- Capítulo 41

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Gêmeas x Gêmeos




Mas o que raios é isso...? Enquanto ela olha para as cinco crianças, que são uma visão rara na Guilda de Aventureiros, de pé ao redor dela, mesmo que a Shirley raramente quebre sua aparência fria e calma, ela está estupefata enquanto olha para os pássaros descansando tão confortavelmente no topo da cabeça de suas amadas filhas.
Nesses três segundo de silencio atordoado, ela sente que deixou sua guarda aberta por tempo demais enquanto tira as lâminas azul e vermelha, Ig-Alima e Sul-Sagana, da Caixa de Ferramentas do Herói.

Shirley: “Vocês duas, não se mexam. Vamos ter ensopado de caldo de pássaro hoje à noite.”
Sophie: “Yay...! Huh!? Mamãe, espera um pouco!”

Enquanto ela se prepara para cortar os pássaros descansando na cabeça delas, Sophie grita com ela.

Shirley: “Por que eu pararia? Esses nas suas cabeças são monstros, sabia? Quem sabe que tipo de maldade farão se eu não me livrar deles rapidamente.”
Sophie: “Não, mas são só bebês... T-Tio, fala alguma coisa...”
Tio: “Eu prefiro torta de pássaro!”
Sophie: “Eu quero dizer para você falar algo antes que eles sejam mortos!?”
Shirley: “Como esses pássaros tem muita pouco carne, faz mais sentido usá-los em um ensopado ao invés de uma torta.”
Sophie: “Ahhh, jeez! Eu não consigo acompanhar essa conversa!”

A paciência da Sophie já está no limite enquanto a Shirley e a Tio falam sobre o jantar dessa noite. Embora a Tio pareça normal, o interior da cabeça da Shirley está preocupadíssimo sobre esse evento inexplicado que ocorreu com suas filhas.

Shirley: (A-Awawawawa...!? O que está acontecendo com minhas filhas e esses pássaros...!? Eu realmente deveria ter ido à escola com elas...!)

Embora ela mantenha aquela expressão calma e maneira na superfície, suas pupilas brilham e se movem em pânico. Diga-se de passagem, em seu primeiro dia, ela tentou acompanhar a Sophie e a Tio para a escola, mas foi avisada para [ir trabalhar] de maneira inconfundível, embora isso seja uma história diferente.

Yumina: “Todos, por favor, se acalmem!”

É a voz trovejante da Yumina que acalma o caos. Faz sentido que alguém que tem que lidar com o clamor de aventureiros ásperos e caóticos todos os dias seja capaz de lidar com cinco crianças e uma mãe boba.

Yumina: “Minha Deusa... será que você poderia ao menos tentar descobrir o que está acontecendo antes de resolver tudo com a sua espada, Shirley? Você normalmente é tão calma, mas sempre que algo envolve suas filhas você fica assim.”
Shirley: “D-Desculpa.”
Yumina: “Então, vocês podem explicar o que aconteceu?”

Yumina se ajoelha e fala cara a cara com as garotas de 10 anos.

Mira: “Não, digo, mesmo se você nos perguntar, tudo aconteceu tão rápido.”
Lisa: “Yep, tudo que nós vimos foi essas luzes que de repente as acertaram na cabeça, e depois acabou assim.”
Chelsea: “Yeah, yeah, antes que percebêssemos esses dois já estavam piando nas cabeças delas.”

Basicamente, a luz que caiu na cabeça delas se transformou de alguma forma em pássaros, os mesmo que agora parecem ter feito seus ninhos entre seus cabelos brancos.
Mesmo que a Lisa, a Chelsea e a Mira tenham visto tudo acontece, essas pequenas garotas não conseguem realmente explicar o que exatamente aconteceu enquanto balançam suas cabeças em sincronia.

Yumina: “Vocês duas, estão se sentindo bem? Dói em algum lugar?”
Sophie: “Não, acho que não?”
Tio: “Mm. Só doeu um pouquinho quando me acertou.”
Shirley: (Eu vou mata-los afinal.)

Embora uma raiva assassina tenha se apossado do coração da Shirley com as palavras da Tio, a única coisa a mantendo em cheque agora é o fato de que parece que a Sophie gostou dos pássaros.

Yumina: “Mas por que estão deixando-os nas cabeças? Por que não os seguram normalmente?”
Lisa: “Não, isso é porque...”

Lisa não sabe bem como dizer. Yumina inclina sua cabeça em confusão, e então, conforme a Sophie e a Tio inclinam sua cabeça, já que ver é acreditar, aqueles dois pássaros não se movem um centímetro.

Sophie: “Eles não saem das nossas cabeças por nada.”
Shirley: “Isso é...!”

Os olhos diferentes da Shirley emitem um pequeno brilho. Aquela estranha habilidade que acordou dentro dela todos esses anos atrás, a habilidade para ver [tudo], vê algo conectando a Sophie e a Tio com as aves nas suas cabeças.

