanto, vocês dois, ajoelham-se ali" (Cayna)

Skargo e Mai-Mai tinham voltado para as posições de pé, mas a aura sombria que a Cayna tinha cercado usando 【Intimidar】, 【Encarar】, 【Olho Maligno】, 【Pressão】 e 【Medo】 fez seus rostos se contorcerem. Eles imediatamente congelaram como sapos sendo encarados por uma cobra, e um calafrio penetrante os percorreu como se tivessem acabado de pegar um resfriado.

"O-o-o-o-o-o que seria, M-M-M-M-Mãe...?" (Mai-Mai)
"M-Mãe querida?! P-p-posso perguntar o que te irritou tanto...?" (Skargo)
"Eu ouvi muito do Kartatz. De agora em diante, vocês estão proibidos de lutar com magia. Eu tenho que, pelo menos, ensinar-lhes muito esse bom senso. Claro, isso também inclui o uso excessivo da sua 【Habilidade Especial】, Skargo" (Cayna)

Sua expressão é como a de um demônio devorador de homens, seu sorriso é como uma lua crescente vermelha. Os irmãos tremeram de medo ao ver sua mãe, que se transformou em um Rei Demônio sem qualquer 【Habilidade Especial】.
Ao fechar a porta atrás dele para voltar ao trabalho, Kartatz calou seus gritos aterrorizantes. Ele deu um grande estiramento e estalou o pescoço.

"Vocês tiveram o que mereceram" (Kartatz)


*


Vários dias depois do alvoroço na igreja...
Elineh visitou o quarto da Cayna e deu início aos acontecimentos com uma única pergunta.

"Lady Cayna, você não consideraria viajar para o norte?" (Elineh)
"Hum? Norte?", ela respondeu sem entusiasmo. Em uma mão, ela segura uma fruta vermelha redonda conhecida como ruche. Foi um presente do Elineh, e ela a viu como uma espécie de sobremesa que você poderia comer casualmente.

Enquanto comia, pensou sobre deixar a capital.
Pensando que a Cayna iria ceder se ele apenas a empurrasse um pouco, Elineh soltou seu trunfo.

"Depois de visitarmos aquela vila remota, é claro" (Elineh)
"Eu irei!... Ah" (Cayna)

Ela respondeu sem pensar e logo entendeu. A expressão do kobold era difícil de ler, mas ela olhou para os ombros trêmulos do mercador enquanto ele reprimia o riso.

"Nghhh, isso não é justo, Elineh! Você sabia que eu nunca recusaria se você dissesse isso!" (Cayna)
"Meu Deus, não. Não diga essas coisas. Eu simplesmente disse que passaríamos por lá para uma visita a caminho do norte, não disse?" (Elineh)
"Nossa, você realmente é um sorrateiro, Elineh... Hum, são quatro pratas para chegar à vila, certo?", ela perguntou, lembrando quanto custou para chegar à capital e imaginando quanto custaria uma viagem mais longa.

No entanto, uma ruga se formou em sua testa, e ele balançou a cabeça.

"Não me importo de tratá-la como hóspede até a vila, mas depois disso, gostaria que você servisse como guarda..." (Elineh)
"Huh? O norte é tão perigoso assim?" (Cayna)

Cayna pensou que se é uma fusão com o Reino Negro (também conhecido como o Reino dos Demônios), provavelmente é. No entanto, Elineh respondeu: "Na verdade, é", e começou a falar sobre a distribuição recente de produtos. Ele abriu um mapa e traçou uma rota comercial generalizada com o dedo.

"Primeiro, existem rotas comerciais que contornam as bordas externas do continente. Depois, há rotas internas que correm ao longo das fronteiras das nações. Este país tem dois ao norte e ao sul do rio. Por último, há a principal rota de tráfego do continente que liga as capitais de cada nação às demais" (Elineh)

Pensando: É como os trens passando por diferentes capitais, Cayna assentiu sem dizer nada. Elineh tocou a fronteira oeste do país e continuou sua explicação.

"Neste momento, a capital de Felskeilo e a capital de Helshper ao norte estão conectadas por esta rota principal. Nossa rota externa para o oeste está fechada, então o plano atual é passar pela nossa rota interna para chegar à rota externa para o leste, atravessar o rio e depois seguir pela rota interna para chegar à capital de Helshper" (Elineh)
"A estrada está bloqueada por causa de um deslizamento de terra ou algo assim?" (Cayna)
"Não, bandidos", Elineh respondeu pouco depois.

Cayna percebeu o grau de nervosismo em sua resposta e engoliu em seco. Elineh apontou ligeiramente para o norte da fronteira oeste de Felskeilo.

"Há uma antiga fortaleza desgastada aqui, mas aparentemente, os bandidos fizeram dela seu esconderijo recentemente e começaram a se expandir aqui e ali" (Elineh)
"Ah..." (Cayna)
"O líder deles não deve ser confundido em nenhuma circunstância. Até os cavaleiros estão em cima de suas cabeças, e eles dizem que se transformou em um impasse" (Elineh)
"Wow, eu não achava que ainda havia alguém tão forte neste mundo... Whoa, Arbiter?! Quando você chegou aqui?" (Cayna)
"Hmm, eu acho que desde O" (Arbiter)
""Isso não ajuda em nada!!"", os dois retrucaram juntos.
Arbiter murmurou: "De alguma forma, sempre deixo a jovem senhorita irritada", e saiu do quarto. Suas palavras colocaram um olhar azedo em seu rosto, e ela perguntou ao Elineh: "Eu realmente estou sempre com raiva?"

Ele respondeu com ombros trêmulos e uma risada mal contida. Não é necessário dizer que isso deixou a Cayna com um humor ainda pior.


Uma vez que ela deixará a capital em breve, Cayna achou melhor dar uma palavra rápida a quem precisar saber de sua partida.
Isso foi principalmente porque ela viu como a filha com quem ela se reuniu recentemente a bajulou. A atitude quente e fria não é motivo suficiente para não vê-la. No entanto, emparelhado com a forma como sua filha se agarra a ela como um grande gato, aconchega-se e se comporta como uma criança mimada cada vez que se encontram, esse combo de três hits este lentamente se tornando demais para a Cayna. Francamente, ela não sabia como lidar com isso. Ela se sentiu mal pela Mai-Mai, mas ela quer colocar alguma distância entre elas e ter uma pausa mental.
Apesar de tudo que a Cayna havia dito a seus filhos durante as brigas da Mai-Mai e do Skargo, ela não tem experiência com crianças muito mais velhas do que ela. Consequentemente, ela queria chegar a um acordo com isso e resolver o assunto sozinha.

"O que?! Você está deixando o país, mãe?!" (Mai-Mai)
"Não aja como se eu estivesse fugindo, Mai-Mai. É para o trabalho. Eu vou estar guardando uma caravana mercante" (Cayna)

Elineh disse a Cayna que eles planejavam partir no dia seguinte, então ela visitou o Skargo primeiro. No entanto, ele parecia estar em uma reunião com a família real e não estava na igreja. Cayna se preocupou se seria sensato compartilhar esse tipo de informação com terceiros. Quando ela pediu que a irmã a ajudasse, a mulher assegurou-lhe que o Skargo é um homem íntegro e esta é apenas sua política.
Cayna colocou a cabeça entre as mãos. Ela não sabia se iria atrás da igreja por divulgar livremente segredos sob essa política de 【integridade】 ou seu filho que insistiu nisso em primeiro lugar...

"Se eu me envolver com isso, tenho a sensação de que as políticas deles mudarão para a minha maneira de fazer as coisas" (Cayna)

Se a Cayna disser ao Skargo para parar de divulgar informações confidenciais, ela não tem dúvidas de que ele mudará imediatamente as políticas da igreja para o que a Cayna disser para ele. Ela não pode ter a opinião de uma mãe virando toda a igreja de cabeça para baixo, então ela decidiu ficar quieta sobre o assunto.
Cayna muitas vezes via o Skargo pregando na estrada principal, mas as flores brilhantes e reluzentes que desabrochavam ao redor dele só lhe causavam ansiedade.
Na verdade, a reputação do Skargo entre as pessoas da cidade não é nada ruim. Embora ele dê sermões, os espetáculos que irrompem atrás dele parecem desempenhar um grande papel e são fáceis de entender para as crianças. Mesmo assim, a capacidade da população de aceitar essas exibições como normais deu a Cayna uma dor de cabeça. Isso foi aparentemente porque o Skargo serviu como Sumo Sacerdote por cerca de duas gerações.

Em seguida, Cayna caminhou um pouco mais até a Academia para dar a notícia a Mai-Mai. Aliás, como seus filhos ocupam cargos de autoridade tanto na igreja quanto na escola, ela praticamente pode entrar sem problemas.
Mai-Mai poderia contar ao Kartatz as novidades no lugar dela, então ela não estava particularmente preocupada em ir até ele. Cayna estava grata por seu filho mais novo ser o mais fácil de se distanciar, embora ainda houvesse maus hábitos que ele aprendeu com seu irmão mais velho.

"Hum. Ainda assim, você está indo para Helshper, certo? Apenas no momento ideal. Mãe, você acha que poderia entregar uma carta para mim?" (Mai-Mai)
"Eu não me importo. Você tem um amigo lá?" (Cayna)
"Heh-heh-heh. Na verdade, mãe, esperava apresentar você a eles. Estou pensando que esta pode ser uma boa oportunidade" (Mai-Mai)

O sorriso tortuoso da Mai-Mai não levantou nenhuma bandeira vermelha para sua mãe. Parece relativamente inofensivo, então a Cayna não pensou muito nisso na época.
No entanto, ela nunca poderia ter adivinhado que o fracasso de a Mai-Mai em revelar seu plano mais tarde criaria um caos que desgastaria sua sanidade.



No dia seguinte, a caravana do Elineh se preparou para partir do lado de fora do portão leste da capital. As carroças estão bem abastecidas com mercadorias cuidadosamente selecionadas, e todos os guardas mercenários do Lança de Chamas estão presentes. Apenas a Cayna, a menor entre eles, parece deslocada. Mesmo que ela tire a espada ao seu lado, alguém pensaria que ela não passa de uma viajante.
Normalmente, ninguém estaria lá para se despedir de uma única caravana, mas duas pessoas estão falando com a Cayna.

"Mãe! Volte logo!" (Mai-Mai)
"Oomph?! Espere, Mai-Mai, dói quando você me abraça tão forte!" (Cayna)

Presa em um abraço de urso, Cayna protestou enquanto se afastava de sua filha. Embora fosse uma mera nota lateral, o peito da Mai-Mai é tão pequeno que ela realmente não se sentia como se estivesse sendo sufocada ou algo assim. Isso ocorreu porque houve uma interrupção desnecessária durante a criação de seu personagem.
Tanto o Skargo quanto a Mai-Mai são mais altos que a Cayna, que pode ser facilmente confundida com sua irmãzinha. Kartatz, por outro lado, é um pouco mais baixo que ela. No entanto, dificilmente alguém olhando para os dois lado a lado pensaria que eles são mãe e filho.

"Não tenho certeza se realmente precisamos nos preocupar com você, mãe, mas tome cuidado" (Kartatz)
"Certo. Cuidado para não se machucar no trabalho, Kartatz" (Cayna)
Cayna deu a seu filho mais novo um grande sorriso. Atrás dela, Arbiter gritou: "Heeey! Estamos indo embora, senhorita!"
"Ah, indo! Bem, então. Estou saindo, até mais" (Cayna)
"Ah, mãe. Aqui está a carta que mencionei ontem. Desde já, obrigada" (Mai-Mai)
"Certo, deixe comigo. A quem se dirige?" (Cayna)
"Caerick da cidade fronteiriça. Cuide-se, mãe!" (Mai-Mai)

Cayna pegou a carta, confirmou o nome do destinatário e pediu ao Kee para anotar. Uma vez que ela a colocou na 【Caixa de Itens】, não haverá como perdê-la.
Ela acenou em adeus para seu filho e filha enquanto perseguia a caravana que já estava saindo. Os dois continuaram acenando até que a caravana desapareceu na distância leste pela estrada principal.
Kartatz e Mai-Mai ficaram ali por algum tempo, uma expressão conflitante no rosto dele, uma calma no dela.

"Hmm, mamãe como guarda... Nenhuma caravana no mundo poderia ser mais segura" (Kartatz)
"Em vez disso, você não diria que a mamãe poderia destruir o covil dos bandidos em um ataque?" (Mai-Mai)
"Bem, ela é uma aventureira agora. Não adianta se colocar no trabalho se não há lucro" (Kartatz)
"Sim, isso é verdade" (Mai-Mai)
"De qualquer forma, aquela carta que você deu a ela. É, você sabe, para aqueles caras?" (Kartatz)
"Isso mesmo, hee-hee-hee. A mãe certamente ficará surpresa" (Mai-Mai)
"Tenho certeza que ela vai desmaiar..." (Kartatz)

Kartatz cruzou os braços, suando muito. Ele nunca poderia ter imaginado o impacto que ela sofrerá.



"Ei senhorita. O que aquela mulher deu a você agora mesmo?" (Arbiter)

Mesmo estando longe, ele aparentemente viu a Mai-Mai dar a ela uma coisa ou outra. Pensando consigo mesma que ele tem uma visão muito boa, Cayna reavaliou sua imagem grosseira dele.

