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Fofoca – O Crescimento das Garotas




Três dias depois da Shirley descobrir que a sombra do Império está pairando sobre sua família, ela visita a Guilda de Aventureiros.

Yumina: “Srta. Shirley, eu tenho uma carta para você dá Mestre da Guilda.”
Shirley: “.......”
Yumina: “V-Você não precisa parecer tão enojada comigo!”

Na carta está a espada cruzada com o cajado da Guilda de Aventureiros e próximo a ele está o emblema da garota brasonada contra o amanhecer, Shirley franze a testa quando vê o símbolo da Bruxa Dourada.

Shirley: “... Isso me parece familiar demais. Eu deveria só jogar isso fora, realmente não quero me sentir enganada e debochada agora.”
Yumina: “A-ah, certo... eu não posso negar que estou envergonhada em nome da Guilda pelo que aconteceu antes.”

Shirley ainda não se esqueceu da última vez que a Canary a enviou uma carta, ela e suas filhas acabaram envolvidas em um contrato duplo. Ainda mais por ela ter sido forçada em algo tão vergonhoso.

Yumina: “M-Mas, se a Mestre da Guilda a enviou uma carta pessoalmente, deve ser algo importante, certo?”
Shirley: “Talvez? Aquela mulher não faz travessuras inúteis afinal. É incrivelmente irritante.”

É o que ela diz. É inevitável que qualquer carta que contenha tanto a marca da Guilda de Aventureiros quando o próprio emblema da Canary seja importante.
Ela não sabe o que é, mas é possível que algo no nível do ataque dos Dragões Reis esteja acontecendo novamente.

Shirley: “Eu vou dar uma olhada.”
Yumina: “Ah, então vou usar um abridor de cartas...”
Shirley: “Não, não faça. Tem a possibilidade de que alguma maldição ou armadilha esteja envolvida.”
Yumina: “...Você a conhece por tanto tempo, mas você realmente não confia na vovó afinal...”

Ela encara o envelope com seus olhos safira e carmesim. Shirley arregala os olhos e usa sua habilidade para ver [tudo], conseguindo assim ler as palavras na carta dobrada dentro do envelope.

Shirley: “Tendo me pedido para mediar, uma certa pessoa de nascimento nobre deseja a encontrar no dia clímax do mês, às duas depois do meio-dia. O que querem dizer a você é segredo suficiente, dessa forma eu não posso escrever, mas deixarei com você a decisão de encontra-los ou não. Se pretende aceitar esse encontro, por favor informa a Yumina e ela organizará os procedimentos. O local de encontro será a sala de recepção da Guilda de Aventureiros em nossa pequena cidade remota.”

Shirley franze em suspeita.
É comum para pessoas da alta sociedade, como nobre, esconderem seus nomes quando criam planos de encontros. Mas, para um encontro como esse acontecer nesse momento... Só algumas pessoas sabem a verdade do que está atrás de suas filhas.
Além do que, o que poderia ser tão importante para um nobre se rebaixar ao ponto de se encontrar diretamente com um plebeu? Não, ela não sabe se é um aristocrata ou talvez um mercador de alto ranque, mas de qualquer forma, essas pessoas tão pressionadas pelo tempo não desistiriam de braços cruzados.

Shirley: (Houveram algumas vezes no passado onde fui abordada para ser uma guarda-costas após uma missão de escolta)

Eles se apaixonaram com as proezas marciais da Shirley e queriam torna-la parte de sua comitiva como uma guarda pessoal, embora ela recusasse as ofertas mesmo com o pagamento generoso, já que requeria que ela se movesse junto com seu cliente. No entanto, ela tem quase certeza que esse encontro não é sobre isso.
É impossível imaginar que aquela presunçosa Canary se deixaria servir de mediante se fosse algum tipo de proposta de negócios. Em primeiro lugar, se fosse algo assim, eles poderiam simplesmente ter enviada a carta diretamente à Shirley, sem ter que usar a Bruxa como intermediária.

