- Epílogo

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Epílogo




Depois da súbita destruição do Palácio Imperial, a Capital fica em um estado turbulento. Todo mundo dentro e em volta do palácio foi misteriosamente movido para fora da área, então ninguém se machucou ou morreu, porém, o colapso do inestimável Palácio Imperial dá tanto um choque mental nas pessoas que o testemunharam, quanto um choque adicional a aqueles que sabem muito bem que o custo dos reparos será fatal para o tesouro imperial.
Claro, já que o corte do castelo coincidiu perfeitamente com o golpe da sua espada, muitas pessoas na audiência suspeitam da Shirley... Contudo, cortar um palácio com uma espada é algo no reino do absurdo, então nem a nobreza ou a realeza Imperial querem parecer ridículos acusando-a.

Alice: “Você fez isso não foi!? Já que você pode usar magia espacial, você deve ter algum tipo de feitiço para destruir o castelo!? O que você pretende fazer sobre isso!? Todas as minhas joias e vestidos estavam lá!?”
Canary: “Mas eu fiz tal coisa? Você se importaria de provar suas acusações sem base? Hm~?”

No lugar, já que ela é uma culpada tão óbvia, muitas pessoas, incluindo a Alice, voltam sua raiva em direção à Canary. Enquanto arremessam suas acusações a ela, Canary parece aproveitar o holofote, sorrindo maliciosamente como se para incitar os Imperiais.
Na verdade, se alguém tivesse usado magia espacial para destruir o castelo, haveria algum tipo de evidencia no resíduo magico deixado para trás, mas não haverá evidencia se for cortado por uma espada.

Canary: “De qualquer forma, você realmente é a irmã mais nova da Shirley? Sua maquiagem vai descascar ainda mais se você ficar tão irritada, hm~? ... Na verdade você não é uma irmã muito mais velha que ela, ou talvez a tia dela? Mesmo que ela tenha 30 anos, ela é párea para qualquer beleza juvenil, então por que você não chega nem perto? Haa... a idade é realmente uma dama cruel, não?”

Enquanto ela mantém a Meia-Imortalidade da Shirley um segredo, a bruxa de mil anos alegremente escuta aos gritos irritados da Imperatriz enquanto brinca com complexo de beleza da Alice e seu ciúme profundamente nutrido por sua irmã mais velha. Enquanto isso, Albert já havia deixado todos para trás para procurar pela Shirley, seus pensamentos nublados e confusos.

Albert: (M-Meu castelo... Aquela maldita bruxa... Meu castelo! Merda! Ao... ao menos, minhas filhas...!)

Enquanto ele desesperadamente amaldiçoa a Canary por ter destruído o símbolo do orgulho da nação e de si mesmo, ele rapidamente se move em direção à parte da arena onde ela sabe que a Sophie e a Tio teriam considerado se sentar.
Agora que o Duelo Ordenado pela Deusa foi concluído tão decisivamente, de maneira alguma ele pode simplesmente invadir o Reino e reivindicar as garotas por seu direito de conquista, os únicos meios disponíveis a ele são roubá-las como um ladrão à meia noite ou persuadi-las diretamente.

Albert: (Está tudo bem...! Elas vão se tornar herdeiras... Claro que elas vão querer deixar suas vidas de pobres plebeias para trás e vir viver como elegantes Imperatrizes!)

Com confiança que brota de um raciocínio absolutamente infundado, enquanto Albert acredita completamente que suas filhas escolherão acompanha-lo voluntariamente, ele encontra a Sophie e a Tio na passagem Sul que leva à arena.
Enquanto ele observa as duas das sombras, Sophie e Tio correm em direção à sua mãe, que acaba de retornar da arena, e a abraçam fortemente enquanto ela se ajoelha, a observando com pura admiração, em volta dela está a equipe de escolta novata, composta por Kyle, Leia e Cudd, liderados pelo Asterios.

Albert: “Ooooh, nós finalmente nos encontramos! Minhas amadas filhas!”

E depois de testemunhar uma visão tão reconfortante, Albert interrompe a cena sem ao menos ler a atmosfera e chama pelas garotas que tremem de medo enquanto Shirley imediatamente as esconde atrás das costas.