"Talvez seja uma carta de amor? O charme da Lady Cayna cativa até as damas" (Elineh)
"Eu não sei do que vocês estão falando! É apenas uma carta comum e simples! Ela disse que tem um amigo na outra capital e me pediu para entregar uma carta. Não tenho absolutamente nada a esconder" (Cayna)
"Isso está certo? Bem. Estou levando essa história como algo comum então" (Arbiter)
"Estou lhe dizendo, não há nada suspeito acontecendo. O que há de tão estranho em eu falar com minha própria filha?!" (Cayna)
"O qu-? É a sua filha, senhorita? Quem é o anão, então?", um comerciante separado perguntou.
"Meu filho mais novo" (Cayna)

Ela respondeu a essa pergunta honestamente, e um vento frio soprou por toda a caravana. Cayna acabou tendo que ir em uma tangente improvisada sobre por que ela tem um anão como filho e secretamente se perguntou se ela tinha alguma habilidade que ajudaria a suavizar as coisas de forma eloquente.
Da última vez, a viagem levou cerca de dez dias da remota vila até a capital. Desta vez, ela queria experimentar uma série de 【Habilidades Mágicas】 que havia pensado e veio ao Elineh com uma proposta.

"Elineh, posso falar com você por um segundo?" (Cayna)
"Sim? Alguma coisa está acontecendo?" ("Elineh)

Cayna concordou em ser guarda durante a viagem, mas o fato é que ela não tem experiência. Assim, ela conversou com o Arbiter, e ele permitiu que ela se juntasse aos Lança de Chamas. Ele colocou a Cayna no centro da caravana e fez com que ela servisse principalmente como guarda pessoal do Elineh. Ela está bem ao lado de sua carruagem, o que facilitou a discussão.

"Eu estava pensando que gostaria de impulsionar um pouco nosso movimento. Você não se importa, não é?" (Cayna)
"Impulsionar... nosso... movimento?", Elineh repetiu, inclinando a cabeça para a estranha pergunta.

Cayna chamou o Arbiter, que estava ocupado dando ordens aos mercenários em toda a caravana e repetiu a mesma pergunta.

"Essa coisa de 『impulsionar nosso movimento』 não terá um grande impacto sobre nós, certo? Não vai nos cansar ou nada assim, não é?" (Arbiter)
"Está certo. Qualquer distância que cobrirmos será com a ajuda da magia, então não ficaremos exaustos. Se você quiser, eu poderia até chamar muito mais golems para servir como guardas noturnos!" (Cayna)

Enquanto a Cayna agitava os punhos em uma demonstração de força, Arbiter deu um tapinha em seus ombros com um "Espere aí" e a acalmou. Ele estava feliz por ter alguém assumindo o serviço noturno. No entanto, quando ele imaginou o golem assustador de antes vagando livremente pelo acampamento, ele de alguma forma se sentiu desconfortável.

"Por enquanto, mostre-me o que você pode fazer. Pode nos ajudar, dependendo dos resultados, mas se parecer que vai causar problemas para nós ou para os cavalos, vou parar com isso" (Arbiter)
"Entendido. Ok, aqui vou eu!" (Cayna)

|Habilidade Mágica: Aumentar Movimento|

Uma luz verde brilhante derramou da mão erguida da Cayna e se espalhou pelo chão para envolver toda a caravana à sua frente em sua aura. Isso afetou não apenas os mercenários e cavalos, mas também as carruagens.
Este feitiço aumentará sua velocidade em 20%. O alcance do efeito está em qualquer lugar em sua linha de visão. Durante as guerras de Leadale, que compunham a maioria dos Eventos-chave, poderia manter o ritmo de marcha dos exércitos aliados por cerca de cinco minutos. Como cerca de trezentas ou quatrocentas pessoas estavam reunidas e se movimentando juntas, o efeito durava pouco tempo. No entanto, como aqueles que podiam usar a magia a reformulavam no último segundo, muitos não se preocupavam com isso.
Desta vez, o feitiço cobriu as carruagens da caravana, os cavalos, os homens e a Cayna. Durará mais de duas horas.
Foi a primeira vez que ela o usou fora do mundo do jogo, mas foi muito divertido andar de repente como se estivesse deslizando. Embora o Arbiter e os outros não conseguissem esconder sua inquietação no início, eles parecem ter rapidamente pegado o jeito.
Quando a noite caiu e eles chegaram além do ponto inicial de parada, os olhos do Elineh se iluminaram.

"Foi esplêndido, Senhorita Cayna! Por todos os meios, por favor, use isso todos os dias! Na verdade, fique com nossa caravana para sempre!" (Elineh)
"Posso usá-lo todos os dias, mas tenho medo de ter que recusar a posição permanente" (Cayna)
"Bem, não é como se alguém que está se divertindo se aventurando de repente fosse se prender a uma única caravana" (Arbiter)

O convite do Elineh não teve chance contra a refutação do Arbiter. No entanto, uma luz inabalável ainda queima nos olhos do kobold. Cayna se perguntou com um suspiro se teria que recusá-lo toda vez que se encontrarem.
Os dez dias estimados tornaram-se oito, e a caravana chegou à aldeia remota. Parece que tinha sido para sempre, mas na verdade Cayna tinha saído apenas cerca de um mês e meio atrás.
Mesmo assim, o lugar está diferente.
Na entrada, há um prédio de um andar onde antes ficava a parada de descanso para carruagens. A porta parece estar aberta 24 horas por dia, 7 dias por semana, e os sons de marteladas que vêm com a construção ecoavam de dentro. Parece que algum tipo de fábrica havia se mudado.
Além disso, as casas abandonadas mais distantes foram limpas e a fumaça da preparação de alimentos flui de suas chaminés. Parece haver recém-chegados.
Os aldeões que vieram cumprimentá-los apesar de já estar anoitecendo vieram correndo quando viram a Cayna entre os membros da caravana. Ela logo foi cercada, e a multidão a levou para a pousada. Elineh e Arbiter assistiram com sorrisos irônicos enquanto as pessoas da cidade a levavam cativa sem chance para os dois protestarem.

"Ei! Se não é a Cayna! Parece que foi para sempre! Como você está?" (Marelle)
"Oi, Senhorita Cayna!" (Lytt)

Marelle e Lytt a receberam calorosamente, e Cayna deu um suspiro de alívio. É como se ela tivesse voltado para casa e pudesse finalmente relaxar e se soltar. Pão quente e ensopado apareceram diante dela espontaneamente.
A mãe e a filha caíram na gargalhada quando a Cayna, confortada pelo prato familiar, rapidamente tentou tirar a carteira. Isso passou para os outros aldeões e, logo, a taverna estava em tumulto. Naquela noite, a pousada se encheu de histórias de seus dias na capital, dos pedidos que ela atendeu e de seus filhos.
No dia seguinte, antes mesmo de o sol nascer, Cayna correu para a torre prateada, disse ao mural Guardião que a torre do Nono Mestre de Habilidade foi reativada e mais uma vez tentou perguntar o que havia acontecido duzentos anos antes.

|Só sei o que os outros Guardiões me disseram, mas parece que os outros mestres disseram 『Tchau』, depois subiram e saíram assim| (Guardião)

Fazer isso realmente não mudou nada.
A região em que ela está é anteriormente parte das bordas mais externas do Reino Branco, e se alguém se dirigir para o leste, haverá o território inexplorado não encontrado no mapa. Cayna não se lembrava de ver ninguém além de jogadores querendo desafiar a torre de prata. Ela se lembrou de conversar com membros de sua guilda sobre uma nova área que poderia ser introduzida em futuras atualizações, mas no final, ela não tinha como descobrir se havia.
Depois de reabastecer seus itens, Cayna deixou a torre e voltou para a vila. No entanto, enquanto ela estava tomando café da manhã, rostos desconhecidos se aproximaram dela.
Havia três anões e uma mulher magricela usando óculos. Indo direto ao ponto, eles disseram que eram técnicos de Helshper e queriam perguntar sobre o mecanismo de extração de água do poço.

"Nós ouvimos que você foi a criadora, mas como você fez isso?" (Anão)
"Huh? Usei apenas a 【Habilidade Artesanal】 e segui a receita" (Cayna)
"Ah, então você tem essas 『Habilidade Artesanal』?! Nesse caso, gostaríamos que você nos ensinasse seus caminhos" (Anão)
"Apenas um aviso justo... Há muitos pré-requisitos" (Cayna)

Ela tirou um tronco do tamanho de um braço de sua 【Caixa de Itens】 e lançou a 【Habilidade Artesanal: Processamento: Buddha】. Um pequeno tornado verde saltou da mão da Cayna e envolveu completamente o tronco. Desapareceu por alguns momentos antes de revelar uma estátua de Kannon esculpida em madeira com cerca de vinte centímetros de altura.
Essa é uma das habilidades que vêm com condições pré-existentes se você quiser aprender, mas se torna completamente inútil depois de fazer isso. A missão faz você oferecer uma boneca ao mestre do lago no lugar de um sacrifício humano e, por algum motivo, cria estátuas de Buda japonesas antigas aleatórias. Cayna ocasionalmente tinha visto jogadores usarem pedras e madeira como golems, e isso é praticamente tudo o que elas servem.

"Se você não pode fazer pelo menos isso, você não será capaz de usar as habilidades mesmo se eu te ensinar. Entendido?" (Cayna)

Cayna piscou e assumiu um ar impressionante, o que fez os quatro tremerem nas botas. Ouvi-los dizer coisas como "Is-isso é obra dos deuses" e "Isso é como se saísse da lenda?!" deu a ela uma boa noção da situação.
Ela lembrou por que o Kartatz não usou as 【Habilidade Artesanal】 para construir navios. A menos que ele use seus aprendizes e funcionários para construir tudo à mão, nada seria passado para a próxima geração.

Parando para pensar sobre isso, Mai-Mai não disse uma vez algo sobre habilidades degenerando e morrendo?

Enquanto a Cayna refletia sobre as palavras de sua filha, ela notou a Lytt puxando sua manga.

"Sim, Lytt?" (Cayna)
"O que é isso?", ela apontou para a estátua de madeira de Kannon na mão da Cayna.

Ela só tinha feito isso como uma demonstração e não se importa muito com isso de uma forma ou de outra, então ela disse "Aqui está" e entregou para a garotinha.
Isso, claro, também chamou a atenção da Marelle do outro lado do balcão.

"Parece muito bem esculpido. Tem certeza de que está tudo bem dar isso para ela?" (Marelle)
"Eu não me importo. Eu não tenho muito uso para isso" (Cayna)

Os olhos da Lytt brilharam quando ela o colocou sobre a mesa e o encarou como se estivesse enfeitiçada. Ainda é hora do café da manhã, então chamou a atenção da caravana e dos membros do Lanças de Chamas também.
Aliás, uma vez que ela foi persistentemente questionada sobre o que foi modelado, Cayna disse a eles que era uma deusa da bondade em sua cidade natal. Naturalmente, eles erroneamente pensaram que isso significava que era uma deusa reverenciada pelos Altos Elfos. Seria muito trabalhoso corrigi-los e explicar melhor, então ela decidiu deixar o assunto de lado.
No entanto, para o Elineh, é um artesanato lucrativo.
Ele declarou: "Poderíamos vendê-las", e logo Yakushi Nyorai, Ashura, Miroku Bosatsu e até uma estátua jizo apareceram um por um na mesa. Não é necessário dizer que, uma vez que as estátuas que surgem são completamente aleatórias, houve algumas duplicatas antes de obter o conjunto completo.
Depois que o Elineh as viu, seu entusiasmo dominou toda a conversa na taverna, e os técnicos foram completamente esquecidos. À medida que a taverna se aproximava da hora de fechar, Cayna finalmente os notou. Como um pedido de desculpas por deixá-los comendo poeira, ela desenhou os mecanismos da engrenagem em um pedaço de papel. Dizendo que o levariam de volta à oficina e investigariam mais, eles foram embora.
A caravana planejou partir no dia seguinte, mas o ancião da aldeia disse que tinha algo que desejava que eles investigassem. O atraso agitou algumas penas.

"Ei agora, Ancião. A jovem senhorita está trabalhando para nossa caravana agora. Ela não pode desistir no meio do caminho", exclamou Arbiter.

Desistir de seu pedido de guarda antes que o dever da Cayna esteja completo não é uma opção. Embora o Elineh a tivesse perguntado diretamente, o pedido havia passado mais ou menos ainda pela Guilda dos Aventureiros e exigiria os procedimentos adequados para anulá-lo. Além disso, como a Cayna está atualmente sob o comando dos Lanças de Chamas, Arbiter foi quem negociou com o ancião.
Atingido por seu argumento sólido, até o ancião ficou em silêncio. Ela pode ver que tanto ele quanto os vários aldeões que se juntaram a ele estão preocupados. Eles entendem o quanto a Cayna fez pela vila e o quanto eles dependeram dela, mas agora que ela é uma aventureira, não é como se ela pudesse dar um simples Sim, claro.
Arbiter sabe que ele também não tem a palavra final. Elineh é seu verdadeiro empregador. Se ele acenar com a cabeça em aprovação, Cayna será temporariamente emprestada. Ele estava sendo duro com os aldeões, mas é apenas por uma preocupação familiar com a Cayna, a quem ele não queria que se vendesse como uma nova aventureira.

