Tudo o que a 『Rainha Arachnea』, Grevillea, experimenta é transmitido para todo o 《Enxame》. Assim, a maioria deles sentiu toda uma paleta de emoções pela primeira vez. Quando ela decidiu se vingar, o 《Enxame》 foi movido por essa raiva. Quando o menino elfo morreu, o 《Enxame》 foi inundado com uma raiva como eles nunca haviam conhecido. Mas o indivíduo 《Enxame》 tinha sentimentos próprios?

O 《Enxame》 ponderou.

Se o que a rainha sentiu puder ser chamado de emoção, então eles não tinham nada que correspondesse a isso. Não havia nada dentro deles que os impulsionava inerentemente além de seu instinto natural de conquista. Apesar de terem esse impulso, eles nunca haviam considerado a razão de o terem. Simplesmente estava lá. Um objetivo sem motivo ou causa.
Mas toda vez que eram estrangulados pelas ondas das emoções da sua rainha, o 《Enxame》 sentia que o pilar de seu desejo de conquista estava sendo abalado. Tudo estava como sempre esteve quando eles conquistaram o Reino Maluk. Depois que eles entraram no Ducado Schtraut, por outro lado, algo deu errado.
A rainha não tinha simplesmente procurado dominar aquele país, ela tentou negociar. Eles não se infiltraram por conquista, mas por uma aliança. Ela quase teve sucesso também, mas então tudo foi à ruína.
Depois disso, o coração de sua rainha se encheu de uma sensação sufocante de futilidade - e, junto com ela, uma raiva profunda e um desejo de massacrar aqueles que mataram seus aliados em potencial. O que o 《Enxame》 sentiu em seguida foi uma emoção pela qual raramente eram acometidos: pena.

O 《Enxame》 ponderou.

Como e por que sua rainha foi agraciada com tantas emoções? Se ela fosse um 《Enxame》, ela não precisaria de emoção e simplesmente esmagaria os outros por impulso... Mas ela não é. Eles estariam melhor se ela não carregasse todos esses sentimentos dentro de si?
Não, eles não estariam. A presença de emoções permitiu-lhes descobrir coisas novas. Para aprender sobre a raiva, a tristeza, a alegria. E era graças a essas emoções que eles não eram mais apenas uma mente coletiva.
O 《Enxame》 aceitou as emoções da rainha e desejou adotá-las mais no futuro. Ao fazer isso, eles amadureceram, não mais meros monstros, eles evoluíram para uma nova forma de vida. Sim, eles se tornaram uma criatura capaz de compreender o coração humano. E se eles puderem aprender a ler o coração dos outros, talvez fiquem muito mais perto da vitória.
Foi isso que o 《Enxame》 ponderou a princípio.
Embora pudessem compreender as emoções, não podiam compreender facilmente as razões por trás delas, a menos que fossem bastante simples. Por exemplo, quando a rainha queria experimentar o passatempo humano de nadar no oceano, o 《Enxame》 não conseguiu entender suas motivações.
É agradável entrar no mar? Por que a rainha se sentiu culpada por não convidar todos junto com ela? Tirar o 《Enxame》 das linhas de frente para concentrá-los na retaguarda durante o tempo de guerra teria sido uma tolice.
O 《Enxame》 não conseguia entender o conceito de diversão. Mesmo que seu desejo de conquista deva ser satisfeito, eles não o percebem em termos de prazer ou animação. Eles não sabem de nada que possa ser chamado como tal. Eles não têm desejo de se alimentar, dormir ou copular, então eles não possuem a necessidade de serem entretidos.

O 《Enxame》 ponderou.

O que é 『diversão』? Sérignan, que se destacou entre eles por ter nome e personalidade próprios, foi pensada para saber a resposta. Como a rainha, ela era capaz de saborear as refeições e, o mais importante, ela sentia prazer em estar ao lado da rainha.
Como a Sérignan, o resto do 《Enxame》 olha para a rainha com respeito e carinho, mas não sentem o regozijo de estar em sua companhia. Afinal, basta um deles estar perto dela, e a experiência será compartilhada pelo coletivo. Além disso, a presença da rainha é natural. Quando chegar a hora de ela deixá-los, será o fim deles.
O que o 《Enxame》 sentirá então? Eles não entendem a tristeza da separação. Quando a Lysa perdeu o Linnet e se tornou parte do 《Enxame》, suas experiências foram derramadas na consciência coletiva. Mas o resto do 《Enxame》 não conseguia entender suas emoções. Eles não conseguiam analisar o significado de se separar eternamente de um ente querido.
Sua compreensão da morte era muito esparsa para começar. Todos são um e um são todos, portanto, para eles, a morte verdadeira não existe. Se um deles cair, será substituído por outro. Cada indivíduo do 《Enxame》 permanecerá no coletivo mesmo depois que seu corpo deixar de funcionar. E não importa quantos deles morram, seu conceito de morte não se tornará concreto até o último membro do 《Enxame》 perecer.
Por sua própria natureza, o 《Enxame》 não consegue entender a morte ou as emoções que vêm de um adeus eterno. Mas, aos poucos, eles começaram a entender por meio das emoções da rainha. A rainha havia sofrido muitas separações e, cada vez que acontecia, ela suprimia o ódio, a intenção assassina e a tristeza que rodeavam seu coração. Por sua vez, o 《Enxame》 respondeu a esses sentimentos, eles massacraram de acordo com a terrível tempestade em seu coração. Mas como eles deveriam responder à sua tristeza?

O 《Enxame》 ponderou.

O que é a tristeza? Que tipo de sentimento é a tristeza? O 《Enxame》 não sabe. Compreender a dor da rainha foi difícil para eles.
Mas eles foram aprendendo, aos poucos, como as pessoas lidavam com a tristeza. Aqueles que sofreram compartilharam sua tristeza, diminuindo os fardos uns dos outros. A rainha compartilhou da dor da Lysa tanto quanto pôde, e o 《Enxame》 reconheceu que, ao fazer isso, as nuvens de tristeza da Lysa haviam se dissipado um pouco.
Quando a rainha se sentir triste, eles deveriam compartilhar sua dor? Eles seriam capazes de aliviar parte do fardo de suas tristezas?
Eles não farão isso, pois o 《Enxame》 não sente tristeza.

O 《Enxame》 ponderou.

Se chegar o momento em que o 《Enxame》 realmente poderá entender as emoções humanas, a rainha as verá como algo especial? Se eles finalmente puderem entender como ela se sente, eles terão finalmente se tornado os vassalos de Sua Majestade?

『Todos saúdem a rainha』

O 《Enxame》 continuará refletindo até encontrarem o seu fim.