Shirley: “Seus caminhos mágicos estão se juntando e circulando...!”

Assim como sangue, poder mágico existe dentro de todas as criaturas, sejam grandes ou pequenas. E assim como sangue, a energia mágica é bombeada e circula pelo corpo através de circuitos intangíveis conhecidos como caminhos mágicos. Nesse momento, os caminhos mágicos dos pássaros e das gêmeas se fundiram em um.
Agora, eles são como um único ser vivo. Essa conexão espiritual é como um imã, não deixando-os se separarem das cabeças das garotas.

Mira: “E-Está tudo bem?”
Shirley: “...Por enquanto, eu não consegui ver nenhum problema. Não há nada de errado com o fluxo da energia mágica... Mas, para pássaros bebês, o poder mágico deles é bem forte.”

É por isso que a Shirley os chamou de monstros. É uma coisa razoável de se fazer, já que esse tipo de energia mágica nunca pode ser produzido por animais normais.

Shirley: “Mas eu nunca vi um monstro como esse antes... Já que são só pintinhos, a sua aparência provavelmente vai mudar quando crescerem, mas se é um monstro com esse tanto de poder mágico nessa idade...”

Mesmo que ela tenha uma grande experiencia quando se trata de monstros, há muitos tipos de monstros por aí cujas crias não saem do ninho até que tenham crescido, então quando se trata da identidade dos pintinhos montando as cabeças das suas filhas, ela simplesmente não sabe.
Sem mencionar que há muitos tipos de monstros que ainda não foram descobertos. Não há uma única pessoa no mundo que saiba sobre todas as milhares de espécies descobertas.

Shirley: “Mas o que vamos fazer? Se eles ficarem sempre nas suas cabeças, vai ser difícil para vocês dormirem ou lavarem seus cabelos.”
Chelsea: “Ah ha ha! Esse é um problema bem grande ein?”
Tio: “Jeez, Chelsea, não faça graça da má sorte dos outros...”

Porém, realmente é sério, assim como a Chelsea disse. Enquanto essas coisas viverem, eles se tornaram um incômodo para o dia a dia das garotas.

Shirley: “Seria mais fácil simplesmente cortar a conexão entre seus caminhos agora...”
P. Azul: “Tweeeet!”
P. Vermelho: “Tweet! Tweet!”

Como se respondendo à ameaça da Shirley, os dois pássaros protestam com pequenos gritos. Inclinando sua cabeça, a Shirley sente que tem algo estranho sobre esses pássaros antes de continuar.

Shirley: “Mas, já que isso pode causar alguns problemas para o caminho mágico das duas, deve ser melhor tirá-los das suas cabeças de alguma outra forma.”

Os dois pássaros param de chorar ao mesmo tempo. Encontrando algo realmente interessante sobre essas criaturas, a Shirley faz uma pergunta enquanto acaricia suas pequenas cabeças com seus dedos.

Shirley: “É possível que vocês entendam o que eu estou dizendo?”
P. Azul: “Twee!”
P. Vermelho: “Tweet!”

Bingo! E dessa forma, os pássaros abrem suas assas e balançam suas cabeças para cima e para baixo. Observando-os realizar um gesto tão humano, Yumina olha maravilhada.

Yumina: “Um poder mágico alto e a habilidade de entender a língua humana... Isso não preenche as condições para um monstro de alto ranque?”
Shirley: “Sim, as condições para serem um dos monstros mais poderosos na terra, apenas superados pelos Dragões.”
Sophie: “Ehh!? Algo tão importante assim está nas nossas cabeças!?”

Todos encaram aqueles pássaros bebês. Os culpados (pássaros?) que causaram toda a confusão bocejam confortavelmente, olhando em volta com olhos sonolentos como se não soubessem do motivo de tanto incômodo.

Chelsea: “...Esses são?”
Tio: “Monstros dragônicos?”
Sophie: “De jeito nenhum~”
Mira: “Ah... Ahahahah...”

É difícil de ver dessa forma. Mesmo que eles tenham uma poderosa energia mágica, mesmo que sejam monstros, eles só se parecem com pássaros bebês. Talvez elas estejam sendo enganadas, mas é difícil de imaginar que os donos desses rostos bobos são monstros de alto ranque.
Talvez eles mudem conforme envelhecem, mas isso só cria mais perguntas. Esses pequenos pintinhos que não conseguem voar de forma algum, por que exatamente eles caíram nas cabeças da Sophie e da Tio entre todas as pessoas?

Shirley: (Será que o Império fez isso? Não, eu não consigo ver um fluxo de energia mágica saindo deles.)