"Eu entendo. Ganhamos alguns dias extras graças à magia da Cayna, então suponho que mais um dia aqui não fará mal algum" (Elineh)

Elineh contou o número de dias em seus dedos, e enquanto a Cayna estava por perto e olhava para ele com olhos de cachorrinho, ele não pôde deixar de dar permissão com um sorriso irônico. A essa altura, é difícil dizer qual deles é o verdadeiro cachorro. Elineh soltou um pesado suspiro interno.
Não havia pressa, mas os mercadores só se permitem uma certa margem de manobra durante a viagem. Já que tê-la acompanhado com a caravana encurta seu tempo até a meta, ele decidiu que poderiam passar mais um dia na aldeia.
Aliviada, Cayna tinha acabado de se voltar para o ancião para pedir mais detalhes quando o Arbiter voltou a interrompê-los. Seu rosto áspero se transformou em um sorriso de escárnio, e ele segurou o ancião, que pensou com alívio que seu desejo finalmente seria concedido. Cayna estava prestes a reclamar, mas o segundo em comando dos mercenários disse a ela "Você terá sua vez" e a deixou sem escolha a não ser obedecer relutantemente.

"Segure aí, Ancião! Se você vai contratar a jovem senhorita, isso significa que você pode desembolsar os fundos, certo?" (Arbiter)

Formando um círculo com o dedo indicador e o polegar, Arbiter negociou com um sorriso brilhante estampado no rosto. O ancião ofendido argumentou que, embora ela fosse uma aventureira, ainda é uma novata. No entanto, Arbiter, Elineh e os mercenários não aceitaram bem esse ponto de vista.

"Nenhum novato poderia derrubar um urso com chifres com um único chute", insistiu Elineh.
"E você pode apostar que nenhum novato poderia desafiar toda a lógica e andar sobre a água", acrescentou Arbiter.
"Nenhum iniciante poderia fazer com que os golems fizessem trabalhos, também!", disse Kenison.
"Como você sabia disso?!", gritou Cayna.

Numerosos pescadores ao longo do rio haviam testemunhado sua exibição com o golem de pedra – não que a Cayna estivesse ciente disso.
A caravana do Elineh ajudou a aldeia por muitos anos, então o ancião não teve escolha a não ser oferecer um pagamento legítimo.

"Bem, então, quanto custará contratá-la?" (Ancião)
"Oito moedas de prata", respondeu Arbiter.
"Oito?!" (Cayna)

Assim que o ancião engoliu em seco, um grito de "O quê?!" veio da equipe da caravana. Arbiter e os outros deram um olhar estupefato.

"Por que você está tão surpresa, senhorita?" (Arbiter)
"Mas eu devo muito à aldeia. Uma moeda de prata é mais que suficiente..." (Cayna)
"De jeito nenhum. O que acontecerá se você se vender tão barato, senhorita? Pense em um único dia de trabalho e assuma que meio dia são cinco moedas. Se você trabalhar por uma moeda de prata, os verdadeiros novatos serão forçados a trabalhar por apenas uma moeda de bronze. Não estou dizendo que é ruim ser modesta, mas não deixe que isso afete outros aventureiros. Entendido?" (Arbiter)
"... Sim" (Cayna)

Quando a Cayna olhou para baixo desanimada e deu um aceno lento, Arbiter bagunçou seu cabelo. Os outros membros preocupados também acariciaram seus ombros e costas na esperança de animá-la.
Arbiter mais uma vez virou-se para o ancião e perguntou: "Então você vai pagar?" para selar o acordo.
A pousada é essencialmente o único lugar na remota vila auto-suficiente com uma quantidade decente de dinheiro de fora, e seu único outro hóspede de longa data além da caravana do Elineh foi a Cayna. Considerando que eles negociavam principalmente com a caravana em mercadorias, a aldeia provavelmente teria que se unir para chegar ao montante.
O ancião da aldeia franziu a testa, e assim que ele começou a refletir sobre tudo isso com um "Hmmmm", Cayna pressionou o punho contra a palma da mão. Ela declarou: "Ok, vamos fazer isso", e deu um passo à frente.
Arbiter e Elineh tiveram um mau pressentimento sobre aquele sorriso.

"E se o ancião ficar com o dinheiro e eu ganhar vinte dias grátis na pousada da Marelle?"

O velho pensou que teria um grande problema em suas mãos, então seus olhos se arregalaram ao ouvir isso. Arbiter e os outros deram um sorriso irônico de eu sabia. Cayna está de alguma forma obcecada com o lugar, e parece exatamente o tipo de resposta que ela daria.

"Se qualquer número de dias for igual ao valor que o ancião deve, o período de gratuidade terminará", continuou ela.
"Sim, nesse caso, podemos resolver as coisas à medida que avançamos. Eu entendo e aceito suas condições" (Elineh)
"Apenas espere aí, senhorita. Os aventureiros devem ganhar dinheiro de verdade, você sabe?", Arbiter advertiu.

No entanto, Cayna tem muito dinheiro economizado de seu tempo jogando o jogo. Mesmo um ano comendo e dormindo na pousada da capital não faria diferença. Para alguém como a Cayna, que não conseguia nem se mexer antes, ela é feliz desde que possa ser saudável e comer uma comida deliciosa.
Ela não pode ser muito aberta sobre isso, mas uma parte de seu coração modestamente pensou: Eu não preciso de mais nada!

"Bem, então, o que você gostaria que eu investigasse?" (Cayna)
"Certo. Sobre isso..." (Ancião)

Poucos minutos depois, Cayna e os outros estão alinhados em frente ao poço no centro da aldeia.

"Por que o Arbiter e todos os outros estão aqui...?", ela perguntou.
"Ah, bem, eu estava meio preocupado que nosso membro temporário pudesse fazer uma bagunça real" (Arbiter)
"Eu nunca faria algo assim" (Cayna)
"Mas toda a sua existência é estranha, você sabe? Melhor prevenir do que remediar" (Arbiter)
"Isso é tão malvado!" (Cayna)

Enquanto o Arbiter e a Cayna estavam trabalhando em sua rotina de comédia, os aldeões ajudaram a remover o dispositivo do poço. Eles pareciam querer que ela investigasse o interior do poço. Arbiter espiou a cabeça para dentro, mas ele mal podia ver o brilho da superfície da água no fundo.
Mesmo que algo estranho estivesse acontecendo com o poço, seria difícil dizer a partir de sua localização atual.

"Você gostaria que eu olhasse aqui dentro?", Cayna perguntou ao ancião.
"Está certo" (Ancião)

Quando ele deu um aceno profundo, Cayna pensou por um momento e abriu os braços. Ela instantaneamente mudou para uma roupa completamente diferente do manto e da armadura de couro que ela estava usando.

"Whoa, o que diabos é isso?!" (Arbiter)
"Senhorita?!" (Ancião)

Cayna agora usa uma roupa de mergulho preta que cobre do pescoço até os tornozelos e percorre cada curva de seu corpo. Grandes barbatanas de ângulo agudo estão presas em seus braços, pernas e costas. Usado na guerra marítima, tem habilidades extraordinárias e é conhecida como 【O Traje do Dragão Negro】.
No entanto, é uma das roupas estilo serpente que a maioria das jogadoras não gostava. Havia outro equipamento similar chamado 【Casa Branca no Campo de Batalha】, mas a Cayna não o possui.
De volta ao jogo, os corpos dos personagens dos jogadores não podiam se desviar muito de suas proporções da vida real. Assim, não havia muitas pessoas cujas roupas se encaixassem perfeitamente. Isso foi por causa da confiança excessiva por parte dos Administradores, sua falta de vergonha ou porque eles eram idiotas que não estavam pensando em nada.
Esses sets são geralmente chamados de 【Série de Desejos Pervertidos dos Administradores】, e as jogadoras os desprezavam.

|Magia de Invocação: Carga: Espírito da Água Aqua Nível 2|

Cayna usou um feitiço de Invocação para invocar um peixe voador de um metro de comprimento - ou melhor, parece um peixe voador, mas na verdade é um Espírito da Água cujo corpo é quase inteiramente líquido. é tão transparente que você podia olhar através dele para a pessoa do outro lado, e nada graciosamente pelo ar ao redor da Cayna como um satélite natural.

"Ei, o que você planeja fazer?" (Arbiter)
"Vou verificar as coisas um pouco. Ancião, você pode me dizer o que exatamente sobre este poço é tão estranho?" (Cayna)
"Ouvimos gemidos vindos de dentro dele no meio da noite" (Ancião)
"Gemidos? Parece que nunca saberemos o que está acontecendo a menos que desçamos" (Cayna)

Até onde a Cayna sabe, uma missão de poço nunca exige que você realmente entre no próprio poço. Havia uma missão sobre gemidos que vinham de uma mina, mas a causa disso era um dragão. Se o som vem da fonte de água do poço, havia uma chance de algo semelhante ter se instalado ali.
Antes que alguém tivesse tempo de detê-la, Cayna pulou no poço. Ela lançou 【Flutuar】 antes de bater na água para amortecer o impacto. Ela bateria no leito rochoso se o poço fosse raso.
No entanto, é bastante profundo, e todo o corpo da Cayna afundou na água.

"GAH, FRIO!" (Cayna)

Chocada com a temperatura fria, ela lançou 【Isolamento】. Este é um feitiço que envolve a área ao redor de você ou do alvo em uma fina camada de ar quente.
Tendo dissipado o frio, Cayna seguiu o Espírito da Água através da veia de água subterrânea. Enquanto esse espírito estiver por perto, ele pode controlar qualquer água ao redor do usuário até o riacho mais lamacento. Pode até mover uma cachoeira com facilidade.
A veia de água subterrânea ainda está escura como breu, independentemente do uso da 【Visão Noturna】. Mesmo se alguém produzir algum tipo de luz, só verá superfícies de rocha escorregadias por toda a distância.
Ao percorrer lentamente túneis que sobem, descem, esquerda e direita, a noção de tempo e distância gradualmente se torna obscura. Desde que a Cayna tem o Kee, ela não perdeu a noção de quanto tempo eles estão vagando.
Havia áreas intransitáveis também. Nesses casos, o Espírito da Água raspou seções enquanto a Cayna usava sua magia para criar um caminho improvisado enquanto estava atenta ao chão ao redor deles.
Mesmo assim, foram necessários trinta minutos para avançar por cem metros da corrente sinuosa.

『Peguei vibrações fracas』 (Kee)
"Kee?" (Cayna)

Esta foi a situação em que se encontraram quando o Kee deu seu relatório. Parece ser um som semelhante a um sonar que corre pela água e não pode ser detectado por ouvidos humanos ou élficos. Eles não têm progredido muito e assim continuaram ao longo do veio de água.

『Há uma caverna acima de nós』 (Kee)
"Entendi" (Cayna)

Liderada pelo Espírito da Água e o Kee, Cayna colocou a cabeça acima da água e viu uma enorme caverna com estalactites penduradas no teto como pingentes de gelo.
A capacidade de localização precisa do Kee indica que eles estão perto de uma cadeia de montanhas a leste da vila. Como esperado, a água neste túnel é neve derretida que flui da montanha. Parece haver algum tipo de musgo brilhante na caverna e fontes de luz fracas encontradas aqui e ali. Quando ela deu uma olhada ao redor, nem tudo parecia estar submerso.
Antes de se levantar em uma rocha próxima, Cayna irradiou 【Intimidação】 em todas as direções. É outra maneira de verificar se há monstros ou animais hostis. Mesmo assim, Cayna ostenta o mais alto nível de excelência neste mundo, e a energia que ela emite reflete isso.
Para os pequenos animais cuja visão havia se deteriorado por viver na caverna, é como se banhar em veneno. Pequenos lagartos, caranguejos e peixes desmoronaram e caíram rapidamente como moscas e ascenderam para o além em um instante.
No entanto, Cayna ouviu uma pequena voz dizer "Eek!" de algum lugar na caverna escura.

"Quem está aí?!" (Cayna)
"...?!" (???)

Assim que a voz de repente soou, veio um som de respingo. Misturado com as reverberações e o barulho da água corrente, é difícil identificar sua localização.

"Quem é você? Não queremos te fazer mal!" (Cayna)

Embora ela estivesse usando a 【Visão Noturna】, as pedras e estalactites aleatórias atrapalhavam e a impediam de ver com mais detalhes.
Decidindo que ela teria que iluminar as coisas se ela esperava encontrar alguma coisa, Cayna lançou outro feitiço.

|Magia de Invocação: Carga: Espírito de Luz Shye Nível 7|

Um tufo de dente-de-leão de dez metros de comprimento se manifestou do círculo mágico na frente da Cayna.
Este é um Espírito de Luz de nível 770. Não apenas cada pedaço de penugem brilha intensamente, dando-lhe uma leve sacudida produzindo versões menores de si mesmo. Isso multiplicou seus números, e eles iluminaram a caverna em um instante.
A luz é especialmente eficaz nas criaturas vivas da caverna.
Seus pequenos corpos se contorceram, e eles rapidamente se aglomeraram nas poucas sombras restantes. Aqueles que não conseguiram garantir um lugar para se proteger dos raios e se jogaram na água um após o outro.
Entre eles está uma grande criatura em forma humana se contorcendo nas águas rasas.
Apesar das condições duras e ondulantes da caverna, o Espírito da Luz obedeceu à vontade da Cayna e juntou seus pedaços para formar um holofote que revelou a figura.

