- Capítulo 26

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Dificuldades de uma Mãe Amorosa




Por um golpe de sorte, um pedido para caçar Perytons estava disponível, então ela foi capaz de garantir o aluguel de uma montaria de Dragão na Guilda. Quando ela avistou o bando de pássaros que parecia uma névoa no horizonte, ela voou em direção a eles e os aniquilou rapidamente.
Os corpos de monstros imbuídos com poderes mágicos são úteis para a criação de poções, ferramentas e rituais mágicos, especialmente chifres e antenas, que são bem valiosas.
Desde tempos antigos, chifres têm sido admirados como símbolos de sabedoria e poder. Seguindo a origem da história, a primeira e principal criatura mágica com chifres são os Dragões, além de ser dito que é neles onde guardam sua energia mágica.
Da mesma forma, para um Peryton, a criatura que aprisiona sua presa com sua sombra mágica, seu poder mágico flui de suas antenas.

Shirley: “Bom... 3 devem ser o suficiente.”

Ela corta as 3 maiores antenas que consegue achar entre os corpos e sobe em cima das costas do Dragão.

Shirley: “O descanso acabou, então por favor voe por mim mais uma vez.”
Dragão: “Gwaaaaaaaaaaaaaaah!”

Em vez de trazer comida para o Dragão, ela simplesmente o alimenta com pedaços de um dos Perytons que ela derrubou.
Shirley entende seu alegre grito como uma afirmação e pula para a sela, ao pegar as rédeas, o Dragão ruge e vai aos céus.
Seus cabelos brancos ondulam enquanto voam, o ar é incrivelmente mais frio quando comparado ao ar lá embaixo na terra, mas isso não é obstáculo para uma mãe que quer voltar para suas crianças o mais rápido possível,

Shirley: (É meio-dia agora... Se nada acontecer, eu devo chegar para a janta.)

Ela olha para o relógio de bolso que tirou do peito. Ela pegou a montaria de Dragão voador não só por ser vantajoso em uma batalha aérea, mas devido a essa batalha estar em planícies distantes da cidade remota, e esse era o Dragão mais rápido disponível.
Mesmo que ela esteja desesperada para achar o culpado, ela quer ficar longe do lado da Sophie e da Tio o mínimo possível.

Shirley: (Sim, Martha está lá, mas pensar que eu deixei minhas filhas aos cuidados de alguém que eu só conheci ontem.)

Ela não tem certeza se deveria estar feliz com o quanto ela mudou.
Em primeiro lugar, ela não confia completamente na Grania ainda, é possível que ela esteja trabalhando com quem quer que o inimigo da Shirley seja.
Ainda assim, não importa o quanto Shirley queira proteger suas garotas, como uma espadachim, proteger é a única coisa que pode fazer, ela é incapaz de solucionar o crime.
A única solução é pegar emprestado o poder de um mago real. Ela se arrepende de nunca ter estudado maldições e sugestão mágica por conta própria.

Shirley: (Eu ainda sou tão inexperiente... Como eu posso proteger algo com esses mão fracas?)

Ela promete para si mesmo mais uma vez. Que não importa o que aconteça, Shirley sempre dará seu melhor por suas filhas.


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Sophie: “Wawaaa!? Eu consegui!”
Grania: “Fufufu... Sim, é o que parece, você realmente é bem talentosa, hmm?”
Sophie: “Sério!?”

Com aquela decisão dando forças a ela, Shirley consegue voltar à Casa do Déficit às 15h. Quando ela volta para o quarto carregando as antenas de Peryton, ela vê Sophie e Grania tendo uma conversa agradável.
Subitamente, ao decidir assisti-las das sombras ao invés de se revelar, ela vê uma pequena bola de água flutuando na palma da mão da Sophie.
Com Grania ensinando manipulação mágica elemental de forma tão fácil de entender e com Sophie a reproduzindo tão fielmente, elas parecem realmente felizes juntas, como uma irmã mais velha ensinando a mais nova, ou talvez... Quando ela imagina a outra possibilidade, Shirley começa a ficar brava e treme no lugar.

Shirley: “Ah.... Ahhhhhhh...!”

Shirley cambaleia de volta para a sala de jantar como um veado recém-nascido, não cumprindo exatamente o apelido de [Espada Branca Demoníaca].

Martha: “Hmm? O que foi?”
Shirley: “Elas!... Elas!! Elas!?”
Martha: “Não, eu não tenho ideia do que você está falando.”

Embora a habilidosa guerreira pareça estar sem palavras, Martha ainda conforta a Shirley enquanto ela levanta um trêmulo dedo em direção ao seu quarto.

Shirley: “Minha posição como mãe... Minha posição como mãe está em jogo...!”
Martha: “Há? O que você quer diz- Ahh, agora eu entendi.”

Martha balança com a cabeça quando finalmente entende.