Shirley: (O que significa... É uma pessoa tão importante que até mesmo a Canary está disposta a ser uma mensageira...?)

Isso diminui as opções consideravelmente. Shirley só consegue pensar em 3 pessoas.
Uma delas é o grande unificador da terra natal da Canary, o Lorde das Terras dos Demônios. O segundo é o governante da nação comercial nos mares Orientais, onde Canary atualmente está conduzindo negócios. E a última pessoa, aquele que provavelmente considera este o seu próprio quintal.

Shirley: (Poderia ser o Rei?)

O chefe da família Pendragon que governa o Reino e aliado próximo da Canary... Brevemente, a imagem do Rei Leão Negro que ela encontrou no baile a muitos anos atrás aparece em sua mente.

Shirley: (Já que ele é próximo da Canary, não é estranho ele saber que estou no Reino, mas por que ele me contactaria de repente depois de 10 anos? E em um momento como esse...)

Ela também não entende por que a Família Real precisaria da Canary para mediar. No entanto, tentar contatá-la de repente justo agora que a sombra do Império está tentando engolir sua família inteira, é tudo muito estranho.
Agora que ela parou para pensar nisso, Grania, aquela que conseguiu descobrir a localização do mago, é uma das estudantes da Canary. É improvável, mas é possível que as coisas não sejam como parecem.

Shirley: (Eu não sei como isso vai terminar, mas eu não tenho muita escolha.)

O fim do mês será daqui a dois dias de qualquer forma. Se houver uma chance de provar a culpa do Império, de entender tudo, então Shirley agarrará essa oportunidade.


--||--||--||--||--||--



Shirley: “Okay, está perfeito.”

Shirley normalmente não se auto elogia, mas até mesmo ela sentiu como se tivesse feito um bom trabalho com o jantar naquele dia. Os olhos da Sophie e da Tio brilham ao ver a torta de carne cozida com uma cor marrom-dourada perfeita e o ensopado de frango fervente colocado sobre a mesa.

Sophie: “Mamãe, algo aconteceu hoje? É tudo tão luxuoso!”
Shirley: “Não, só me deu vontade de fazer. Não tem nenhuma razão em particular.”

Ela realmente só teve vontade de fazer. Cozinhar dois pratos como esses toma muito esforço, mas é um trabalho de amor, e poder passar um bom tempo com suas filhas no jantar é uma benção pura para a Shirley.

Shirley: (É possível que não tenhamos muitas oportunidades para passar tempo em família logo...)

Ainda é só uma preocupação... Mas é completamente possível que a Sophie e a Tio sejam engolidas no emaranhado de poder e políticas.
Claro, Shirley não ficará só sentada. Pelo futuro das suas filhas, ela se fará inimiga de nações inteiras.
Então, essa é sua maneira de fazer as pazes. Se desculpando pelas noites sem ela que essas garotas em breve talvez tenham de aturar, tendo que navegar em águas incertas.

Shirley: “Agora, não adianta deixar esfriar. Vamos comer.”
Sophie e Tio: “Obrigada pela comida.”

Sophie pega o máximo de guisado que pode em sua colher e Tio afunda seu garfo na torta. Quando Shirley vê suas faces se iluminando na primeira mordida, ela suspira alegremente.
Mesmo que ela não saiba o que seus inimigos estão verdadeiramente atrás, desde que ela possa proteger essa paz, ela não tem nada a temer. Mesmo que seu encontro com o visitante nobre não de em nada, ela também sabe que não está sozinha.
A força que existe nos laços entre as pessoas, é algo que ela aprendeu nessa cidade remota.

Sophie: “Ahhh isso estava gostoso! Obrigada!”
Shirley: “Estou feliz que tenham gostado. Lembrem-se de escovar seus dentes apropriadamente.”
Tio: “Mm.”

As gêmeas limpam seus pratos e sobem as escadas. Elas se tornaram figuras familiares para os aventureiros que cruzam com elas nos corredores.