"E-eu sinto muito! Por favor me perdoe! N-não me comaaaa!!" (???)

A metade superior de uma sereia rompeu a água e ela implorou habilmente por sua vida.

"Eu não vou comer você! Não me acuse de canibalismo!" (Cayna)

Cayna não sabia dizer se a sereia estava tentando mergulhar nas águas rasas ou apenas se debatendo. Cayna sentou-se em uma pedra próxima em um esforço para acalmá-la, e suas palavras fizeram a sereia parar.

"... Você não vai me comer?" (Sereia)
"Eu pareço uma espécie de gourmand de carne do mar para você?" (Cayna)
"... Não, você não" (Sereia)

Ela sorriu para a sereia enquanto levantava a cabeça e olhava para a Cayna com os olhos cheios de lágrimas. Parecendo um pouco aliviada, ela olhou além da Cayna e congelou quando viu o peixe-voador gigante.

"Ah, isso aqui é apenas um Espírito da Água", Cayna a tranquilizou. "Nada para se preocupar" (Cayna)
"U-um Espírito da Água?! M-minhas desculpas!" (Sereia)

Ver a sereia se prostrar diante do peixe-voador foi muito engraçado.

"Ah... Então o Espírito da Água é sua divindade guardiã" (Cayna)
"Sim. A lenda da minha aldeia diz que toma a forma de uma baleia, mas eu não sabia que poderia assumir a forma de um peixe voador" (Sereia)

É possível invocar um monstro semelhante a uma baleia branca, mas até onde a Cayna sabe, o único Espírito da Água disponível no sistema de jogo de Leadale é um peixe voador.
A sereia que ela de alguma forma conseguiu acalmar se chama Mimily. Quanto à sua origem, até a própria Mimily parece saber apenas que é das profundezas do oceano. Afinal, não há como as sereias reconhecerem lugares pelos nomes que as pessoas em terra lhes deram, como 【Oceano XX】 ou 【Baía OO】.

"Por que você está nesta caverna subterrânea, Mimily? Você não está meio longe do mar?" (Cayna)
"Bem... na verdade eu fui engolida por um buraco negro que apareceu de repente perto da nossa aldeia, e..." (Mimily)
"Você acabou aqui?" (Cayna)
"Sim..." (Mimily)

Cayna poderia ter entendido se isso fosse resultado de uma convocação acidental, mas ela não tinha conhecimento de nenhum buraco negro. Ela perguntou ao Kee, mas sua única resposta foi 『não sei』. Não havia maneira previsível de ajudar a sereia a voltar para casa.
Mimily leu isso na expressão da Cayna, e seus ombros caíram desanimados. Silêncio momentaneamente flutuou pela caverna iluminada.

"Mimily, você consegue respirar ar normal?" (Cayna)
"Sim, estou fazendo isso agora. Afinal, não é como se eu vivesse debaixo d'água noite e dia" (Mimily)
"Você se importaria de estar em algum lugar que seja meio quente e fechado?" (Cayna)
"Eu suponho que seria bom... mas por que você pergunta, Cayna?" (Mimily)

Sem saber onde a Alta Elfa estava indo com isso, Mimily inclinou a cabeça. Cayna apontou para o teto ao responder.

"Convenientemente, eu tenho algumas noites livres na pousada. Eu pensei que talvez você pudesse ficar na vila" (Cayna)
"Huh?" (Mimily)

Os olhos e a boca da sereia se arregalaram como um haniwa, uma das figuras de barro tradicionalmente enterradas com os mortos. Cayna pegou a mão da Mimily e a puxou para cima do peixe-voador. Ela dissipou o Espírito da Luz por enquanto e convocou um Espírito da Terra.
Apareceu um espírito em forma de peão de xadrez com cerca de dois metros de altura.

"De qualquer forma, vamos sair daqui" (Cayna)

Mimily aparentemente tentou sair da caverna inúmeras vezes. No entanto, o complexo túnel subterrâneo de água não era nada parecido com o oceano, e ela não conseguia descobrir para onde estava indo. Além disso, havia muitos lugares pelos quais nem uma sereia poderia passar e, eventualmente, este foi o único lugar em que ela poderia ficar. Os predadores de fora não conseguiam alcançar a Mimily na grande caverna, mas pegar peixinhos era sua única fonte de alimento. Ela também ocasionalmente cantava sobre a casa que ela tanto sentia falta. Parece que sua voz ecoa estranhamente pelo túnel e sai pela vila bem como um gemido.
A voz de uma sereia tem um volume incrível.

"Faça sua parte, Thog!" (Cayna)

Enquanto a Mimily montava no Espirito da Água e Cayna magicamente caminhava no ar, a peça do peão as puxou por meio de atração gravitacional.
Em seguida, carregou direto para o teto, com estalactites e tudo.
Ao contrário da surpresa de olhos arregalados da sereia de Huh? e O quê?, Cayna sorriu docemente.

"O-o que é isso?!" (Mimily)
"Muito legal, hein? Estamos avançando direto pela terra" (Cayna)

O Espírito da Terra, que pode literalmente manipular o solo à vontade, se move sem a necessidade de abrir um túnel. Ao tornar-se a própria terra, permeou diretamente o solo e o leito rochoso.
Aqueles sob sua proteção divina compartilham essa habilidade, então eles podem observar subindo pelos estratos. No entanto, a sensação de sujeira passando por eles provavelmente daria náuseas aos não iniciados.
Alguns minutos depois, Cayna e a sereia surgiram em algum lugar da floresta. Do outro lado da estrada principal, a aldeia não está nem a cinquenta metros de distância.
Entregando-se à magia gravitacional do Espírito da Terra, Cayna continuou flutuando levemente pelo ar enquanto voltava para a entrada principal da vila.
Ela não esqueceu por um segundo de trocar o traje de mergulho de volta para sua roupa habitual.

"Mas que diabos?!" (Arbiter)
"O quê?!" (Aldeão)

As vozes do Arbiter e dos outros que esperavam ansiosamente pelo retorno da Cayna ao lado do poço ficaram chocadas quando ela os chamou por trás. Eles ficaram ainda mais surpresos ao encontrar uma peça de peão gigante, Cayna flutuando no ar e uma sereia.
Cayna então contou como se deparou com a Mimily, e eles concordaram com a cabeça por unanimidade. Na verdade, o nível de confiança absoluta que os aldeões têm em sua história a preocupou.

"Bem, então, quanto ao pagamento do ancião que discutimos anteriormente, eu gostaria que você deixasse essa garota ficar na pousada" (Cayna)

Sem surpresa, os aldeões ficaram em silêncio diante do pedido da Cayna. Afinal, mesmo que ela esteja pedindo para eles cuidarem de uma sereia, nenhum desses aldeões faz ideia de como eles deveriam fazer isso.
No entanto, Cayna percebeu que tudo o que eles teriam que fazer era alimentá-la. Enquanto eles puderem conversar sobre isso, tudo estará bem. É muito mais fácil do que pedir-lhes para cuidar de um urso com chifres que não consegue falar nada.
Quando a Cayna lhes disse isso, Arbiter e os aldeões deram um "Ah, entendo" e assentiram com satisfação.
É um último recurso, já que não havia como levar uma sereia em sua jornada, mas o ancião e o resto dos aldeões parecem aceitar calorosamente a proposta da Cayna. As mães da aldeia não conseguiam ficar caladas ao saber que havia uma criança perdida.
Depois de discutir com a Marelle, eles decidiram transformar o lado feminino do banheiro público da vila em um espaço de convivência para a Mimily.
Eles criaram um canal estreito que leva do banheiro para o interior da casa que serve de vestiário e cavaram um poço vertical onde ela poderia se sentar. Quando perguntada, Mimily disse que as sereias dormem enquanto flutuam na água, então ela não precisa particular mente de uma cama.
Depois disso, Cayna criou um golem que parece um caixão com quatro pernas saindo. Ela lançou magia nele e criou um mecanismo que produzirá água e encherá o caixão com ela. Estes servirão como as pernas da Mimily, que a levarão para a pousada quando estiver com fome.
A própria sereia tinha sido completamente deixada para trás, e ela assistiu maravilhada enquanto a Cayna preparava tudo o que a Mimily precisaria para a vida na aldeia.
Enquanto ela estava ali estupefata com os esforços da Cayna, Elineh e Arbiter colocaram as mãos em seus ombros.

"Você tem uma vida difícil, Senhorita Sereia", disse Arbiter. "Bem, viva sua melhor vida" (Elineh)
"Sua sorte acabou no momento em que a Cayna pegou você. Aguente firme", acrescentou Elineh.

A expressão da Mimily ficou tensa de preocupação com essas palavras de encorajamento bem pensadas. Ela começou a se sentir desanimada com a ansiedade de ter que viver com humanos, além de outra coisa.

"Ah, mas por favor, não entenda mal. Garanto, sem exagero, que ser acolhido pela Cayna e esta aldeia é realmente uma grande bênção" (Elineh)

A persuasão gentil do kobold Elineh aliviou um pouco seus medos.

"Cayna pode parecer uma jovem, mas ela tem três filhos. Não que eu ache que isso vá incomodá-la muito, senhorita..." (Arbiter)
"O QUEEEEEEEEEEEE?!" (Mimily)

A voz da Mimily falhou em choque com a declaração do Arbiter. Ela havia assumido que a Cayna tinha mais ou menos sua idade, mas talvez a Cayna estivesse tratando a sereia como um pobre bebê perdido desde o início. Mimily pensou tristemente que era muito possível que uma Alta Elfa pudesse vê-la dessa maneira.
Foi um grande mal-entendido, mas como ninguém sabia a verdade do assunto, daquele ponto em diante, ela assumiu que a Cayna a vê como uma mera criança.

Eles deixaram a aldeia no dia seguinte. Desta vez, não houve expulsão excessiva.
As mulheres da aldeia disseram a Cayna para deixar a Mimily com elas. Ela sentiu uma sensação de confiança nelas enquanto elas orgulhosamente estufavam e batiam no peito, mas ela está um pouco ansiosa. Cayna prometeu a Mimily que vai visitá-la de vez em quando e que também vai procurar a aldeia da sereia enquanto procura as torres.


Depois de viajar para o norte da vila por dois dias, eles encontraram o córrego principal do rio Ejidd. Embora vários afluentes fluam rio abaixo para convergir aqui, não é tão largo quanto na capital.
Mesmo assim, ainda faltam cerca de duzentos metros para a margem oposta.

"Como vamos atravessar isso?", perguntou Caiena.
"Havia uma ponte de toras aqui cerca de meio ano atrás, mas...", Arbiter começou.
"Uma enchente levou", finalizou Elineh.
"Eu entendo..." (Cayna)
"... Bem, é aqui que seu trabalho realmente começa, Lady Cayna" (Elineh)
"É tudo por sua conta, senhorita" (Arbiter)
"Huh?!" (Cayna)

Cayna ficou em choque momentâneo enquanto eles jogavam tudo nela. Lentamente percebendo onde eles estavam indo com isso, ela colocou a mão na testa e tentou segurar uma dor de cabeça.

"Tudo depende de mim, hein...?" (Cayna)
"Algo assim não é nada para uma maga do seu calibre, certo, Lady Cayna?" (Elineh)
"Bem, sim" (Cayna)

O rio não está fluindo tão rápido, mas a enorme quantidade de água que ondula a preocupa.
Arbiter colocou a mão na cabeça dela em um gesto tranquilizador.

"Bem, não se esforce demais. O cliente vai entender se algumas coisas simplesmente não podem ser feitas" (Arbiter)
"Chegamos até aqui e todos estão contando comigo. Não posso desistir agora" (Cayna)

Arbiter não pôde deixar de rir enquanto observava Cayna refletir sobre as coisas com um "Hmm" e encarar o rio com os braços cruzados.
Alguns minutos depois, ela tinha duas propostas.

Primeiro, há o plano A: construir uma ponte.

"Você pode fazer isso?!", exclamou Arbiter.
"O que?!", Elineh entrou na conversa.

Totalmente perplexos, todos tinham Isso é loucura escrito em seus rostos. Apenas a Cayna, que havia proposto a ideia para seu público chocado, está franzindo a testa com total perturbação.
Lendo sua expressão, Elineh rapidamente rejeitou a ideia e, desnecessário dizer, Cayna ficou aliviada. Afinal, seria necessário derrubar dezenas de árvores.

"Você não pode congelá-lo ou algo assim?" (Elineh)
"Não é uma questão do que posso e não posso fazer, mas o rio ficaria represado e provavelmente seríamos varridos como resultado" (Cayna)
"É meio incrível como você basicamente disse que pode congelar o rio..." (Elineh)

Cayna estava apenas declarando os riscos, mas o ouvinte só conseguia sorrir ironicamente diante de seu excepcionalismo.
Como fazer os cavalos andarem em um caminho gelado é um fardo pesado para eles, o plano foi descartado.

O próximo é o plano B: usar os feitiços 【Puxar】 ou 【Caminhar sobre as Águas】.

"O que essa coisa do 【Puxar】 faz?" (Arbiter)
"Ele pode puxar os indivíduos em seu campo de visão diretamente para você. Eu uso para escalar penhascos e coisas assim" (Cayna)

Na verdade, esse foi precisamente o tipo de missão que ela empreendeu para obtê-lo. No entanto, um ponto chamou a atenção do Arbiter.