Martha: “Como ela tinha tempo livre enquanto esperava por você, Grania decidiu ensinar um pouco de magia à Sophie. Não acho que valha a pena ficar tão emocionada com isso.
Shirley: “Mas... Se é só o básico da magia, até mesmo eu posso ensinar isso...! E pensar que... Aquela pessoa ensinaria a primeira magia da Sophie sem mim...!”

Parece que a Grania, que incorpora a própria imagem de uma mulher adulta, abalou a toda credibilidade que Shirley tinha em si mesma como mãe.
Como magia normalmente não é ensinada na escola e normalmente é deixada para os pais, Martha entende a inquietação da Shirley, porém ela ainda adverte essa mãe solteira.

Martha: “Com o que você está tão brava? Você não queria ensinar magia para a Sophie e a Tio, não é? Por isso, deve estar tudo bem para a Sophie aprender isso com outro mago.”
Shirley: “Isso é... Hmm...”

Não só magia em si, mas manipular elementos, em geral, pode ser bem perigoso, sem receber as instruções básicas, o poder mágico de alguém pode se descontrolar.
Magias elementares de pequena escala, como mover água de um copo a outro e mover o vento em um quarto. Mesmo não sendo uma profissional como a Grania, Shirley ainda é capaz de fazer esse tanto.
Ela sabe magia básica e se quisesse, poderia ensinar também, mas...

Shirley: “...Sophie e Tio disseram que querem se tornar aventureiras.”
Martha: “Yeah.”
Shirley: “Mas elas ainda são só crianças. Se se focarem em só uma coisa desde tão cedo, elas não vão se privar de outras oportunidades?”
Martha: “Sei. Eu entendo como você se sente.”

É um pouco parecido com um Barman escutando um cliente particularmente problemático reclamando da bebida, mas Shirley está falando sério.
Como uma mãe, é natural que ela queria que aquelas duas tenham uma vida pacífica invés de encarar o perigo como aventureiras.
Shirley disse a elas que se conseguirem passar em um teste quando fizeram 15, ela as aceitaria como aventureiras, mas isso é algo completamente diferente.
Ela não ensinou magia ou esgrima às suas crianças porque não queria que isso reduzisse oportunidades futuras ou sonhos que possam florescer para elas quando crescerem.

Shirley: “Mas... Se chegasse a hora em que teriam que aprender... Eu queria ser aquela que...!”
Martha: “Então, esse é o problema, huh.”

Na verdade, ela nunca pensou muito sobre ter sessões de treinamento de mãe e filhas, de fato, a ideia lhe deixa um pouco animada, mesmo que ela não queira admitir.
Contudo, tendo sido derrotada pela Grania, o desejo secreto da Shirley é espalhado pelo vento.
Mesmo que ninguém tenha de fato feito nada de errado em si, essa mãe boba teve que recuar ao salão de jantar para se acalmar e organizar seus pensamentos.

Shirley: “Eu sempre pensei que queria fazer tudo pelas minhas filhas, mas algo como isso... Minha confiança como mãe... Porém, se eu ficar no caminho e a Sophie me odiar, eu não seria capaz de viver...”
Martha: “Você pode não pensar isso de si mesma, mas você é uma excelente mãe. Em primeiro lugar, foi a Sophie que pediu para aprender magia. E isso não é a única coisa, não é?”

Shirley deve estar realmente confusa. Apesar disso, Martha acaricia a cabeça da jovem Meia-Imortal, que está dando seu melhor para respeitar os desejos das suas filhas.

Martha: “É por confiar na Grania que fez você vir aqui ao invés de interferir, certo?”
Shirley: “...”

Shirley concorda com a cabeça silenciosamente. Apensar de ser uma discípula da Canary, ela está aliviada pela aventureira recomendada pela Yumina e pelo Asterios ser uma pessoa tão boa e sensível, embora ela não esperava sofre todo esse tipo de dano dela.

Sophie: “Ah, Mamãe! Bem vinda de volta!”

Olhar para aquela carinha reergue o humor dela instantaneamente. Sophie corre até a Shirley segurando um copo de água na mão.

Shirley: “...Sim, eu estou de volta. Então, o que você está fazendo?”

Shirley faz seu melhor para manter sua atitude prudente usual. Embora possa parecer uma mudança terrivelmente abrupta para qualquer pessoa, ela desesperadamente não quer mostrar uma aparência tão miserável para sua filha, contudo Sophie está de tão bom humor que não parece notar isso.

Sophie: “Hm, eu vim devolver esse copo para a cozinha... Ah, sim! Olha o que consigo fazer!”

Ao colocar o copo na mesa, Sophie aponta ambas as mãos a ele e começa a murmurar.

Sophie: “《Água》 ...... 《Bola, Corpo》 ......Umm ..... 《Flutue》 .....?”

É um pouco forçado, mas é definitivamente um encanto... É a verbalização da auto sugestão que pode transformar o mundo em volta através do poder do fenômeno mágico.
A água no copo começa a vibrar sozinha e eventualmente forma uma esfera em pleno ar, flutuando acima da mão da Sophie. Essa é a 《Bala de Água》, está entre as magias mais básicas, uma magia que atira projéteis de água com força e velocidade suficiente para atravessar até mesmo ferro.