Faria sentido se isso fosse um plano do país vizinho que cobiça as gêmeas como suas sucessoras ao trono, mas não há nenhum sinal desses dois sendo familiares de outro mago. Em primeiro lugar, não teria nenhuma vantagem mandar pintinhos.

Sophie: “Umm... Eu realmente não entendo todas essas coisas difíceis, mas por hora, é possível tirá-los das nossas cabeças?”
Yumina: “Hmm... Sophie, Tio, por que não tentam?”
Tio: “Mm.”
P. Vermelho: “Twee!?”
Tio: “Hup!”

Tio pega o pássaro vermelho em sua cabeça... e o puxa como um flash.

Tio: “Foi mais fácil do que eu pensei.”
Sophie: “Só usando força!?”

Não importa o quanto ela chacoalha-se sua cabeça antes, ele continuava parado lá, mas dessa vez, o pássaro se prendeu à palma da mão da Tio quando ela o pegou, embora agora esteja preso aí. Mesmo que ela abra todos os dedos e balance sua mão, ele nem se mexe.

Tio: “Está preso na minha mão agora.”
Sophie: “É um imã!?”
Shirley: “Esse pássaro está em um constante estado de atração.”

A Shirley olha para a conexão entre a palma da mão da Tio e o pássaro bebê, que não cai nem de cabeça para baixo.
No momento em que a Tio agarrou o pequenino, ela substituiu o caminho mágico a conectando ao pássaro em sua cabeça pelo caminho mágico em sua mão... É como se estivesse tentando garantir que nunca vai sair do lado dela, enquanto ainda respeita os desejos da Tio.

Shirley: “Não está só ligado à sua cabeça, parece que ele não vai deixar o seu corpo. Então desde que ele esteja junto de seu caminho mágico, ele não se importa.”

Existem muitos monstros que são parasitas de caminhos mágicos, mas todos esses sugam a energia mágica do hospedeiro. Porém, no caso desses pássaros, já que eles só circulam a magia mágica que recebem de volta para as garotas, não há mal sendo feito.

Shirley: (Mas eu quero tirá-los delas o mais rápido possível... Eu não quero esperar algo acontecer.)

Pode não ser completamente necessário se apressar e removê-los agora, mas se eles continuarem presos aos corpos das garotas, eles se tornarão um incomodo para o dia a dia delas. Pelo menos eles podem mudar a qual parte do corpo estão presos.

Shirley: “Yumina, onde está a Canary?”
Yumina: “A mestre da Guilda foi colocada em um saco de lixo e enviada para o País das Trocas cerca de três dias atrás.”

Claro, ouvir a Yumina dizer que a ancestral dela foi enfiada em um saco de lixo não é tão fora do comum, mas a Shirley ainda tem que perguntar.

Shirley: “O que foi que ela fez dessa vez?”
Yumina: “Ah, não entenda errado, não fui eu quem fez isso dessa vez. Quando a minha prima descobriu que a Canary estava usando a coleção de garrafas de vinho envelhecidas dela como pinos como parte de seu [desenvolvimento de um novo jogo com bola] ela fugiu para essa cidade. Depois disso ela foi pega pela minha prima, que a perseguiu até aqui, então acabou dessa forma. Tudo que me pediram para fazer foi carimbar e enviar o saco de lixo pelo correio.”

Então ela não vai estar de volta por um tempo. A Shirley vai ter que pensar em uma solução do zero. Ela esperava que a Canary soubesse algo então ela está um pouco desapontada, mas ela age como adulta e fala para suas crianças.

Shirley: “Então, o que eles vão comer? Já que eles parecem insistentes em ficar por hora, vocês terão que preparar comida para eles quando ficarem com fome.”
Sophie: “Tem que ser insetos, certo? Minhocas e coisas assim.”
Chelsea: “Eu não tenho insetos, mas posso dar o bacon que guardei do lanche da escola.”
Lisa: “Por que você tem isso? Bom, de qualquer forma, acho que para criar um pintinho você tem que usar algum tipo de carne-----"
Tio: “Mm, eles estão comendo com bastante vontade.”
Mira: “Eles são pica-paus ou algo assim!?”

Essas cinco garotas conversão tão animadamente, absorvidas em observar os pássaros que comem o bacon com bicadas incrivelmente rápidas.
Eles podem não ser o que você chamaria de fofo, mas eles definitivamente têm algum tipo de estranho charme. Apesar das ansiedades da Shirley, essas garotas parecem verdadeiramente felizes enquanto brincam com esses passarinhos.

Shirley: “...Me pergunto por que? Tenho a sensação que o evento em que toda mãe do mundo tem que passar está se aproximando rapidamente.”
Yumina: “Huh? O que você quer dizer?”

Isso é, o primeiro confronto entre mãe e criança. Talvez seja melhor dizer que é uma batalha inevitável. Conforme o momento se aproxima cada vez mais, a Espada Branca fica parada ansiosa.

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