Leia: “O que caralhos você está fazendo aqui seu pedaço de mer- MGGGUUUU!?”
Cudd: “Você cale a boca! Você vai nos fazer ser presos!”

Completamente ignorando a Leia, que estava prestes a falar o que não devia antes do Cudd calá-la com a mão, o Imperador não nota a pura cautela e desgosto nos olhos da Shirley enquanto ele fala com as filhas cujas quais ela está na frente.

Albert: “É maravilhoso lhes conhecer, meu nome é Albert Ragdoll. Eu sou o pai de vocês e o governante desse Império. Se quiserem, podem me chamar de Papai.”

Encarando o Imperador que tem suor e cabelo emaranhados em sua testa devido à pressa para se encontrar com suas filhas, Shirley e o outros só podem observar em silêncio atordoado.
Esse é o mesmo homem que ordenou os magos a lançarem maldições de controle de mente nessas garotas em uma tentativa de sequestrá-las e trazê-las de volta ao Império. E agora ele de repente aparece na frente delas e as pede para chama-lo de [Papai], qualquer um ficaria completamente assustado com a cena absurda diante deles.

Albert: “Eu estou terrivelmente triste pela vida humilde em que viveram até agora. Mas tudo isso é resultado de uma triste virada do destino... Isso mesmo, por causa da armadilha maligna da Bruxa Dourada, a Shirley teve que pegar vocês duas e sair do Império!”
Kyle, Cudd e Leia: (((Huh? O que a Mestre da Guilda tem a ver com isso?)))

Os três aventureiros novatos compartilham do mesmo pensamento em sua surpresa, enquanto isso, a Shirley está lutando para manter uma tampa em sua raiva. Como diabos ela se apaixonou por um homem assim?

Albert: “Mas não há mais necessidade para continuarem tristes, uma vida de maravilhas as esperam de agora em diante! Agora, vamos voltar para o Império de mãos dadas, para que ambas possam se tornar lindas princesas!”

Entendendo sua intenção de tentar persuadir diretamente as crianças a irem com ele, ela está a ponto de dar um passo a frente para confrontá-lo, mas é a Sophie e a Tio quem dão o primeiro passo de trás dela, e fazendo seus melhores para suprimir seus tremores, elas olham diretamente nos olhos do Imperador enquanto falam.

Sophie e Tio: “Nós... Não vamos ir para o Império.”
Albert: “...Oi?”

Como se não conseguisse entender as palavras que saíram das bocas delas, Albert murmura incrédulo.

Tio: “Nós queremos viver na cidade com todos aqueles aventureiros e nos tornar aventureiras com a mãe. Desculpe, mas ser uma princesa parece como uma tarefa.”
Sophie: “Então, por favor, não venha mais no ver. Nossa família é só a mamãe... Nós nunca tivemos um papai.”

Quando elas se levantam contra ele assim, Kyle vê que elas verdadeiramente não herdaram só a aparência da Shirley, mas também sua bravura. Embora Albert fique momentaneamente estonteado pela rejeição firme delas, de repente sua expressão se ilumina e ele declara algo verdadeiramente cruel.

Albert: “E-Eu entendo! Claro que vocês não querem ser separadas da mãe de vocês em uma idade tão jovem, certo!? Então, o que acham disso? E se eu aceitar a Shirley como amante também!?”

É o tipo de coisa que desafia a lógica. De fato, a Sophie e a Tio que o haviam repreendido, Kyle que ouviu tudo enquanto estava perto, e até mesmo a Shirley, a pessoa em questão, estão todos completamente estupefatos pelas palavras dele.
Para o Albert, essa é uma boa oportunidade. Embora ele nunca tenha sonhado em ter que sacrificar seu palácio para isso, se ele conseguir obter uma guerreira que conseguiu derrotar a Lumiliana tão facilmente, isso seria uma grande explosão para seu próprio poder, sem mencionar que quando ele viu a beleza da Shirley pela primeira vez depois de uma década, ele encontrou seu coração mergulhado em arrependimento.
Falando objetivamente, Alice não consegue nem se comparar à sua beleza. Ele só pode esperar que aquelas filhas também crescerão e herdarão a beleza adulta da mãe delas, enquanto o desejo animalesco de mais uma vez possuir sua ex-noiva para que ela possa fazê-las crescer até seu verdadeiro potencial preenche sua mente.

