- Capítulo 30

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Um Encontro Real




Um homem está nas planícies, fora de uma certa cidade no Reino.
Usando seus binóculos, o homem olha na direção do povoado onde a mulher que uma vez salvou sua vida vive, porém, ela é uma benfeitora que ele deu as costas em seu momento de maior necessidade.
Uma mulher tão linda, ele nunca a verá igual enquanto viver. Cabelos brancos como a neve, dois olhos que brilham como gemas e um corpo fantástico, ele admira tudo nela.
Mesmo que seus verdadeiros sentimentos nunca floresçam, o contentamento da sua vida tem sido servir a tal mulher.
Quanto tempo já faz? Desde quando ele tem interesse por sua benfeitora apesar do desinteresse dela?
O ideal que ele tinha dela foi despedaçado quando as alegações dela torturando sua irmãzinha vieram à luz, nessa hora, ele não conseguia mais vê-la da mesma forma que antes.
Quando ela escapou da prisão mais tarde, ele foi um dos primeiros a se juntar nas equipes de busca. Ele estava determinado a pegá-la para por um fim a isso tudo, porém, apesar de sua determinação, ela não pode ser encontrada em lugar nenhum e eventualmente a procura cessou.

???: “Quando se descobriu que tudo foi um mal-entendido, eu cai em desespero.”

Houve um grande mal-entendido. Tanto ela quanto sua irmã são vítimas, deixadas à cruel mercê do destino. Ele se sente enojado consigo mesmo por ter perdido a fé nela, mas felizmente, ela ainda está viva.
Se ele seguir as ordens de seu Lorde atual, ela talvez apareça diante dele. Ele talvez seja capaz de viver ao lado dela mais uma vez.
Ele vai resolver todos os mal-entendidos e eles poderão viver juntos como duas pessoas apaixonadas devem, essas são as esperanças desesperadas desse homem.

???: “Por favor, espere só mais um pouco, Sra. Shirley. Eu a encontrarei logo.”

Enquanto mantém esse desejo egoísta perto do seu coração, o homem olha para o prédio onde várias crianças podem ser vistas brincando no pátio.


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É o fim do mês. Naquela tarde de primavera, Shirley pode ver um limpo céu azul e os cantos das cigarras entram através da janela aberta na sala de recepções da Guilda de Aventureiros.
De acordo com a Canary, há 4 pessoas de alto ranque que desejam encontrá-la. Como esperado, ela ouviu a história da identidade do mago pela Grania e as conversas serão sobre a Sophie e a Tio.

Shirley: “..........”
Yumina: “... Srta. Shirley, você gostaria de um pouco de chá?”
Shirley: “Não, obrigada.”
Yumina: “E-Entendido...”

Isso é mal. Esse sentimento preenche o coração da Yumina.
A intimidante pressão que flui da espadachim que chegou 15 minutos antes do horário marcado lentamente preenche a sala. Embora ela não esteja particularmente brava, ela está ciente de que se encontrará com realeza, uma raça de pessoas que a Shirley não é particularmente fã, considerando suas experiencias passadas.
Especialmente quando ela considera que talvez possa ser uma pessoa que ela conheceu no Império.
Geralmente, qualquer correspondência que ela recebe da Yumina sempre acarreta infortúnio, mas já que tudo isso foi planejado pela Canary, ela está ainda mais cautelosa do que o normal.

Canary: “Hoh? Você já está aqui.”

(Por favor apareça logo, Vovó) é o que Yumina está desejando do fundo do seu coração e, como se lendo sua mente, Canary entra na sala com seu cabelo dourado flutuando detrás dela.

Canary: “Como tem estado... É isso que as pessoas jovens dizem agora, certo? Você parece saudável.”
Shirley: “Isso é verdade. Você parece um pouco desgastada.”
Canary: “Então você diz? Se é verdade que não estou em meu melhor, então isso é uma perda para o próprio mundo.”

Conforme Canary diz tal linha com um tom de voz teatral, Yumina e Shirley encaram-na com olhares frios.

Yumina e Shirley: (Em vez disso, o mundo não se tornaria um paraíso se você ficasse acamada para sempre?)