Sophie: “Eu consegui! Hey mamãe, não é incrível!? Eu aprendi com a Srta. Grania!”

Sophie, que normalmente tenta seu melhor para agir como uma adulta, pula para cima e para baixa excitada enquanto se gaba para sua mãe sobre ter aprendido sua primeira magia.
Comparada à Shirley que pode criar espadas do ar sem encantamento, e luta com velocidade e força extrema em combate, é uma magia bastante insignificante, mas quando Sophie mostra a ela um rosto cheio de sorrisos maravilhados, Shirley não pode deixar de acariciar a sua cabeça.

Shirley: “Sim, ainda está um pouco imperfeita, mas está muito bom para a sua primeira tentativa.”
Sophie: “Ehehehe...”

Sophie nem tenta esconder o quando ela gosta de ter sua mãe acariciando seu branco e macio cabelo.
Ao ver sua filha tão feliz, como ela é capaz de interferir? Pensa Shirley para si mesma com um suspiro.


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Shirley: “...”
Grania: “Hmm-... O que foi? Eu estou lisonjeada, mas é difícil de trabalhar com você me encarando tanto, sabia~?”

Mais tarde naquela noite, enquanto a Grania trabalha no ritual usando as antenas de Peryton que ela conseguiu, Shirley a encara de trás com aqueles perfurantes olhos azul e vermelho.
Ela abre a boca e fala como se estivesse meditando nas palavras por um tempo.

Shirley: “Um... Obrigada. Por cuidar da Sophie.”
Grania: “Ahh, você se refere à eu ter ajudado com os básicos da magia? Eu tinha tempo livre, então não se preocupe com isso.”

Mesmo que estivesse só matando o tempo até ela voltar, Shirley ainda acha certo agradece-la por dar uma guia às suas filhas.
E então, como se para arruinar o momento, Grania põe sua mão na frente da boca e começa a rir alto.

Grania: “Mas sério, eu estava um pouco preocupado já que tenho certeza de que você adoraria ensinar magia a ela você mesma, mas ela estava tão amável que eu não podia recusar, estou feliz de que você não esteja brava comigo~”
Shirley: “...Uuu....!”
Grania: “Essa reação... Oh, entendi? Fufufu... Isso também é fofo. E pensar que você é mais velha do que eu... Eu não consigo acreditar que você já está nos seus trinta.”

Acertando em cheio, Grania parece estar gostando de provocar a [Espada Branca Demoníaca] mais e mais. Shirley quer retirar o que disse antes, essa mulher realmente é a discípula e parente da Canary por completo, ela realmente deveria confiar mais nos seus instintos.

Shirley: “...Mais importante, você conseguiu identificar o culpado?”
Grania: “Ah, eu vou começar agora. Por favor observe.”

Decidindo não ir muito longe com sua sorte com a mulher que obviamente quer mudar de assunto, Grania segura um objeto na forma de pirâmide de cabeça para baixo, preso a uma linha acima de uma folha de pergaminho.
Cobrindo o objeto com pó de antenas de Peryton, ela balança acima do pergaminho manchado de preto que contém as informações selados do inimigo.
Conforme Grania o segura suspenso acima da escuridão, a ferramenta move e manipula a mancha em redemoinhos, com uma luz branca começando a emergir.
A ferramenta e a mancha negra se movem em sincronia como se estivessem vivas e eventualmente letras começam a se formar no papel, deixando Shirley ver a informação sobre o abominável homem com seus próprios olhos.

Grania: “O nome de quem lançou é Grace Barnes... Por ter um nome de família, ele deve ser da nobreza, você conhece?”
Shirley: “Não... o que mais?”

Como se ao seu pedido, a ferramenta balança mais uma vez e mais informações aparecem.

Grania: “27 anos de idade, ele parece ser um pequeno pesquisador que publicou vários trabalhos, com relação à sua personalidade, ele é o típico homem da sua idade. Mede 170 centímetros, pesa 56 quilos. Seu prato favorito é um café da manhã completa com um ovo cozido, seus hobbies são----”
Shirley: “Eu não ligo para a vida pessoal dele. Não tem nada mais útil?”
Grania: “Quanta impaciência.... Ele é o quarto filho de um Barão e vem trabalhando na mansão do feudo dos seus pais por cinco anos. Seu motivo para mirar em suas filhas não é pessoal, mas por que recebeu um pedido para isso.”

Shirley franze a testa. Está tudo indo bem para identificar o mago, mas agora aparentemente tem um mentor por trás de tudo também?

Grania: “A identidade do cliente é desconhecida... Mas, por onde o mago vive, eu acho que você deve ser capaz de descobrir algo.”
Shirley: “Onde está esse Grace Barnes?”
Grania: “Em um feudo nos subúrbios da Capital Imperial... Ele vive em uma mansão perto do centro da cidade.”

A Capital Imperial. Mais do que qualquer coisa que ouviu sobre o mago, isso é o que mais a choca.

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