Albert: “Eu ouvi tudo da Alice. Que você tinha inveja dela se aproximando de mim e a tratando duramente. Mas pensando nisso agora, tudo isso aconteceu a muito tempo atrás e embora muitas coisas tristes tenham acontecido entre nós no passado, como um Imperador, eu perdoarei magnanimamente seus erros para que possamos estar juntos novamente. Assim como faço com a Alice e as crianças, eu compartilharei meu amor com você também.”

Enquanto Albert estica uma mão em direção á Shirley, ele lambe aquele corpo irresistível de cima a baixo em sua mente.
Em resposta às palavras do Imperador, os olhos do Cudd pegam fogo em raiva, Leia, cuja boca ainda está tampada pela mão de seu rival, imite uma maldição abafada e até mesmo Asterios, sempre calmo e sábio, franze as sobrancelhas.
A Shirley fica parada em silêncio, atordoada, enquanto a Sophie e a Tio olham para seu pai com uma expressão dolorosa em seus rostos.

------------Mais quantas vezes você vai ter que humilhar nossa mãe até que fique satisfeito?

Traindo a mãe delas com a irmã quando estavam noivos, falsamente a acusando por crimes imaginários e a condenando a torturas indescritíveis, e então, sem nem mesmo um pingo de remorso, ele volta para pedir a mão dela mais uma vez, isso vai além do que qualquer um poderia ter imaginado.
Eles naturalmente se viram para olhar para o rosto da Shirley. Ela não diz nada, sua face tem uma mistura de raiva e tristeza. Conforme a observam, os olhos das gêmeas se enchem de lágrimas enquanto pensam sobre o sangue que corre em suas veias.

Leia: “...Droga! Uwaa! O que você está fazendo!? Que se fo-------!”

Antes da Leia, que conseguiu se livrar da mão do Cudd, pudesse morder o Albert, alguém passa silenciosamente por eles.
Conforme aquele garoto finalmente lança << Impulso Físico>> pela primeira vez sem cantar, algo que nunca conseguiu durante o treino, ele corre em direção ao Albert.
O movimento parece vir naturalmente a ele, para um espectador, ele deve parecer um mestre experiente. Embora Asterios e Shirley tenham vistos seus movimentos desde o início, eles estão chocados por ele ter se movido, enquanto seu punho direito carregado pelo impulso de sua corrida bate direto no rosto do Imperador.

Albert: “GUAAAAH!?”

Albert é completamente derrubado pela força do golpe. Enquanto a cabeça do Imperador bate na parede de pedra atrás dele, seus olhos giram para dentro da sua cabeça e ele desmaia com sangue escorrendo de seu nariz, todos presentes silenciosamente olham para o agressor.

Kyle: “... O-O que foi que eu acabei...? Eu acabei de socar um Imperador...?”



O garoto que está no centro do silencioso grupo de pessoas... A voz do Kyle de repente se torna quieta quando ele percebe a enormidade do que acabou de fazer.


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Próxima à capital existe uma tumba para a linhagem da família Imperial. Uma antiga colina por onde o vento passa, onde ficava o antigo palácio, abriga varias lápides com os nomes da Família Imperial inscritos. Em um par de lápides, duas únicas flores são colocadas.

Shirley: “Imperador Legrand... Imperatriz Elizabeth...”

É Shirley quem está na frente deles, olhando para os túmulos com melancolia em seus olhos enquanto se lembra das duas pessoas que foram como pais para ela.
Legrand e Elizabeth, os antigos Imperador e Imperatriz. Ele era um homem apaixonado e energético que governava baseado em seus ideais, ele conseguia desenhar um mapa do Império de cabeça e sempre agia da melhor maneira possível para suas pessoas.
Elizabeth tratava sua nora tão bem quanto sua filha real, Philia, e aquela gentil Imperatriz, assim como o doce Imperador, foram as primeiras pessoas a ensinarem a ela o calor de uma família. Já que eles eram pessoas tão boas, é difícil imaginar como Albert cresceu para ser o homem que é.
Quando ela pensa sobre o fato de que os dois haviam morrido e foram enterrados sem ela saber, ela sente um buraco em seu coração.