As travessuras da Canary são as mesmas de sempre. As duas ouviram uma história que três semanas atrás, depois de ser insultada por um Cardeal da Teocracia, ela destruiu a mansão onde ele mantinha todas as suas finuras e estilhaçou todas os vitrais da sua catedral em mil pedaços.
Além disso, elas não sabem que tido de truque ela usou, mas por alguma razão, a Teocracia não foi capaz de acusa-la do crime. Coerção por trás dos panos...? Qualquer que seja o caso, ela se livrou disso.

Canary: “Vamos vamos, não me olhem assim.”
Edward: “Concordo. Pessoalmente, eu gosto de ouvir as histórias das escapadas da Canary, eles são todas novelísticas.

Seguindo por trás da Canary está um homem no auge da sua vida, com uma bonita e digna, porém enigmática, face, emoldurada com cabelos pretos e uma barba como se estivesse usando a juba de um leão, de trás dele está uma mulher com um lindo cabelo prateado que não é ofuscada por ele de forma nenhuma.
As costas da Yumina enrijeceram imediatamente ao vê-lo, e Shirley está prestes a se levantar do sofá, mas ela recebe um sinal para ficar pela mão do homem.

Edward: “Está tudo bem. Apenas estou aqui secretamente no meu dia de folga. Você não precisa fazer cerimônia, eu sou meramente outro convidado.”
Alicia: “Isso mesmo. Além disso, eu estou muito feliz em conhecê-la, a Heroína do nosso Reino.”

Eles vieram aqui como qualquer outro cidadão, então eles não querem causar um tumulto. Depois de explicar isso à Shirley, o Rei e a Rainha da nação, Edward e Alicia Pendragon, se sentam no sofá oposto a ela e sorriem.

Canary: “Yumina, assuntos delicados serão discutidos.”
Yumina: “Ah... Então, vou me despedir.”

Canary sussurra no ouvido da Yumina e Shirley espera até que ela saia para começar a falar.

Shirley: “Isso é algo que você não quer que os outros ouçam?”
Canary: “Bom, é esse tipo de coisa.”

O envolvimento do Império se tornou aparente para a Família Real. O que será discutido aqui pode se tornar uma questão de segurança nacional, então o melhor é que o menor número de pessoas possíveis ouça, daí o motivo pelo qual Yumina foi convidada a sair da sala.

Edward: “...Bom, já faz algum tempo. Eu ouvi tudo sobre seus esforços valiosos. Você verdadeiramente nos salvou da destruição quando derrotou o Dragão Rei. Tanto como um Monarca quanto um Cidadão, eu serei eternamente grato.”
Alicia: “Eu também desejo estender minha gratidão. Verdadeiramente... Eu não achei que a chance de encontra-la novamente alguma vez chegaria.”
Edward: “...Isso mesmo. Confesso que também pensei que não nos encontraríamos mais.”

Como todos aqui sabem sobre as circunstancias da Shirley, a conversa segue bem.

Shirley: “Estou feliz em ver que Suas Majestades ainda estão bem, já faz muito tempo desde o nosso último encontro.”
Edward: “Eu também estou feliz em vê-la. Eu ouvi da Canary que você se tornou Meio-Imortal desde nosso último encontro e de fato, é como se você não tivesse envelhecido um dia... Em vez disso, você só se tornou mais bonita.”

Desde o início, Shirley nunca foi boa em se expressar sem palavras. Então, embora ela mantenha o ar de cautela, o Rei e a Rainha celebram sua reunião alegremente sem preocupações.

Alicia: “Eu ainda me lembro. Sempre que eu visitava o Império, a Imperatriz Elizabeth e você sempre estavam organizando algum tipo de festa do chá.”
Canary: “Heh... kukuku. A ideia da Shirley atendendo qualquer coisa tão elegante como uma festa do chá é hilári-GEH!?”

PAH! Com um alto som, um forte golpe acerta a nuca da Canary.
Shirley sabe que construiu uma imagem de uma espadachim que não deixa nada além de uma névoa vermelha nos campos de batalha que luta, deixando aqueles dias de festas do chá e bailes para trás, mas por alguma razão, ela ainda acha a rizada da Canary irritante.