"Indivíduos?" (Arbiter)
"Sim, até agora, nunca foi usado em nada além de pessoas. Se você o lançar em uma carruagem, não se sabe se apenas a carruagem virá ou se o conteúdo dentro estará seguro" (Cayna)

Elineh desaprovou imediatamente. Negligenciar seus produtos mancharia seu orgulho como comerciante.

"Suponho que teremos que usar 【Caminhar sobre as Águas】, então" (Cayna)

Apenas a Cayna sabia como lançar 【Voo】, e ela havia considerado imprudentemente usar a 【Magia de Invocação: Dragão】 para levá-los até lá. No entanto, uma vez que ela soube que havia um posto de controle em Helshper a menos de um dia, ela decidiu que explicar isso para testemunhas oculares seria muito chato e desistiu.
Uma vantagem do 【Caminhar sobre as Águas】 é que, enquanto você estiver na água, o efeito nunca passará. A desvantagem é que você está limitado a superfícies completamente planas e, se pisar em qualquer outra coisa no meio do caminho, o feitiço será quebrado.
Várias pessoas pareciam confusas com sua explicação, então a Cayna deu um exemplo.

"Em outras palavras, se eu lançar esse feitiço, podemos viajar nessa corrente até a Capital Real mesmo deitados. No entanto, se você pisasse em uma pedra ou algum tronco, você afundará" (Cayna)

Ao ouvir isso, Arbiter dividiu as tarefas de guarda entre sua equipe. Cada carruagem será conduzida por um batedor, enquanto outro permanece vigilante para garantir que nada flua rio acima.
Arbiter e Cayna cruzarão primeiro para a margem oposta para se certificarem de que é uma área segura e que tudo está bem.

"Arbiter, você só quer ser o primeiro a atravessar, não é?" (Cayna)
"Cara, isso é incrível. Sua magia realmente pode fazer qualquer coisa, senhorita" (Arbiter)

Quando o Arbiter timidamente pisou na superfície da água, um grito de espanto de "Ohhh!" levantou-se dos outros membros.
Os dois verificaram se não havia nada na água enquanto avançavam. Mesmo assim, a água não está muito clara, então o máximo que eles podiam fazer era adivinhar.
Assim que a Cayna e o Arbiter chegaram ao seu destino, eles patrulharam em busca de possíveis ameaças. Como nenhuma foi encontrada, um soldado ficou para trás. Só por segurança, ela conjurou 【Magia de Invocação: Espírito da Água】 e ordenou que o mantivesse seguro.

"Não sei, ser protegido por essa coisa me faz sentir meio patético..." (Mercenário)

O peixe voador é muito menor do que o do dia anterior. Agora pode caber na mão de uma pessoa.
Arbiter resmungou e assistiu com ceticismo enquanto o peixe saltitava ao redor dele.

"Se o perigo vier chamando e você se jogar nele, este pequeno irá protegê-lo" (Cayna)
"Pare de brincar. Vai arruinar minha reputação" (Mercenário)

Mas não importa o que ele diga, ela não poderia tê-lo afirmando secretamente sua autoridade como capitão enquanto está na margem oposta. Depois de fazê-lo entender de alguma forma, Cayna voltou para o outro lado.
Primeiro, eles fizeram a carroça do Elineh atuar como vanguarda. Ela lançou o feitiço sobre os três cavalos, a carroça e dois membros mercenários, então seguiu atrás deles por precaução.
Todos ficaram de olho ansioso enquanto cruzavam e aplaudiram sua chegada segura. No entanto, após o olhar afiado do Arbiter e o grito áspero de "Idiotas! Esperem até que todos tenham cruzado antes de comemorar!", eles rapidamente se calaram.
Como ele sugeriu que o barulho provavelmente afastaria os animais selvagens e acreditava que não havia como manter os guardas separados por muito tempo, eles os fizeram atravessar rapidamente.
Eles continuaram, e logo depois que uma carruagem e uma carroça coberta cruzaram, Cayna lançou magia nas duas carroças e guardas restantes. Um patrulhava à frente deles e outro verificava rio acima enquanto a Cayna os seguia por trás.
Os problemas surgiram quando eles estavam prestes a terminar a travessia e a margem oposta estava a poucos metros de distância. Os cavalos ligados à carruagem da frente de repente soltaram um relincho agudo e empinaram. Mais rápido do que os mercenários ou a Cayna poderiam reagir, uma criatura parecida com um braço se ergueu da água, agarrou o cavalo rio abaixo pelo pescoço e o arrastou para baixo da água.
Naturalmente, as rédeas e outros equipamentos ainda presos ao cavalo fizeram com que a carruagem se inclinasse na diagonal, e o cavalo restante começou a enlouquecer. Assim quando o Arbiter gritou "Cortem as rédeas!" da margem oposta, os membros em pânico rapidamente os encontraram afundando sob a superfície e assim o fizeram.
Alcançando-os, Cayna usou o 【Mestre das Bestas】 para acalmar o cavalo em pânico restante e rapidamente o colocou na praia.

"N-não vi isso chegando..." (Cayna)

Desacostumada a esperar o inesperado, assim que a Cayna atravessou, ela se sentou no chão e deixou todos os seus nervos derreterem. Ela havia colocado uma série de 【Habilidades Ativas】 preventivas de antemão, mas como a criatura não representava uma ameaça direta para ela, elas aparentemente foram inúteis.
No entanto, os membros da caravana a encheram de elogios de "Bom trabalho!" e "Você nos salvou!".

Arbiter repreendeu seus homens por suas reações tardias, então olhou para a água manchada de sangue com uma expressão amarga.

"O que foi isso agora?" (Arbiter)
"Tem que ser uma larva laigayanma" (Cayna)

Eles olharam para a água e avistaram uma sombra maior que um cavalo. Rapidamente desapareceu nas profundezas, e a Cayna estremeceu.

"Apavorante..." (Cayna)
"Eu acho que fazer um tumulto não funciona em algo tão grande... Desculpe, senhor. Parece que me descuidei" (Arbiter)
"Parece que nenhuma pessoa ou mercadoria foi perdida. Olhando apenas para isso, nos saímos muito bem. Isso também é graças a Lady Cayna, é claro" (Elineh)

Elineh acabou de verificar suas mercadorias nas carruagens e simpatizou com o Arbiter quando o homem baixou a cabeça.
O problema agora é que eles haviam perdido um cavalo e o outro entrou em pânico enquanto ainda estava preso à carroça e feriu a perna.

"Lady Cayna, você poderia curá-lo?" (Elineh)
"Sim!" (Cayna)

|Habilidade Mágica: Substância de Recuperação Simples Dewl Nível 9: Conjunto Pronto|

A magia de cura que ela lançou trouxe uma leve luz azul para suas mãos, e ela curou o ferimento do cavalo em um piscar de olhos. Enquanto todos os outros permaneciam fixados em sua magia, Arbiter e Elineh falaram sobre substituir o cavalo perdido por enquanto pegando um da carruagem de três cavalos.

"A velocidade da caravana diminuirá mais ou menos, mas graças a Lady Cayna, reduzimos nosso tempo de viagem em alguns dias. Eu não me importo" (Elineh)
"Não ajuda, realmente. Posso te pagar de volta pelo meu fracasso mais tarde?" (Arbiter)
"Senhor Arbiter, você não tem motivos para se culpar" (Elineh)

Como eles descobriram uma maneira de sair de sua situação, eles ouviram uma comoção atrás deles. Os dois se viraram para ver um círculo mágico branco aparecer diante da Cayna.

"Ei senhorita. O que você está planejando?" (Arbiter)
"Vou chamar substitutos para o cavalo" (Cayna)
"Huh?" (Arbiter)

Uma chama branca cresceu do círculo, e sombras negras saltaram dele em direção a eles.
Todos se reuniram a uma distância segura para olhar para o segundo substituto que a Cayna convocou.

"Whiiine"

O que chamou a atenção deles foi o próprio animal.
Por um lado, sua forma estranha e sobrenatural assustou até os mercenários endurecidos.

"O que?! Você não gostou da ideia?" (Cayna)
"Vai assustar os outros cavalos, então não!" (Arbiter)

Arbiter apenas avançou para dizer a Cayna que isso não era bom. Seu ânimo caiu, e o cerberus lambeu sua bochecha em um esforço para animá-la.
Ela o havia convocado porque é mais ou menos do tamanho de um cavalo, mas todos saíram correndo no momento em que ele apareceu. Cayna olhou em volta para os membros da caravana e cavalos em pânico espalhados em várias direções distantes.

"Não pode ser ajudado, minha mestra. Afinal, eles são da raça humana. Somos os mais incompatíveis um com o outro" (???)

Quem consolou a Cayna com uma prosa engenhosa foi um homem de ar heroico, com cabelo ruivo encaracolado, bigode e barba finos. Ele está escassamente vestido com uma armadura de couro, segura uma lança em uma mão e tem a parte inferior do corpo de um cavalo. O centauro foi o primeiro substituto que ela convocou. No jogo, ele é uma alma gentil, mas quando ela explicou o motivo de convocá-lo, ele balançou a cabeça.

"Minhas mais profundas desculpas, minha senhora. Desejo abster-me de participar de atividades de cavalo de carga" (Centauro)

Ele a derrubou totalmente.
Sem mencionar que sua habilidade de manter uma conversa foi uma surpresa para ela. Cayna se perguntou se seu jeito guerreiro de falar é algum tipo de configuração programada, mas como ninguém mais poderia saber disso, não é como se ela pudesse perguntar.
Não tendo outra escolha, Cayna decidiu convocar um terceiro.
Enquanto o Arbiter implorou para que ela se acalmasse, um porquinho javali fofo saiu do círculo mágico e cumprimentou a Cayna com um "Pii!".

"O que você acha? Você não pode reclamar de algo tão fofo, certo?" (Cayna)

Grandes olhos redondos. Pequenas presas saindo de sua boca. Um corpo gordinho que parece uma batata-doce. Um rabo pequenino e engraçado que espirala do fundo. Qualquer um que goste de coisas fofas seria incapaz de resistir à vontade de correr e dar um grande abraço.
Arbiter, por outro lado, deu a essa oportunidade um passe duro.

"... Talvez, se não fosse tão grande" (Arbiter)

Era cerca de duas vezes o tamanho de seu invocador, facilmente ficando a quase três metros de altura da cernelha e cerca de um tamanho menor que uma carroça coberta.

"Desculpe, Li'l P. Você se importaria de puxar esta carruagem para nós?" (Cayna)
"Pi-pi!"

Ele tentou empurrar o nariz para cima como se pudesse empurrar o peito para a frente com orgulho, mas seu corpo rechonchudo parecia tornar isso uma tarefa difícil. Ele deu um alegre "Pi!" enquanto Cayna acariciava sua cabeça.
Além de seu tamanho, o leitão realmente não é nada assustador. Os Lanças de Chamas saíram das sombras das carruagens com suspiros de alívio. Cayna decidiu manter o cerberus e o centauro por perto e colocá-los bem atrás para o caso de algo acontecer. Muitas pessoas ficaram olhando para trás nervosamente, então ela lançou 【Invisibilidade】 para gerenciar isso.
Eles não conseguiram prender o bebê javali no carrinho, então eles o fizeram segurar as rédeas em sua boca. Um dos membros da caravana o acariciou nervosamente antes de questionar a Cayna.

"Eu nunca vi uma fera como esta antes. O que é isso?" (Mercenário)
"Eu não sei quantos sobraram, mas é um porquinho carmesim bebê" (Cayna)

As pessoas que se reuniram e até mesmo o Arbiter de repente congelaram. Alguns espiaram ao redor deles com ansiedade.
O porco carmesim é conhecido como o maior javali do continente, e alguns são ocasionalmente vistos na cordilheira do sul. Seu nome vem da juba flamejante que flui de suas cabeças para suas costas. Um adulto tem dez metros de altura na cernelha e pode atingir até vinte e cinco metros de comprimento. Apesar de uma aparência tão impressionante, eles são animais relativamente mansos.
No entanto, é preciso estar pronto para a retaliação se colocarem as mãos em uma mãe e um leitão. Sua investida tem um poder destrutivo além de toda imaginação, e eles podem romper uma muralha da cidade como se fosse papel.
Assim, quando souberam que o bebê de tal criatura está bem na frente deles, é natural que os olhos do grupo ficassem vacilantes com medo de que a mãe venha procurá-lo. Era um monstro raro durante a Era do Jogo, e todos odiavam seu poder duro, bruto e teimoso. Até mesmo a Cayna evitou enfrentá-los sozinha.



Embora fosse um enigma para todos, a prioridade do grupo é manter o cronograma, então eles foram embora imediatamente, em vez de se perderem. Cayna é quem tem que comandar o bebê javali, então ela ficou perto da carroça coberta que ele está puxando. O cerberus e o centauro invisíveis seguiram há uma distância segura atrás, e a caravana partiu.
Arbiter e Elineh explicaram que, como havia um posto de controle em Helshper não muito longe, é onde o grupo passará a noite.
Cayna estava ansiosa para montar acampamento e desfrutar de uma noite de conversa com os Lanças de Chamas. Todos sempre conversavam entre si enquanto dramatizavam comicamente histórias de onde estiveram até agora e o que aconteceu lá. Ela adora seus encontros noturnos ao redor da fogueira aberta, e o pensamento do futuro trouxe um sorriso em seu rosto.
De repente, porém, as vozes das árvores sussurraram em seu ouvido.