Shirley: “...Você não tem que hesitar por minha causa, está tudo bem se você quiser colocar uma flor.”

Ainda encarando as lápides, Shirley chama a pessoa atrás dela. E então, Philia aparece da sombra de um pilar, timidamente segurando um buque.

Philia: “E-Eu sinto muito. Eu não queria te atrapalhar, mas acho que acabei te distraindo de qualquer forma...”
Shirley: “Não precisa se preocupar com isso. Você não deveria ter que prestar atenção em mim se quer colocar flores para os seus pais.”

Ela coloca o buque de flores como uma oferenda, e então abaixa sua cabeça em uma oração silenciosa. Nenhuma das duas falam uma única palavra enquanto permanecem lado a lado, olhando para os nomes esculpidos nas lápides. Justo quando Philia não consegue mais aguentar o estranho silencio, Shirley abre sua boca para falar primeiro.

Shirley: “Eu ouvi tudo pela Canary. Que os dois eram contra o atual Imperador... Eu não quero soar pretenciosas, mas era por minha causa?”
Philia: “Isso é... provavelmente a verdade.”

Shirley mostrou sem sombra de dúvidas que não pretendia retornar ao Império ao cortar o castelo que é o símbolo do poder do Albert em dois. Contudo, a questão do que aconteceu 11 anos atrás ainda não foi realmente resolvida.
Quando ela foi falsamente condenada, as Majestades Imperiais, assim como a Philia, estavam em uma viagem fora do país. Se os três realmente são as pessoas que a Shirley conheceu e ela estivesse fora de contato por tanto tempo, isso os teria causado uma preocupação sem fim.
Para poder seguir em frente com sua vida, ela tem que encarar o que deixou para trás no Império. Isso é o mínimo que ela pode fazer.

Philia: “Quando o pai e a mãe voltaram e perceberam o que foi feito contra você, Sua Majestade ficou furiosa e a Família Imperial se dividiu em duas, com facções lideradas pelo Imperador e pelo Príncipe Herdeiro. Originalmente parecia que a facção do pai estava bem e verdadeiramente no controle, mas quando ele trouxe o tópico de deserdar o Príncipe Herdeiro...”
Shirley: “Ele foi assassinado?”
Philia: “...Sim.”

Quando Philia estava no Reino, ela contou essa história sombria para a Canary, que em troca contou à Shirley. Não é um fato conhecido pelo publico geral, mas quando vários aristocratas que apoiaram o Albert pensaram que poderiam ser arruinados caso ele fosse deserdado, eles conspiraram para envenenar o Imperador.
Desse ponto em diante, a confiança e a honra que o Imperador Legrand construiu com o resto do mundo em benefício da sua nação caíram no pó.

Philia: “Não importava o que eu dizia para a Sua Majestade, ele nunca escutou. Como eram súditos da mãe e do pai, eles provavelmente envenenaram meus pais por outras razões, como agir em nome de um país estrangeiro ou para tentar controla-lo.”

Se isso é verdade, a situação é ainda mais séria. Pensando dessa forma, ela está essencialmente se fazendo em um fantoche ao ficar em boas relações com aqueles que ele sabe que são os inimigos de seus pais.

Shirley: “...Alguma vez eles falaram alguma coisa sobre mim?”

Ela supostamente deveria ter jogado tudo fora, não se importando mais com nada a ver com o Império. A razão pela qual ela começou a pensar nos dois que agiram como seus pais substitutos é por causa das palavras que suas amadas filhas falaram a ela, sobre não querer deixar seu lado.

Philia: “Eles sempre pensaram em você. Minha mãe e meu pai ficaram furiosos quando ouviram como você havia sido tratada, mas ainda mais que isso, eles estavam verdadeiramente tristes. Eles se tornaram hostis ao Príncipe Herdeiro depois disso, sempre procurando por você, esperando que mesmo que eles não pudessem lhe encontrar, que ao menos você tivesse encontrando uma vida pacífica para si mesma em algum lugar, sem ter que se sobrecarregar com tudo isso novamente.”