Edward: “Não adianta rir Canary. Se você a adornar mais uma vez com elegância, ela não parecerá deslocada em nenhuma festa de gala até hoje.”
Alicia: “Isso é verdade. Você não gostaria de se juntar na minha próxima festa do chá? Eu ficaria tão feliz se você pudesse ir.”
Shirley: “Não... Devido às minhas circunstancias, eu terei que recusar.”

Alicia compreende e retira a oferta com um sorriso. Embora Shirley tenha mudado tanto, a Rainha age da mesma forma que antigamente.
Parando para pensar, esse casal sempre foi bastante difícil de convencer em uma conversa, ela sempre teve dificuldades em manter uma distancia respeitável por serem tão amigáveis com ela.
A Rainha não é de maneira alguma uma pessoa ruim, mas é realmente difícil lidar com Realeza que honestamente convida um cidadão normal para uma festa do chá da alta sociedade tão casualmente. Honestamente, ela não mudou nada.
Além do mais, embora Edward tenha amadurecido bem, ele definitivamente envelheceu. Por que parece que só o tempo em volta da Alicie congelou?
Ela deve ter pelo menos 40 anos, mas ela parece estar em seus 20s. É tudo muito estranho, mesmo se ela usar os produtos de beleza comercializados pela Canary, que desmaiou depois do golpe dado no pescoço pela mulher sentada ao seu lado.

Shirley: “Então, e os outros dois? Eles ainda não chegaram?”

Ela sente que se não mudar o assunto, ela não será capaz de deixar de perguntar sobre o segredo da Rainha. Faltam 5 minutos para as 2 horas da tarde, é quase a hora combinada e ainda assim não há nenhum sinal dos outros dois terem chegado.

Edward: “Ah, erro meu, eu estava envolvido na nossa conversa. Canary.”
Canary: “Certo... Oww, meu pescoço.”

Esfregando a nuca com seus dedos, ela clica nos dígitos com sua outra mão. É a especialidade da Bruxa Dourada, magia espacial.

Canary: “Já vou lhe avisar desde já, por favor, não crie uma confusão quando ver nossos convidados. Seria perigoso... Por muitas razões.”

Conforme a energia mágica dourada raia pela sala, duas lindas garotas parecem pisar de dentro do próprio ar. Ambas têm um sentimento juvenil diferente da Shirley e da Canary, a cavaleira de cabelos vermelho com uma expressão inocente e curiosas e a princesa de aparência familiar de cabelos loiros e olhos azuis como o céu.

Shirley: “Você...”
Philia: “...Já faz algum tempo. Sra. Shirley.”

A Princesa Imperial, Philia Ragdoll. Ela não diz o nome em voz alta. A razão por não ter sacado sua espada não é auto controle, mas por ainda estar em choque.



Enquanto que a Sophie e Tio estão sob ameaça de serem sequestradas pelo Império, um membro da Família Imperial de repente ousa aparecer em sua frente. Seria estranho se ela não ficasse chocada.

Philia: “...Eu gostaria que você ouvisse o que tenho a dizer.”

Suprimindo os sentimentos nostálgicos e vergonhosos que brotam ao olhar para a Shirley, Philia se sentar no lugar preparada para ela, com Lumiliana em pé atrás.

Shirley: “Honestamente, eu sei que vou odiar a resposta, mas... Por que minhas filhas estão sendo alvos dos magos Imperiais?”

O rosto da Philia parece verdadeiramente arrependido quando Shirley a encara, mas ela consegue invocar sua coragem e responde resolutamente.

Philia: “Eu serei franca. Sua Majestade Imperial, Imperador Albert Ragdoll, descobriu da existência de suas filhas e planeja leva-las de volta ao Império, para criar herdeiros Imperiais.”
Shirley: “...Por que ele precisa fazer tal coisa? Da perspectiva do Império, não seria estranho que as crianças de uma criminosa sucedessem ao trono Imperial?”