『Tome cuidado』
『Há o mal em andamento』

Ele se misturou com o farfalhar das folhas ao vento, e uma comoção silenciosa se agitou entre as árvores próximas. Ficou mais alto e se multiplicou.
Batendo levemente nas costas do javali, ela pediu licença para os mercenários andando nas proximidades e se dirigiu para a frente.
Ela não está acostumada a lutar em grupo, então o Arbiter disse a ela o que significaria trabalhar temporariamente como guarda na unidade mercenária. Parece que "apresentar-se para o serviço" não muda, não importa onde você vá.

"Arbiter!" (Cayna)
"Ei, então você notou também, senhorita. Há uma aura estranha flutuando por aí. Provavelmente está vindo daquilo" (Arbiter)

Arbiter já havia percebido um pouco e apontou para o posto de controle visível à frente deles. Havia um poste de portão que parecia caber duas carruagens lado a lado e paredes brancas à esquerda e à direita que continuavam nas profundezas da floresta. Duas sentinelas segurando lanças estão lá, mas pela aparência deles, eles são extremamente desleixados e não parecem nem um pouco preocupados com seus trabalhos.
Arbiter chamou seu segundo em comando e ordenou que a caravana parasse. Ele então se aproximou da carroça do Elineh e disse que havia uma chance de ataque.

"Helshper realmente faria uma coisa dessas...?" (Elineh)
"Não necessariamente. Mas se algo acontecer entre nossos países, eles não nos deixarão passar fácil" (Arbiter)

A estrada não é muito larga, então o Elineh rapidamente deu ordem para parar e formar uma linha diagonal. Arbiter instruiu a Cayna e dois outros mercenários a ficarem sempre perto das carroças, então gritou alto o suficiente para os soldados que estavam no portão da fronteira ouvirem.

"Ei! Apressem-se e saiam logo! Vocês foram descobertos!" (Arbiter)

Essas palavras correram ao longo do vento e, com um estalar de língua, um homem pálido, vestido de preto e segurando uma varinha, apareceu ao lado dos guardas de Helshper.
Cayna podia sentir várias outras vozes vulgares ecoando de dentro da floresta e transmitiu isso ao segundo em comando. Ela então lançou 【Invisibilidade】 em si mesma e foi para o final da fila para dar ordens às criaturas invocadas.

"Posso deixar os escondidos para vocês dois?" (Cayna)
"""Woof!""" (Cerberus)
"Por favor, deixe isso para nós, minha senhora. Esses rufiões desprezíveis se tornarão ferrugem na minha lança" (Centauro)

Ela ordenou que o cerberus cuidasse da emboscada na floresta à direita e fez com que o centauro cuidasse dos guardas inimigos que estão à esquerda das carruagens. Ela então subiu em uma carruagem, cancelou o feitiço de 【Invisibilidade】 e se concentrou em usar a 【Magia de Assistência】 para fornecer suporte. Sua posição a torna um alvo fácil para os arqueiros, mas ela pretende se tornar uma isca, já que tem a maior força defensiva do que qualquer outra pessoa.
Arbiter já percebeu seu plano. Embora ele normalmente a chame de senhorita e a rotule como uma dama, Cayna está profundamente agradecida por ele desconsiderar o gênero quando se trata de quem desempenha quais deveres.
Na Era do Jogo, a Magia de Ataque diferenciava até mesmo entre amigos e inimigos que compartilhavam o mesmo espaço, mas ela hesitou em usá-la agora que está em um combate corpo a corpo. Eles também estão cercados pela floresta, então ela se conteve.

"Tenho que dizer, você é bem afiado. Infelizmente, este é o fim da linha. Prometemos fazer bom uso de suas mulheres e bens" (Chefe dos Ladrões)

O homem soltou uma risada feia e acenou com a varinha enquanto basicamente ordenava que eles se rendessem.
Arbiter deu de ombros e bufou.

"Sujeira como você nunca vai conquistar as mulheres. Certo, senhorita?" (Arbiter)
"Eles também parecem muito fracos..." (Cayna)
"S-seus bastardos! Eu vou fazer vocês se arrependerem por is..." (Chefe dos Ladrões)
"GYAAGH?!" (Ladrão)

Antes que o homem mal-encarado pudesse terminar sua frase, um grito que é uma mistura de medo e desespero soou da floresta. Ao mesmo tempo, um uivo bestial ecoou, enviando um calafrio correndo pelos seus pés.
Foi o ataque à distância 【Uivo do Inferno】 do cerberus, que vem com um efeito adicional, 【Medo】. Como os mercenários que guardavam as caravanas parecem apenas ligeiramente chocados, o ataque parece distinguir entre amigo e inimigo.
Os emboscados foram acometidos de medo. Um após o outro, soldados amarrados com arcos, flechas e espadas curtas contra suas couraças de couro corriam de um lado da floresta em pânico total.

|Habilidade Mágica: Aumento de Defesa Física Superior Laga: Proteção: Conjunto Pronto|

Ao mesmo tempo, Cayna tinha um canto esperando nos bastidores e o lançou em seus aliados. Brilhos azuis cintilantes cobriram todos, desde os guardas mercenários até os membros da caravana, os cavalos e as carruagens. Arbiter ficou um pouco chocado ao se ver brilhando em um azul fraco, mas ele não esqueceu o que tinha que ser feito e acionou seus homens. Eles atacaram os bandidos aterrorizados sem intenção de poupar suas vidas.
Enquanto Cayna olhava para a cena, um sentimento azedo brotou em seu coração que ela forçou de volta. Esse cenário também havia sido explicado a ela com antecedência para evitar que ela ficasse chateada. Ela não sabe muito sobre este mundo e não acha que é seu lugar interferir. A turbulência da Cayna foi inconsequente, e o fim da luta não está à vista.
Ela não sabe se eles estão muito ansiosos na busca da glória ou simplesmente viram sua chance, mas vários bandidos vieram correndo do lado oposto da floresta.
Mas embora fossem invisíveis, as feras convocadas que serviam como linha de defesa da caravana ainda estão à espreita.
Quando um dos bandidos se aproximou das carruagens, de repente ele voou direto para cima. Outro foi atingido com tanta força que seu rosto esmagou quando ele foi repelido para o lado, e ainda outro foi subitamente empalado no ar por uma lança que veio do nada.
A forma do centauro que tão rapidamente eliminou os três apareceu na frente e no centro. Erguendo sua arma que ainda estava presa no ladrão, ele se anunciou alto e claro.

"Em verdade, em verdade! Quem assiste de longe, se aproxime e ouça bem! Sou eu, Heigl do famoso clã dos centauros!" (Heigl)

Isso causou um choque em ambos os lados da batalha. A lança do Arbiter parou no meio do movimento e ele disse: "Espere, isso não é tudo sobre você", com um sorriso irônico.
O ladrão de rosto pálido, por outro lado, ficou nervoso e exclamou: "O que algo assim está fazendo aqui?!" enquanto dava alguns passos para trás.
Quanto a Cayna, ela murmurou: "Então ele tinha um nome...", o que provavelmente foi mais cruel do que qualquer outra coisa que alguém poderia dizer.

Decidindo que as coisas chegariam ao fim se eles esmagassem as cabeças dos falsos sentinelas no posto de controle, Arbiter avançou.
No entanto, o Espírito da Água que o protegia voou e usou 【Cortador de Água】 para cortá-los ao meio com velocidade ofuscante. Arbiter, lança em punho enquanto se preparava para uma luta, sentiu-se um pouco decepcionado.
Graças aos esforços árduos dos mercenários e Heigl, os bandidos foram ceifados um após o outro. Todos foram despachados, deixando apenas seu pálido líder para assistir horrorizado. Mercenários que tiveram tempo extra capturaram vários que ainda estavam respirando.
Cayna desceu da carroça e o cerberus se aproximou pela floresta. Ela está um pouco perturbada pelas manchas vermelhas ao redor de sua boca. Enquanto ela cautelosamente acariciava sua cabeça em apreciação, um som uníssono de três gemidos felizes retumbou de suas gargantas.

"Então o que você vai fazer agora? Você está sem ninguém" (Arbiter)
"Merda! Eu ainda tenho isso, no entanto!" (Chefe dos Bandidos)

Os Lanças de Chamas estão provocando coletivamente o líder dos bandidos medonho com sorrisos controlados. O rosto do homem se contorceu com ódio, e ele ergueu sua varinha como se estivesse prestes a fazer um show.
Imaginando que ele estava apenas sendo um mau perdedor, Arbiter estava prestes a falar quando o líder dos bandidos soltou uma Palavra de Comando:

"|Inicializar: Bola de Fogo|" (Chefe dos Bandidos)

Um instante depois, uma esfera flamejante com vários tons de vermelho apareceu sobre sua cabeça. Antes que alguém pudesse dizer uma palavra, ele girou e cresceu cada vez mais em diâmetro até ficar grande o suficiente para engolir uma pessoa inteira. Ao comando de seu lançador, fez um som e disparou para frente.
Direto sobre a Cayna.
Suas costas estavam viradas enquanto ela agradeceu as duas criaturas que ela convocou, e assim que ela percebeu que algo estava errado e se virou, o fogo a pegou e explodiu. Uma onda de choque irrompeu das chamas ardentes.
Os ouvidos de todos latejavam enquanto fumaça preta e cinzas se espalhavam em todas as direções, e um grito veio da caravana. O lugar onde a Cayna estava agora está envolto em fogo e fumaça.

"Senhorita?!" (Arbiter)
"Ha-ha-ha-ha-há! Agora você sabe o que acontece quando você me desafia!" (Chefe dos Bandidos)

Os mercenários seguraram suas armas com um olhar de ódio, e o desejo de correr com tudo para cima dele percorreu por seus corpos.
Por outro lado, o homem permaneceu inconsciente de sua crescente luxúria de batalha e continuou sua risada alta de auto-satisfação.

... Foi cômico, realmente.

"Que tolice. Você honestamente acredita que essas chamas insignificantes prejudicariam a minha senhora?" (Heigl)
"Woof!" (Cerberus)

O rosto do homem permaneceu congelado em um sorriso. Arbiter e os outros também se voltaram na direção da voz, para o local da explosão de fogo onde qualquer pessoa normal teria encontrado seu fim.
Uma fosforescência azul-clara surgiu de dentro e varreu facilmente o fogo e a fumaça.
Heigl ficou lá preguiçosamente segurando sua lança enquanto o cerberus mostrava suas presas ameaçadoramente.
Cayna apareceu entre eles sem uma única queimadura nela.

|Venha, Beleza do Gelo e da Neve!|

Com esta 【Palavra de Comando】, o protetor de braço no braço esquerdo da Cayna instantaneamente se transformou em um arco de prata e começou a liberar poder mágico do tipo Gelo. Qualquer um com a menor experiência com magia poderia dizer o quão ridiculamente poderosa ele é.
Um momento depois, um círculo branco apareceu sob seus pés. A luz pálida que emana infinitamente dele se intensificou e convergiu entre o arco e a corda do arco em sua mão esquerda.
Quando a neve se espalhou pelo chão, houve um som de estalo, e a área ao redor dela se transformou em um campo de gelo. O líder dos bandidos de rosto pálido, junto com o Arbiter e os outros, assistiu a uma magia aterrorizante além de qualquer coisa em seu mundo crescer entre o arco em sua mão esquerda e a corda esticada em sua mão direita.
Uma flecha branca pura construída a partir de um poderoso feitiço materializou-se nas mãos da Cayna.

"M... maldita seja! O que... o que é essa magia?!" (Chefe dos Bandidos)
"Se você quer me machucar, você precisa no mínimo ser capaz de fazer algo assim!!" (Cayna)

|Habilidade Mágica: Converter: Gelo Azul da Noite Branca Liza la Giga|

*Shoom!*



... O som de seu lançamento foi rápido demais.
Para a maioria das pessoas, o barulho por si só já é um mau presságio. No entanto, o impacto seria muito mais impressionante.
Quem acreditaria que um tesouro tão inimaginavelmente poderoso, tecido da magia mais suprema, algo que é a personificação do desespero que dizem trazer a morte a todos, estaria vindo direto para eles?
O líder dos bandidos ouviu alguém gritar: "É isso que faz o Rei Demônio nos contos de fadas, certo?!"

Muito perturbado para perceber que essas palavras estavam saindo de sua própria boca, esse foi o último pensamento que ele teve.
Ouviu-se o som de vidro se estilhaçando, e flores de um branco puro desabrocharam ao longo da estrada arborizada que atravessa as duas nações. Construída a partir de prismas de gelo hexagonais grandes e pequenos, no centro das flores transparentes e semelhantes a rosas agora enraizadas na terra havia uma escultura de neve cujo rosto está contorcido de horror.
Este era de fato o próprio líder dos bandidos.
Tudo ficou em silêncio por um momento, mas então os braços esquerdo e direito que estavam bem abertos se partiram. Eles atingiram as flores de gelo e se partiram em pedacinhos, mas isso foi apenas o começo, rachaduras se espalharam por toda a escultura, e não demorou muito para que ela desmoronasse completamente.

"... Phew..." (Cayna)
"Isso foi maravilhoso, minha senhora" (Heigl)
"Woof!"
"Pii!"