Eu também esperava isso... Ela não consegue dizer essas palavras. Ela não quer confundir os sentimentos dos seus falecidos pais com suas próprias desculpas... É dessa forma que Philia quer mostrar sua sinceridade.

Shirley: “Então... é assim...”

Shirley olha para o céu. Aqueles pais que cuidaram dela depois de ela ter uma vida tão terrível com sua família anterior, eles eram rigorosos as vezes, mas por outro lado, eles podiam ser doces e gentis.
Quando ela criou a Sophie e a Tio, ela sempre seguiu inconscientemente o mesmo caminho que eles. Quando ela declarou sua vingança contra a família real, muitas pessoas se tornaram objetos de seu ódio, mas o calor e o amor que ela recebeu deles não era uma mentira.

Philia: “Em termos de tentar fazer das suas filhas sucessoras ao trono, o Império perdeu a legitimidade diplomática depois de perder o duelo. Em adição a isso, eu ordenei que todos os documentos sobre seu nascimento e sua vida no Império sejam destruídos, então perdemos a legitimidade em termos de linhagem sanguínea também.”

Philia foi longe o bastante para chegar a cobrir todas as conexões que a Shirley tinha com a família Ducal. Se não há nenhuma certidão de nascimento ou documentos de registros familiares, é muito mais fácil negar sua conexão sanguínea com sua velha família e sua cidadania Imperial... Mesmo que sua família esteja indiscutivelmente conectada ao Albert pelo sangue, ela agora pode negar isso legalmente.

Philia: “Então isso é adeus. Eu sinto muito por todos os problemas que lhe causei todo esse tempo.”

E dessa forma, sua conexão com a Philia também é cortada. As duas que antes iriam se tornar cunhadas próximas, com todos os registros oficiais do passado que compartilhavam apagados, agora são estranhas totais no papel.
Se separando da pessoa que ela ama e respeita como uma irmã mais velha, o ideal pela qual ela sempre se espelhou. Conforme Philia se vira, tentando se convencer que isso é o melhor que ela pode fazer para ela agora, Shirley murmura algo.

Shirley: “Você conseguiu fazer uma amiga, certo?”
Philia: “Hn...!”

Seus pés param sem querer. Quando Shirley ainda estava no Império, Philia sempre foi sozinha e sem amigos devido às pressões e isolamento da família Imperial, é algo pelo qual ela sempre sofreu.

Shirley: “Aquela garota cavaleira que foi minha oponente... Ela é abençoada, mas há algo a mais à força dela além de talento puro. Quando eu a vi na Guilda antes, vocês duas pareciam bem próximas.”
Philia: “Sim... Ela é minha melhor amiga.”

Por que você diria algo assim agora? Philia tenta desesperadamente segurar suas lágrimas, seu corpo treme com o fato de que Shirley se lembra de algo assim da época.

Shirley: “Você sempre se escondia atrás da minha saia quando encontrava alguém novo e já que você era tão tímida, eu sempre me preocupei se você iria crescer solitária.”
Philia: “...Sim.”
Shirley: “Você sempre pensou muito de mim lá atrás, eu realmente pensei em você como minha irmãzinha de verdade, eu esperava o dia que isso se tornaria oficial.”
Philia: “...Sim...!”

Esses sentimentos são os mesmos que os da Philia, que sempre esperou que um dia a Shirley se tornaria sua verdadeira irmã mais velha. Lágrimas começam a percorrer suas bochechas enquanto a Princesa Imperial luta para forçar qualquer palavra para fora de seu peito trêmulo.
Ela sempre lutou sozinha, sem um único aliado para chamar de família. Ela só teve um único amigo verdadeiro em sua luta, a luta para derrubar a família Imperial à qual ela mesma pertence, que em grande parte é alimentada pelas memórias da pessoa que ela admira tanto.

Shirley: “Depois de tudo que aconteceu, nós não temos mais uma conexão... Porém, eu nunca vou esquecer o que você fez por mim. Se qualquer coisa acontecer, mande uma mensagem para a Guilda naquela cidade fronteiriça no Reino. Eu sou uma aventureira, então se há uma missão, eu virei e lhe ajudarei.”
Philia: “Sim...!”