Quando Shirley assertivamente se refere a si mesma como criminoso, lágrimas brotam nos olhos da Philia por um momento, mas ela as pisca de volta e olha para os olhos de cores diferentes à sua frente.

Philia: “Nesse momento, o Imperador só tem duas crianças. Aquela mulher... Digo, a Imperatriz Alice tem uma condição que a deixa incapaz de conceber.”
Shirley: “Alice... Então ela realmente se tornou a Imperatriz depois de tudo?”

Ela se lembra de sua irmãzinha que uma vez fez da sua vida um inferno. Na época que Shirley se estabeleceu na cidade e na Guilda, as relações com o Império e o Reino já haviam se estreitado, levando a uma falta de circulação de informações e comercio entre os dois países, mas Shirley não está surpresa por Alice ter se casado com Albert.

Shirley: “Ele não pode só se contentar com alguma nobre então? Mesmo que seja uma concubina, isso não deveria ser um problema desde que ela tenha um sucessor para ele, certo?”
Philia: “Isso... Sempre que tal assunto é levado à frente do Imperador, ele não escuta e proclama seu amor sincero para com a Alice, se recusando a dormir com qualquer outra mulher.”

Ele fala sobre amor sincero e fidelidade depois de trair sua noiva com sua irmã mais nova? Fora a Canary, todos tem uma expressão de absoluta mudez, Philia continua, apesar do sentimento de vergonha em seu coração.

Philia: “Quando ele descobriu sobre a existência das suas crianças, ele decidiu pegá-las a fim de anular as críticas dirigidas à Imperatriz Alice.”
Shirley: “...Por algo tão estúpido, ele vai tirar o futuro das minhas filhas?”

Uma voz baixa e estrondosa que parece ressoar das profundezas do inferno, faz Philia vacilar e Lumiliana começa a alcançar o punho de sua espada, mas é parada quando Edward levanta sua mão.

Edward: “Eu posso te garantir que as palavras dela são verdadeiras. De fato, recebi notícias de minhas próprias fontes dentro do Império, além disso, o próprio país está sobre uma tensão imensa, em grande parte graças à própria Imperatriz. “
Shirley: “Isso não é a única coisa estranha que está acontecendo. Por que ela teve que vir aqui...? A não ser que seja algo que você não pode responder.”

Sendo honesta, Shirley realmente não liga. A única coisa que importa para ela é como as pessoas a sua frente pretendem agir com base nessas informações.

Philia: “Eu... Eu vou voltar para a Capital e implorarei para Sua Majestade desistir. Os crimes que já foram cometidos não podem ser desfeitos, mas eu ao menos espero pará-lo antes que seja tarde demais.”
Edward: “Eu sei que você deve estar preocupada sobre suas filhas se tornando peões políticos, mas eu não tenho intenção de me meter nos assuntos familiares de alguém que fez tanto pela nossa nação. Por favor, não se preocupe.”

É o que ele diz, mas colocando Edward de lado, Shirley não pode confiar facilmente na Philia. Como ele é tão próximo da Canary e foi através da palavra dela que esse encontro foi decidido, ele provavelmente está falando a verdade, mas o Império... Ela não é capaz de confiar em um membro da família Imperial.

Philia: “Eu não sou pretenciosa a ponto de pensar que posso convencê-la hoje, mas desejo dizer mais uma coisa.”

Quer ela saiba ou não o quão desconfiada é o olhar da Shirley, a princesa fala claramente sem desviar o olhar.

Philia: “Isso expõe a verdadeira vergonha da minha casa, mas embora meu irmão seja um tolo, a Imperatriz é um verdadeiro parasita que suga a vida do país.”
Canary: “Ho ho, para dizer algo assim tão abertamente.”

Canary ri de coração. Para Shirley, ver uma garota que ela viu pela última vez quando ela era tão jovem denunciar sua família de tal maneira faz um sentimento estranho se apoderar de seu coração.

Philia: “Embora eu ainda não tenha decidido os meios, eu juntarei evidencias de que os magos foram contratados. Talvez seja possível interrogar os próprios magos e fazê-los confessar, mas no meio-tempo, por favor, tome cuidado.”

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