Embora sua comitiva convocada a elogiasse, Cayna sentiu-se bastante melancólica, e todos ao seu redor olhavam com espanto oprimido. Até mesmo o Arbiter sentiu o ar pesado, mas suspirou ao ver a Cayna notar as reações ao seu redor e a subsequente inquietação solitária em seus olhos. Balançando a cabeça, ele trancou essa visão horrível profundamente em suas memórias, então deu um tapa nas costas da garota. O barulho ecoou, e todos engasgaram quando voltaram a si.

"Gwagh!" (Cayna)
"Isso foi incrível, senhorita! Você foi atingida com tudo isso, mas não há nem um arranhão em você!" (Arbiter)

Ele quis dizer isso como um elogio, mas viu uma sombra escura aparecer no rosto da Cayna e ficou nervoso.

"Q-qual é o problema?! Você está ferida em algum lugar?" (Arbiter)
"Não, meu cabelo ficou um pouco chamuscado..." (Cayna)

"... Nossa, não me assuste assim. Eu pensei que havia algo seriamente errado com você" (Arbiter)
"Ei, agora... Você não deveria dizer essas coisas para uma garota! Sua namorada vai se cansar rapidamente de você, Arbiter" (Cayna)
"Eu pareço o tipo de cara que tem alguém assim?!" (Arbiter)
"O quê?! Quer dizer que não tem?! Você é tão carinhoso que eu tinha certeza que você teria duas ou três garotas seguindo você por aí..." (Cayna)
"Senhorita. Vamos falar sobre como você realmente me vê. Todo o caminho até de manhã" (Arbiter)
"Você vai tentar seus truques sujos em mim também?!" (Cayna)
"Quem disse alguma coisa sobre truques sujos?!" (Arbiter)

Enquanto os dois se engajavam em brincadeiras espirituosas, como irmãos, o resto da caravana começou a sorrir.
É evidente para todos o tipo de poder que a Cayna possui, mas está claro para todos nesta jornada que ela não é o tipo de pessoa que lança sua força imprudentemente. Mesmo assim, Cayna ocasionalmente a usa de maneiras bastante inesperadas.

"Vá para os fundos da carruagem agora mesmo!" (Arbiter)
"Onde?! E como?!" (Cayna)

Interromper sua briga amigável doeu ao segundo em comando, mas ele se preparou e se colocou entre os dois.

"... Chefe, Senhorita Cayna. Eu pediria que vocês deixassem isso de lado e continuassem adequadamente até as horas da manhã em um dia posterior. Por enquanto, por favor, transmita suas instruções sobre assuntos pós-batalha" (Co-Líder)
"Até você acha que está decidido, co-líder?!" (Cayna)
"Ah, certo. Primeiro, limpe os corpos. Assim que fizermos isso, há uma clareira do outro lado da fronteira. Vamos ter o senhor e os outros acampados lá. Consiga duas pessoas para irem com eles como guardas" (Arbiter)
"Se é de guardas que você precisa... Heigl, Li'l P, vocês se importam?" (Cayna)
"Entendido, minha senhora" (Heigl)
"Pipipi!"

Quando todos terminaram de limpar e jantaram, o sol já havia se posto. Como eles vasculharam a área depois, eles encontraram quatro corpos carbonizados. Tendo passado pela fronteira inúmeras vezes antes, Elineh confirmou que eles eram os guardas originais que protegiam o posto de controle. Assim que chegarem à capital Helshper, ele se reportará à Guilda dos Comerciantes e devolverá os pertences pessoais dos falecidos.

"A base de operações dos bandidos fica no oeste. Eles já estão tão difundidos assim...?" (Arbiter)
"Assim parece. Se eles ganharam tanto território, devem ser bastante formidáveis" (Elineh)

Como se tentassem dissipar a atmosfera pesada, vozes alegres ecoaram profusamente ao redor do fogo aberto. Guardas e mercadores contaram suas experiências com uma quantidade razoável de exagero, e tanto a Cayna quanto os outros caíram em uma gargalhada infantil.
À sombra das carruagens, Arbiter e seu segundo em comando discutiram os movimentos dos bandidos e manusearam cuidadosamente a varinha do líder caído daquela tarde.
Elineh não sabia o que era, mas a Cayna avaliou a varinha e encontrou a resposta. É um item para todos os fins que não é específico sobre quem o empunha e pode lançar 【Bola de Fogo】 com uma simples 【Palavra de Comando】. É anormal o fato de que, durante a Era do Jogo, até os jogadores mais novos podiam usá-lo imediatamente.

"Isso... é descartável, mas pode ser usado até dez vezes. Ainda tem sete ataques restantes nele" (Cayna)
"Algo como isso estava em todo lugar duzentos anos atrás...?" (Elineh)
"Você pode conseguir um bom dinheiro se vender, não acha?" (Arbiter)
"Não podemos dizer em quais mãos algo assim passará, então não seria melhor para o Sir Arbiter tê-lo?" (Elineh)
"O q-? Eu...?" (Arbiter)
"Nesse caso, devo fazer um novo que funcione até trezentas vezes? Isso seria mais conveniente, você não acha?" (Cayna)
"Não se atreva!!" (Arbiter)
"Por favor, não!!" (Elineh)

Ela sorriu como uma garota normal, mas pode-se dizer que mais uma vez os lembrou de suas capacidades inacreditáveis. Eles provavelmente também tiveram que agradecer a sua estrela da sorte que seu relacionamento com ela permaneceu inalterado.

"É certamente uma coisa boa ela estar do nosso lado", disse o segundo em comando.
"Isso faz você se sentir melhor...?" (Arbiter)

De certa forma, Arbiter compartilha honestamente os mesmos sentimentos que seu camarada murmurou baixinho.

Ao amanhecer na fronteira entre Felskeilo e Helshper, a caravana do Elineh e os guardas do Lança das Chamas inspecionaram as instalações e acomodações da linha de fronteira.
Eles estavam lá na noite anterior, mas ainda havia muitas coisas que podiam ser vistas apenas à luz do dia. Depois que os bandidos sobreviventes contaram como chegaram ao posto de controle, eles se livraram deles durante a noite. Afinal, não é á garantia de que eles não cometerão as mesmas atrocidades em outro lugar novamente. O grupo empilhou os corpos e os cremou, e foi isso.
A cabana aparentemente usada como quartel para os soldados está em péssimas condições. Mesmo excluindo o que os bandidos parecem ter trazido, mesas e prateleiras haviam sido encostadas nas paredes e usadas para prática de arremesso de facas. Algumas ainda estão presas naquelas mesas e nas paredes. As lojas de alimentos foram saqueadas com apenas vegetais inteiros sendo deixados para trás. A ausência de qualquer tipo de carne é claramente graças a eles também.
Elineh documentou a cena desastrosa e compôs uma carta para o Sindicato dos Comerciantes relatando suas descobertas a Felskeilo.
Os corpos dos soldados se tornariam mortos-vivos se não fossem tratados, então a Cayna os envolveu em lençóis purificados com Magia Sagrada e os enterrou lado a lado em um local com muita luz solar. Para ajudar quaisquer possíveis equipes de investigação, Arbiter e os outros esculpiram lápides de madeira e as colocaram em cima. Após um momento de silêncio, a caravana deixou a fronteira.

Mesmo que normalmente você pudesse ouvir vozes aqui e ali enquanto a caravana continuava se movendo, depois que eles cruzaram para Helshper, ninguém disse nada. Até mesmo os mercenários do Lança de Chamas ocasionalmente olhavam para trás com expressões tristes antes de voltarem a olhar para frente.
Cayna só parou para poder chamar o porco carmesim Li'l P, pois precisavam dele para puxar uma das carruagens. Ela também não esqueceu de lançar 【Aumentar Movimento】 em todos, e chamou o Espírito do Vento para patrulhar a área e alertar o grupo se alguma figura armada estiver se aproximando. Afinal, se ela apenas disser para atacar, o desastre poderá acontecer a algum aventureiro involuntário. Além disso, como ela tinha ouvido falar que a estrada à frente também é cercada por floresta, as árvores certamente lhe dirão se alguma pessoa maliciosa estiver por perto.
Nessa atmosfera de vigília, o Arbiter, que geralmente lidera o caminho, voltou para o centro. Cayna foi encarregada de proteger a carroça do Elineh, enquanto o Li'l P puxou outra atrás dela.

"Ah, Arbiter. Como está a frente?" (Elineh)
"Meu co-capitão está de olho. Eu vou ter que dar um pouco de vida a esses caras nas costas mais tarde e me livrar desse clima instável" (Arbiter)

Parece que ele está comprometido em garantir que cada membro seja cuidadoso. Cayna acha que essa consideração profunda é o motivo pelo qual todos o seguem, apesar de seu comportamento brusco.
Ele falou brevemente com o Elineh antes de chegar ao lado da Cayna.

"Você está bem, senhorita?" (Arbiter)
"Huh? Oh, sim. Está tão quieto que faz você se perguntar se não há problema em falar, não acha?" (Cayna)

Quando a Cayna estava no hospital, ela era suscetível à tristeza. Em momentos como esses, as enfermeiras sempre presentes e as outras crianças pacientes vinham conversar com ela e tirar sua mente das coisas.
No entanto, agora que ela pode se mover livremente e tentar chamar outra pessoa, Cayna não conseguia acertar o momento. As vovós que também estavam no hospital tinham sido tão boas nisso que a fez querer suspirar.

"Vai ser uma jornada difícil se você já está deprimida" (Arbiter)
"Huh? Wagh?! Ei! Ai, isso dói, Arbiter!" (Cayna)

Ele despenteou o cabelo da Cayna, deu um leve tapinha no ombro dela e foi embora.
Imediatamente depois, um rugido furioso rugiu na parte de trás.

"Vamos, seus caras inúteis!! Quanto tempo vocês vão ficar deprimidos?! Não vá se descuidar! Vocês acham que um trabalho meia-boca vai funcionar?!" (Arbiter)

Ela podia ouvir os sons "Gah!" e "Gugh!" que acompanham chutes e socos. Apesar das alternâncias entre os gritos dos mercenários e a repreensão do Arbiter, Cayna fez o possível para ignorá-los e, em vez disso, concentrou-se parcialmente na consciência compartilhada que tem com o Espírito do Vento.


"Senhorita, você é realmente insanamente poderosa, não é?" (Arbiter)
"Huh?" (Cayna)

Arbiter perguntou isso a Cayna no segundo dia depois que cruzaram a fronteira e montaram acampamento. Agora que haviam percorrido três dias de distância em dois com a ajuda do 【Aumentar Movimento】, Elineh e os outros ficaram extremamente gratos a ela e a viram isso como um grande benefício.
Nos últimos dias, ela recebeu intermináveis palavras de louvor e gratidão dos membros da caravana. A essa altura, ela desejou que eles parassem com a mega liquidação de Obrigado.
De acordo com o Elineh, havia duas aldeias nas quais eles podiam parar ao longo das rotas comerciais externas de Helshper. Como Helshper tem uma cordilheira que corre ao longo do oceano ao norte, encostas suaves continuam a leste e oeste. Estas encostas proporcionam-lhe uma excelente irrigação e cultivos de ricas árvores de fruto.
A aldeia perto da fronteira já havia visto dias melhores há muito tempo. O grupo logo começou a perguntar aos moradores da cidade e, aparentemente, os bandidos não causavam problemas há anos. Parece que os do outro dia não poderiam ter passado pela rota comercial externa. Como a aldeia não tinha nem mesmo uma pousada para alguns adultos e o sol estava no auge, eles fizeram suas perguntas e seguiram em frente.

"Então o que está acontecendo?" (Arbiter)
"*Suspiro*... Hum, posso perguntar o que fez você fazer tal pergunta?" (Cayna)
"Certo" (Arbiter)

Eles tinham acabado de jantar e, além dos guardas de patrulha, todos estão descansando por um momento.

"Quando aquele cara de túnica atacou você, você disse, 『Se você quer me machucar』, e tudo mais. Além disso, você foi atingida diretamente por uma bola de fogo, mas não tem uma única queimadura para mostrar. Ninguém chamaria isso de muito intenso, certo?" (Arbiter)
"Ah, bem, acho que você tem razão" (Cayna)

Sim, mesmo a Cayna não teve tempo suficiente para inventar uma mentira convincente sobre por que ela não foi ferida por uma bola de fogo. A varinha é um item genérico cujo poder aumenta e diminui dependendo da magia de seu usuário.
Para alguém como a Cayna, que atingiu níveis máximos de Magia de Ataque e Defesa no jogo, qualquer feitiço de um inimigo como esse não fará nada. Para dar um exemplo claro, foi como soltar um cata-vento de fogos de artifícios na frente de uma porta de aço maciçamente alta e grossa.

"O lançador era simplesmente de baixo nível" (Cayna)
"Mesmo? Ele parecia bastante competente pelo que eu poderia dizer, mas acho que não é essa a impressão que você teve" (Arbiter)

Cayna pensou que podia ver a luz nos olhos do Arbiter mudar de mera curiosidade para viciada em batalha.

『Parece que saiu pela culatra o que disse』 (Kee)

Kee! O que isso deveria significar?

『Você vai descobrir em breve. De qualquer forma, tenha cuidado』 (Kee)

Sobre o que?