As lágrimas que ela tenta enxugar não são lágrimas de tristeza, mas elas ainda não param de transbordar. Shirley dá um lenço à Philia e então anda embora.
O destino que ela teve no passado agora foi, de uma vez por todas, cortado. Daqui em diante, seu destino é o de uma aventureira. De agora em diante a relação entra a Philia e a Shirley será uma na qual elas podem emprestar a força uma da outra.

Philia: “Obrigada... irmãzona...!”

Ela ainda não sabe o que espera as duas no futuro, mas agora ela pode dizer isso sem arrependimentos. Seus destinos são entrelaçados de uma forma completamente nova... E, de certa forma, isso a salvou.


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Edward: “Agora que tudo está resolvido, eu tenho negócios a tratar no Ducado. Estou confiante de que nossos caminhos se cruzarão novamente.”

Depois de dizer isso, Edward, junto da Alicia e sua comitiva, embarcam em uma enorme gôndola puxada por quatro dragões enormes que a Canary arranjou e decolaram para o céu azul.

Sophie: “Tio! Olha, olha! Aqueles Dragões são enormes!”
Tio: “Mm...! Eu quero montar em um.”
Shirley: “Sim, se vocês quiserem, eu posso leva-las para passear em um Dragão quando eu tiver a chance.”
Sophie: “Sério!? É uma promessa então!?”
Shirley: “Claro.”

Nas planícies fora da Capital Imperial, Shirley olha a Sophie e a Tio enquanto elas olham para os Dragões desaparecendo à distância, seus olhos estão cheios de contemplação.

Cudd: “Caaara, nós finalmente podemos voltar... Bom, dito isso, não demorou tanto assim.”
Leia: “Honestamente, eu ainda não consigo acreditar, embora acho que eu deveria ter esperado isso da Shirley. Mesmo que a oponente fosse realmente habilidosa, a Shirley a derrotou tão facilmente.”
Asterios: “Talvez agora vocês dois entendam o abismo de experiencia que existe entre vocês e ela. Quando voltarmos, devo lhes ensinar algo a respeito disso?”
Cudd e Leia: ““Nós passamos.””

Os rostos dos dois ficam pálidos quando rejeitam a sugestão do Asterios. Enquanto isso, com o Kyle---------

Canary: “Ohoho, será que estou vendo uma poeirinha nos meus sapatos? Se você tiver que usar mais cera, que seja, coloque um pouco mais de esforço nisso e os deixe brilhando como um espelho!”
Kyle: “Ugh...! Eu ainda não me arrependo...!”

Ele está freneticamente polindo os sapatos da Canary enquanto ela senta em um trono luxuoso que flutua em meio ao ar, seu pé livre usando a cabeça do Kyle como descanso.
Atacar um Imperador não é um crime pequeno. Mesmo tendo uma grande confusão quando os guardas Imperiais inevitavelmente chegaram na cena, Canary reescreveu as memórias de todos os Imperiais do Albert desmaiado usando magia e acalmou a situação, mas Kyle inevitavelmente tem que pagar um preço alto por isso.

Canary: “Eu estou realmente cansada depois de toda aquela manipulação de memória. Além do que, eu vou ter que usar magia espacial na nossa volta~ Eu vou precisar de um incentivo~.... O trabalho escravo de um mero humano deve ser o suficiente, não?”
Kyle: “E-Eu vou fazer todas as suas tarefas com todo o meu coração.”

É realmente humilhante. Mas não seria razoável aceitar a ajuda dela sem aceitar suas condições. Dito isso, Kyle talvez esteja trabalhando como um escravo agora, mas é Canary quem de repente decide ajuda-lo mais uma vez.

Canary: “Então, o que me diz Shirley, eu acredito que você deve a esse garoto um favor, não?”
Shirley: “Hm? Acredito que sim.”
Leia: “Ehh? O que o que? Do que estão falando?”

Algumas partes de fora começam a se meter. Antes, Kyle lhes contou a história de como ele resgatou as gêmeas da tentativa de sequestro do Rudolph, assim como admitiu que não recebeu nada em troca por isso, então agora, Cudd e Leia afastam Kyle com sorrisos maliciosos e começam a sussurrar em seu ouvido.