Sophie: “Eu estou com sono por ter comido tanto, me pergunto se eu deveria me deitar?”
Tio: “Mm. Embora, você vá engordar se fizer isso.”

Quando Tio diz isso inexpressivamente, Sophie para no mesmo instante.

Sophie: “O-O que você está dizendo...? E-Eu na verdade não estou nem um pouco com sono okay?”
Tio: “Okay?”

Sophie na realidade é levemente mais magra do que a maioria das garotas e provavelmente não precisa se preocupar sobre ganhar peso, mas ela está naquela idade. A mera menção de ganhar peso é o suficiente para acabar com o sentimento de cansaço.

Sophie: “D-De qualquer forma, você não pode falar nada Tio. Você está sempre dormindo depois de comer, mesmo que você seja boa em se exercitar, você não está sendo descuidada demais?”
Tio: “Está tudo bem. Eu tenho um lugar a mais para guardar nutrição.”
Sophie: “Do que você está faland---------”

Ela começa a falar, e então para. Para qualquer espectador, a figura da Tio parece fácil de se notar por sua forma, algumas vezes maltrapida, de se vestir, mas Sophie percebe algo estranho.

Sophie: “T-Tio...? E-Esses são...?”
Tio: “Mm. Eles começaram a crescer desde o começo do ano.”

Ela não percebeu que a pessoa com a qual ela passa todos os dias tem mudado lentamente, mas apesar de seu peito ser pequeno... Essas saliências são definitivamente maiores do que a inexistência no peito da Sophie.

Tio: “É um pouco estranho quando estou andando por aí balançando um pedaço de galho, mas talvez agora a mãe me compre um sutiã.”
Sophie: “O-O que!? M-Mas a pessoa da loja disse que eu não precisava ainda!?”

Quando elas foram medidas na escola esse ano, ela estava um centímetro mais alta do que a Tio, e ela sentiu que seus braços e pernas estavam ficando mais longos também, Sophie começou a pensar [Agora eu finalmente estou começando a parecer uma irmã mais velha].”
Porém, a realidade é uma senhora severa. Ela nunca imaginava que sua irmãzinha a passaria dessa forma.

Sophie: “Por que... Por que...! Por que você está me passando, mesmo que nós duas devêssemos herdar da mamãe!”

Sophie completamente esquece sua leve vantagem em altura enquanto ela luta para se recuperar do choque dessa nova descoberta.
Claro, os méritos do tamanho do peito variam de pessoa para pessoa, mas quando se trata dessa garota, ela sempre viu seios como um medidor de maturidade.
Isso é um choque muito grande, o orgulho que ela vem construindo como uma irmã mais velha desde quando foram medidas na escola então se desmoronando em torno de suas orelhas.

Tio: “Não se preocupe.”
Sophie: “Tio...?”

Tio coloca uma mão no ombro caído de sua irmã mais velha.

Tio: “Nós apenas somos crianças, é bom ser paciente. Além do que, altura e tamanho do peito não é tudo.”
Sophie: “Eu sei que você está tentando me animar, mas isso não está ajudando!?”

Enquanto o orgulho da Sophie como irmã mais velha termina de evaporar, Tio começa a ficar preocupada com ela.

Shirley: “V-Vocês, crianças...!”

Como vocês podem falar de algo assim no corredor!? Tendo ouvido a conversa desde a sala de jantar, Shirley cobre seu rosto embaraçado com suas mãos.
Vivendo em uma cidade como essa, e gastando todos os dias em uma vibrante pousada e escola, Shirley está preocupada que o ambiente esteja começando a afetá-las, já que conseguem falar de coisas assim tão abertamente, sem o menor sinal de modéstia.

Shirley: (Eu tenho que trabalhar ainda mais duro de agora em diante.)

Não importa quantas ansiedades ela tenha sobre o futuro, nesse momento, ela tem que ensinar suas garotas como se comportar como senhoritas adequadas, para que não atraiam os olhos dos devassos.
Ela corre atrás de suas garotas, mandando uma sede de sangue avassaladora a qualquer um que ousar olhar em suas direções.

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