Enervada pelo aviso do Kee, ela tentou pressioná-lo, mas não conseguiu. Isso foi graças à ponta da lança de repente empurrada para ela.

"Arbiter?! O que você está fazendo?!" (Cayna)
"Heh, então você pode se esquivar. Quer fazer um pouco de sparring comigo, senhorita?" (Arbiter)
"... Huh?" (Cayna)

Arbiter sorriu para a Cayna, que instantaneamente usou 【Habilidade Passiva: Percepção】 para fazer uma pausa momentânea. Os mercenários que assistiam despreocupadamente a troca deles se sobressaltaram com as palavras do Arbiter e se levantaram no meio do caminho. O segundo em comando se aproximou com os ombros retos e agarrou seu braço.

"O que você está fazendo, chefe?! Arranjar uma briga com a Senhorita Cayna é totalmente infantil!" (Co-Líder)
"Se há alguém forte, você o desafia. Isso não é natural?" (Arbiter)
"Ela não é como os cavaleiros, então, por favor, evite seus velhos comportamentos problemáticos!" (Co-Líder)

Parece que o Arbiter já havia sido parte dos cavaleiros e é conhecido por causar problemas mesmo naquela época. Por que ele estava escondendo esse mau hábito dele até agora, bem, isso é porque ele não tinha encontrado ninguém tão forte quanto ele. Agora que a Cayna havia revelado seu incrível poder bem diante de seus olhos, essa predileção adormecida finalmente despertou de dentro dele.

"Ah, isso não foi bom..." (Co-Líder)

Cayna observou sombriamente enquanto, ao comando do co-líder, os outros mercenários prendiam os braços do Arbiter atrás de suas costas.

"Você já é um homem adulto, então, por favor, aja como tal, chefe!" (Co-Líder)
"Ei, por que vocês estão se juntando contra mim?! É apenas uma batalha simulada" (Arbiter)
"Sabemos que isso não será suficiente para você!" (Co-Líder)
"Aquela bagunça no exame de admissão foi a pior. Estou implorando, não faça ninguém lidar com isso de novo!" (Co-Líder)
"Nós não dissemos que era hora de você crescer?!" (Mercenário)

Seu líder aparentemente infligiu vários traumas em seus subordinados. Cada um trouxe suas próprias experiências passadas ao lecionar o Arbiter.
Elineh e os outros estavam igualmente preocupados com a situação, e eles olharam freneticamente para frente e para trás entre a Cayna e o Arbiter, que agora está preso em um sanduíche de mercenários.

『Não vejo mal em aceitar』 (Kee)

Huh?! Kee!

Cayna ficou chocada com a declaração repentina e arriscada do Kee. Mais do que qualquer outra coisa, batalha simulada ou não, ela não tem coragem de lutar contra alguém que tinha feito tanto por ela.
Metade do motivo também é porque nem ela conhece suas especificações completas. Mesmo que ela se considere principalmente em uma posição de retaguarda, ela ainda é uma Mestre em Habilidades que provavelmente pode lidar com servir na vanguarda também. No entanto, só porque ela pode fazer isso não significa que ela é uma mestra nisso. Isso a deixou relutante.

『Isso é uma sorte. É uma boa oportunidade para um teste, não é?』 (Kee)

Você está falando sério?! Não faço ideia do que acontecerá se eu usar minhas armas!

『Você tem a habilidade 【Pegar Leve】, não tem? Se você usar isso, tenho certeza de que ele não morrerá, mesmo que algo aconteça』 (Kee)

Uwagh?!

É difícil discutir com o Kee, que sabe mais sobre a Cayna do que ela mesma. Quando ela estava no hospital, o máximo que ele podia dar eram conselhos. Por dentro, ela está feliz por eles agora poderem ter conversas como essa.
Ela meio que achou que não faria mal ouvir o Kee. No entanto, ela não tinha a compostura para perceber que sua amiga menos que estelar também usava essa forma de persuasão.

"Tudo bem, eu aceito" (Cayna)
"""QUE?""" (Mercenários)

Os mercenários ao redor do Arbiter congelaram instantaneamente ao som da voz consentida atrás deles.

"Espere, senhorita! A força do chefe não é nada para mexer!" (Co-Líder)

Eles estão preocupados com ela, e a Cayna está sinceramente grata por suas tentativas desesperadas de dissuadi-la. Ela inclinou a cabeça.

"Acho que vou ficar bem. Arbiter nunca machucaria imprudentemente um oponente em uma batalha simulada, certo?" (Cayna)
"S-sim! Claro que não!" (Co-Líder)

A maneira como eles ficaram com a língua presa foi um pouco suspeito, mas a Cayna caiu na gargalhada enquanto os mercenários batiam no peito com confiança.

"Vamos começar, então", disse ela. "Nós temos um dia inteiro amanhã, afinal" (Cayna)

O segundo em comando deu um olhar exasperado, mas rapidamente conduziu os dois competidores para longe do acampamento. Cayna convocou um Espírito de Luz e o fixou no céu. Um campo de batalha escuro não a afeta nem um pouco, já que ela tem 【Visão Noturna】, mas essa habilidade não se estende ao Arbiter ou àqueles que observam. Contanto que o Espírito da Luz os iluminasse acima, eles não terão que lidar com a má visibilidade.

"Que tal uma arma, senhorita? Quer emprestada uma das minhas lanças sobressalentes? Não é como se você pudesse usar essa espada que você tem aí" (Arbiter)

A Lâmina Rúnica está ao lado de Cayna. À primeira vista, parece mais um porrete de uma mão, mas na verdade é uma espada completa. A arma se transforma em sua forma de lâmina quando infundida com magia e inflige a mesma quantidade de dano, não importa quem a empunhe. No mundo do jogo, era uma arma mágica com dano fixo que novos jogadores até o nível 100 achavam muito útil.

"Não precisa se preocupar. Se você está procurando algo mais longo, eu tenho a coisa certa" (Cayna)

Cayna deu um leve sorriso e tirou o brinco em forma de bastão de aproximadamente três centímetros de comprimento de sua orelha direita. O pequeno objeto tem anéis de ouro no lado esquerdo e direito dele, e com o único comando da Cayna para |Estender|, tornou-se um cajado mais longo do que a altura dela.
Os mercadores e mercenários que observavam começaram a provocar uma comoção. Poucos viram tal arma em seu mundo, mas entre todas as que estavam na posse da Cayna, esta não é particularmente rara. É um cajado mágico com qualidades únicas que se parece exatamente com a arma carregada pelo Son Goku no conto chinês Journey to the West. Na história, é uma ferramenta usada para fazer o levantamento e gestão de rios, mas aqui ele fica mais comprido ou mais curto, e é só.
Normalmente, ela o mantém na orelha direita como um acessório. Cayna nunca o mediu, mas imaginou que no jogo ele se estende por cerca de cinco metros. Ela nunca tinha realmente tentado isso, no entanto.
O segundo em comando ficou no centro para atuar como o Juiz.

"Escutem bem. Vocês dois estão absolutamente proibidos de machucar um ao outro" (Co-Líder)
"Entendi!" (Arbiter)
"Claro" (Cayna)
"Bem, então, comece!" (Co-Líder)

Assim que ambas as partes aceitaram os termos, ele rapidamente acenou com a mão para baixo.
Cayna tinha planejado esperar que o Arbiter fizesse o primeiro movimento, mas ele não perdeu tempo fechando a distância entre eles e desencadeou um golpe forte. Ela roçou a ponta de sua lança em direção à borda da arena enquanto saía de seu caminho direto.

*Shing!*

Quando o som de metal se chocando soou, a multidão selvagem de homens soltou um grito unânime de "Yeaaah!", com gritos de "Ela bloqueou seu primeiro ataque!" e "Nada mal, senhorita!" a empolgação deles atingiu um nível febril.
Cayna, no entanto, não podia se dar ao luxo de ouvir os espectadores. As estocadas afiadas do Arbiter desenhavam arcos sinuosos e enganosos que apontavam direto para o meio. É tudo o que ela podia fazer para evitar cada ataque que se aproximava e desviá-lo para fora.
Inicialmente, o mundo do jogo de Leadale quase não tinha nenhuma forma oficial de artes marciais. A equipe de desenvolvimento definiu principalmente os movimentos das armas para vários padrões diferentes, e esses movimentos baseados em raça foram a razão pela qual os jogadores deram aos elfos um amplo espaço, mas isso é uma história para outro dia.
Versões posteriores permitiram que jogadores individuais usassem formas falsas de artes marciais, e uma era de caos garantida. Todos iriam escolher o que quisessem do banco de dados e fazer o download. Cayna não conseguiu encontrar 【Técnicas de Cajado】, então ela baixou alguns naginatas e tratou-os como habilidades de 【Técnica de Cajado】. Como tudo fazia parte do jogo, podia-se escolher essas técnicas como se não fossem nada e derrotar os inimigos no estilo escolhido.
Havia também a bênção das habilidades, o que tornava tudo ainda melhor. A habilidade 【Percepção】 que permite que você leia a trajetória de seu inimigo. A habilidade 【Mover】 que otimiza os movimentos do alvo. É natural que os jogadores combinem isso para evitar os ataques de um inimigo. Isso também significa que havia momentos em que tantas habilidades se sobrepunham que o sistema de jogo não conseguia lidar com isso.

No entanto, este não é um jogo, e as habilidades não são mais limitadas por tais restrições. 【Habilidades Passivas】 podem ser usadas a qualquer momento. Se você conhecer as 【Habilidades Ativas】, pode colocá-las em movimento.
Embora desajeitada no início, Cayna combinou tudo isso, e seus movimentos ficaram cada vez mais polidos. Ela leu cada movimento da lança do Arbiter, tirou o tempo dele dando um passo à frente em vez de se esquivar, varreu o ataque recebido e contra-atacou girando como se estivesse em uma dança.



Em frente a ela, Arbiter ficou nervoso com essa mudança.
Inicialmente, ele imaginou que ela seria atingida ou evitaria seus ataques no máximo, mas dentro de vários ataques, ficou claro que seus movimentos estavam ficando mais nítidos. Apenas por esses poucos confrontos, é como se um artista marcial iniciante tivesse acabado de passar por um ano de treinamento intenso.
Na verdade, ela absorveu cuidadosamente o talento de seu oponente enquanto eles trocavam golpes e não conseguia esconder seu espanto ao ver como ela estava se transformando em uma soldada de primeira classe. Ela evoluiu de receber um de seus hits para cada nove que ele dava para cerca de meio a meio. Agora o Arbiter está em desvantagem. Apenas cerca de 10% de seus golpes acertaram, enquanto os dela acertaram cerca de 90% das vezes.
Felizmente para ele, Cayna não tinha intenção de vencer. Mesmo que ele tirasse o ritmo dela, se a Cayna fosse com tudo, Arbiter sem dúvida perderia.

Infelizmente, ele também não tinha intenção de perder para ela. Percebendo que ela estava pegando leve com ele e continuando um jogo prolongado de vai-e-vem, isso deixou o Arbiter frustrado, mas também o despertou.
Soltando um uivo selvagem, ele acaloradamente foi forçá-la a voltar, mas ela evitou completamente. Ele logo foi deixado lutando uma batalha completamente defensiva.
Para aqueles que assistiam ao lado, estava claro o que estava acontecendo. O verdadeiro poder daquela senhorita os deixou sem palavras. Nesse ritmo, a luta nunca terminaria até que a resistência de alguém acabe.
Mesmo o segundo em comando, que assistiu a batalha em total perplexidade, notou a sombra na expressão do Arbiter e se moveu apressadamente para detê-los.

"Já chega, vocês dois! Estamos terminando! Mais do que isso, e as coisas vão ficar perigosas!" (Co-Líder)

Cayna, que havia caído em transe e chutado com uma perna, ouviu um aviso interno do Kee e rapidamente guardou seu cajado mágico. Ela não tinha notado antes, mas estava suando profusamente.
Não só isso, ela estava se sentindo muito revigorada.

Se fazer exercícios é assim tão bom, eu deveria ter ficado mais séria.

『Se você fosse mais sério, ele teria morrido』 (Kee)

Assim que a Cayna estava começando a ter uma visão positiva, Kee a repreendeu e diminuiu o clima.
Quanto ao seu parceiro de treino, Arbiter sentou-se no chão e encostou-se em sua lança.

"Você está bem, Arbiter?" (Cayna)
"Huff, cara, haah... Não faça um velho se desgastar. Você me pegou bem nessa, senhorita" (Arbiter)
"Não, você foi ótimo também. Vamos fazer isso de novo se tivermos a chance!" (Cayna)
"Desculpe, acho que vou passar" (Arbiter)

Como se essas palavras tivessem tirado a última gota de energia dele, Arbiter caiu para trás.
Não esperando isso, Cayna estendeu a mão para ele, mas os mercenários correram para agarrá-lo primeiro.

"Você está bem, chefe?!" (Mercenário)
"Mantenha-se firme!" (Mercenário)
"O que faremos sem você?!" (Mercenário)
"Ainda não morri!" (Arbiter)

Simplesmente feliz por uma chance de finalmente descansar, Arbiter gritou com raiva para seus homens por exagerar. Ele então sorriu, e um por um, o círculo de mercenários explodiu em gargalhadas.

"Eles são todos tão bons amigos. Eu estou com tanta inveja" (Cayna)

Cayna pensou na guilda igualmente caótica de seu passado.