Leia: “Essa é a sua chance de chama-la para sair! É o trabalho do novo homem curar as feridas causadas pelo antigo homem, certo?”
Kyle: “Eh.... HUUUUUUUH!? I-Isso é impossível!”
Cudd: “Seu idiota, você realmente acha que alguma coisa vai mudar se você não criar coragem?”

Todos na equipe sabem que o sentimento que Kyle tem pela Shirley é mais do que admiração. Para seu próprio pesar, Kyle não é uma pessoa difícil de se ler, mas de alguma forma a Shirley é a única que não notou ainda.
Conforme seus dois companheiros insistem para ele tentar aprofundar sua relação, Kyle sem querer acha seus olhos vagando para olhar para a Shirley. A pessoa em questão parece confusa com a súbita algazarra, mas suas filhas que estão de cada lado dela sentem um distúrbio.

Shirley: “Sophie? E você também Tio... o que foi?”
Sophie: “D-De alguma forma isso parece com algo...?”
Tio: “Mm... Algo para resistir.”

Podem garotas tão jovens já terem desenvolvido a intuição de uma mulher? Talvez seja um sexto sentido que desenvolveram devido ao número de confissões que receberam dos garotos? Conforme as gêmeas sentem as emoções no garoto que olha para a mãe delas, elas se movem em frente a ela como se para protege-la com suas magras figuras.
Aparentemente, elas estão em alerta total. Asterios olha para a cena com um sorriso reconfortante. Na verdade, Kyle não pretende pedir e a própria Shirley não consegue ouvir as palavras malignas que a Leia e o Cudd estão sussurrando nos ouvidos dele.
Seus sentimentos nunca virão a público e todos permanecerão simplesmente como amigos---------

Canary: “O que é!? Você quer sair com a Shirley!?”
Leia: “Como!? Nós estávamos sussurrando tão baixinho!?
Cudd: “De qualquer forma, por que você falou tão alto!?”

Quando a bruxa conhecida como Canary está envolvida, você nunca pode contar com as coisas indo bem.
Enquanto ela grita os verdadeiros sentimentos do pobre garoto pela Shirley, a boca da Canary se torce em um sorriso malicioso enquanto ela olha para gêmeas cuja vigilância aumentou dez vezes e para o Kyle, cujo rosto está tingido de vermelho pela vergonha e desespero.

Canary: “Agora sim, Shirley. Pode haver uma certa diferença de idade... Mas afinal, você não está nem um pouco interessada nesse adorável jovem?”
Kyle: “Pare! Espere um pouco Mestre da Guilda! Eu realmente não quero sair com a Shirley-------!”
Sophie: “N-Não! A M-Mamãe saindo com outro homem... É cedo demais!”
Tio: “Você vai ter que conseguir nossa aprovação primeiro...”

Conforme as coisas vão esquentando e os gritos correm para frente e para trás, a resposta calma da Shirley corta a algazarra como uma faca.

Shirley: “Eu estou bem em fazer esse tanto.”
Todos: “EHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!?!?!?!?”

Tirando Asterios, que olha com uma admiração silenciosa, todos gritam em surpresa. Do ponto de vista do Kyle esse é um grande passo adiante e do ponto de vista da Sophie e da Tio é o surgimento repentino de um futuro padrasto.

Canary: “Espere!? Você está s-séria!? Você pretende sair com esse moleque!?”
Shirley: “Sim, claro. Afinal, eu devo a ele minha gratidão.”

Conforme Canary grita em completa perplexidade, Shirley olha diretamente nos olhos do Kyle e fala.

Shirley: “Então... Onde você gostaria de ir? A loja de armas? O Campo de treinamento?”

Tudo que pode ser ouvido é o som do vento. Enquanto Kyle está sem palavras, Shirley parece confusa pela falta de resposta.

Cudd: “Isso é brincadeira né...? Sério que essa é a resposta dela...?”
Leia: “Eu pensei que ela era um pouco densa, mas isso é muito mais do que eu poderia imaginar”
Cudd: “Como ela pode não estar ciente disso com o jeito que ele olha para ela?”

Aquela linda mulher da trinta anos de alguma forma confundiu o desejo de sair com o desejo de fazer tarefas. Ela já teve um noivo e deu luz a crianças... Será que eles devem estar preocupados sobre como exatamente ela vê as relações entre homem e mulher?

Canary: “Por curiosidade, você... O que você acha dessa criança?”

Embora ela ainda esteja se recuperando do choque, Canary pergunta isso com um sorriso ligeiramente insidioso enquanto coloca a mão no ombro do Kyle. Da forma que Kyle vê essa mão, é como a garra de um falcão agarrando um rato bebê.

Shirley: “O que é isso de repente?”
Canary: “Está tudo bem, está tudo bem. Agora, sem enrolação, diga a ele como você realmente se sente!?”
Shirley: “...Deixe-me ver.”

Conforme aqueles olhos azul e vermelho pelos quais ele anseia tanto o olham da cabeça aos pés, Kyle se vê querendo fugir.

Shirley: “Ele é gentil e trabalhador. Ele é um pouco tímido e ingênuo às vezes, mas ele é sincero, um júnior meu que olha para mim... Isso responde a sua pergunta?”
Canary: “Essa é uma avaliação muito melhor do que eu esperava! Você não está feliz!?”
Kyle: “N-não... Esse tipo de coisa é... Eu ainda tenho um longo caminho pela frente... Ehehe...”
Shirley: “Contudo, ele me dá uma sensação estranha. Minha família é só minhas filhas... Mas se eu tivesse um [filho], talvez eu sentisse o mesmo por ele.”
Kyle: “KOFF!”

Kyle desmaia enquanto cospe sangue. Ele estava feliz com a avaliação que recebeu antes, mas de repente, do nada, ela usa a palavra [filho]. O que exatamente ele deve fazer com isso?

Sophie: “...Phew. Graças à Deusa.”
Shirley: “? O que você quer dizer?”
Tio: “Não é nada.... Vamos continuar juntas de agora em diante mãe... Só nós três.”
Shirley: “Sim... Claro.”

Não adiantaria enganá-los, então vocês devem saber que nem a Sophie nem a Tio odeiam o Kyle. Eles só se falaram algumas vezes, mas elas sabem o quão bom como pessoa ele é da maneira que ele se comporta e elas nunca esquecerão da maneira como ele as salvou.
Elas pretendem recompensá-lo de alguma forma algum dia, mas se isso significa entregar a mãe delas como noiva, então aquele garoto vai ter que esperar.

Sophie: “Deve haver outra maneira de recompensar o Kyle.”
Tio: “Mm... É cedo demais para a mãe se casar.”

A mãe delas é uma pessoa linda. Elas não sabem se vai ser o Kyle ou não, mas certamente, o dia em que alguém tomará a mão dela chegará. Mas por agora, quando se trata da sua forte e graciosa mãe, essas filhas a querem toda para si mesmas.


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A batalha contra o Império chegou a seu grande fim. Contudo, a malícia não é lavada tão facilmente, ela é uma mancha persistente e persuasiva.

Albert: “Meeerda! Aquele moleque...! Levantando a mão contra um futuro Imperador lendário...! Não pense que eu perdoarei esse crime!”

Enquanto mantem pressão no nariz que ainda lateja em agonia, Albert bate seu punho na mesa. Ele teve que se mudar para sua casa de campo porque o palácio foi destruído, ele foi espancado por algum garoto comum e ele perdeu tanto as sucessoras ao trono quanto sua legitimidade de reivindicá-las diplomaticamente novamente. Ele perdeu tanto por causa da intromissão incessante da Canary, o rosto bonito do Albert se torce em frustração conforme ele desconta sua raiva nos móveis à sua volta.

Albert: “Só espere... Eu vou mostrar a todos vocês...! Eu pegarei tudo, minhas filhas, a Shirley, e o título de maior governantes que esse continente já conheceu...!”

A ganância sempre ultrapassa suas boas-vindas, arrogância é algo duro de se quebrar. Conforme seus olhos se nublam de raiva, Albert olha para o mapa e para o Reino que fica ao Sul.

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