- Capítulo 24

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A Borboleta Ilusória




A janela de vidro tingido em sete cores com a imagem da deusa é banhada em luz do Sol e brilha brilhantemente.
Os princípios básicos da magia não podem ser separados do conhecimento passado desde os tempos antigos, de que ouve uma existência original que criou este mundo.
É difícil julgar quando exatamente a igreja que venera a Deusa começou, mas julgando pelos registros encontrados, deve ter sido a cerca de 2000 anos atrás.
Toda a religião foi pensada como um meio de pastorear os fiéis? Ou o progenitor da igreja realmente teve uma experiência divina? É difícil de saber já que aconteceu a muito tempo atrás.
As pessoas que exploram as tumbas antigas para coletar conhecimento como esse são conhecidas como aventureiros, arqueólogos, ou talvez uma mistura de ambos? Muitos aventureiros estudam arqueologia para expandir seus horizontes afinal.
A propósito, a aventureira ranque S que habita na cidade mais a Noroeste do Reino, a [Borboleta Ilusória], Grania, é tanto uma arqueóloga quanto uma aventureira, uma Bruxa de primeira linha que gosta de viver sua vida na área cinzenta da sua profissão.

Grania: “Mm... Entre o Sermão do Pai e a tese daquele estudioso... é um pouco difícil conciliar os dois.”

Existem construções grandes e pequenas em volta, mas próximo de cada cidade no Reino há uma capela, e essa cidade a Noroeste não é exceção.
O culto com uma delicada, porém restrita, atmosfera onde as instruções do Pai instruem seu rebanho no ensino da Deusa chega ao fim. Uma vez que todos saem, A voz levemente de deboche da Grania ecoa através da capela vazia.

Grania: “A Deusa teve piedade de sua alma errante e criou a Terra para o Dragão Eterno? Ou colisões massivas de massa e energia, sem intenção ou propósito? Fufufu, eu me pergunto qual está realmente correto?”

Diante de um enigma impossível de desvendar, Grania sorri como se isso fosse só metade da diversão.
Embora não tenha sido capaz de derrotar aquele Dragão Rei, ela ainda percorre sua mão pelo cajado que ela criou de seu chifre quebrado com muito bom humor.
O corpo de um Dragão Ancião, que é um verdadeiro tesouro de história por si só, além do material recuperado do Dragão Rei que recuou, sem mencionar as novas ruínas anciãs descobertas e os antigos tomos empoeirados em uma linguagem desconhecida dentro delas.
Além do mais, o progresso para quebrar o código para o santuário interno do Templo de Cristal tem sido mais rápido que o esperado, eles o encontraram em uma floresta próxima à vila Hobbit no Sul da cidade.

Grania: “Aaaah, é por isso que eu adoro tanto arqueologia e aventura.”

Realizar dois trabalhos concorrentes que podem satisfazer tanto sua curiosidade intelectual e orgulho é muito satisfatório para Grania. Ela provou isso pela primeira vez depois de ser jogada nisso por sua Ancestral viva intrometida, mas agora ela está viciada.
Outros parentes de sangue delas costumam se gabar de que estão relacionados a Grania e à [Bruxa Dourada], mas como ela não consegue nem se lembrar da maioria dos seus rostos, eles não são de interesse para a Grania.

Grania: “Além do que... Fufu, eu vou me encontrar com uma pessoa genuinamente interessante logo logo.”

Ao se lembrar da ligação que recebeu daquela parente que ela amava como uma irmã nos velhos tempos, Grania ri encantadoramente.
Ela também recebeu um pedido para aceitar uma missão do Minotauro que a instruiu quando ela estava começando como uma aventureira, mas mesmo sem ele, ela teria aceitado o pedido só por olhar seu conteúdo.
A recompensa não importa, é o cliente em si que chama sua atenção. Uma das melhores espadachins da Guilda que, no entanto, permanece no ranque B, cujo apelido sozinho já prova que ela deveria estar entre os mais famosos ranque S.
E mesmo que ela esteja muito interessada na [Espada Branca Demoníaca], a verdadeira fascinação da Grania está nas espadas que ela sabe que a Espada Branca possui.
Há 4 anos, quando ela havia acabado de ser promovida ao ranque A, ela descobriu a existência de duas espadas mágicas que haviam sido os pilares de suporte de um antigo e poderosos país, dois objetos que possuem imenso valor arqueológico.

Grania: “E pensar que alguém as conseguiu antes de mim... É tão frustrante.”

Ainda há muitos mistérios em torno do país mítico conhecido como Valonias, embora a sua existência tenha pelo menos sido provada enquanto muitos ainda acreditam se realmente existiu.
Na parte mais profunda de uma ruina anciã infestada por monstros, onde os monstros menores não ousam pisar--- Esse é o lugar onde ouviu que aquelas espadas gêmeas repousavam, e ao correr para lá, ela se deparou com inúmeros monstros já derrotados e o lugar no pedestal, onde as espadas deveriam estar, vazio.

Grania: “Dependendo do resultado da missão, talvez hajam recompensas extras... hm? Então, não precisa ser só ouro.”

Com essas palavras deixando seus lábios, Grania desaparece da capela sem encostar um único dedo na porta. Uma borboleta azul flutua no topo do banco onde ela estava sentada e então se extingue como uma luz.


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Não há coisas chiques como restaurantes nessa cidade fronteiriça. Qualquer coisa que não esteja ligada diretamente à indústria de aventureiros, como escolas, são raras de existir.
Lojas que vendem ferramentas, armas e armaduras são as mais comuns. Os únicos estabelecimentos que vendem comida parecem só estocar álcool e lanches.
Depois de quase uma década vivendo nessa cidade, o único lugar que a Shirley conhece para que ela possa sair e tomar uma xícara de chá é a sala de espera da Guilda.
E é nesse lugar que a aventureira ranque S, [Borboleta Ilusória] pede para receber os detalhes do pedido da Shirley.

Sophie: “Mamãe...”
Tio: “...”
Shirley: “Não se preocupem.”

Ela dá a ambas as mãozinhas um pequeno aperto. Conforme Shirley anda pela parte de trás da Guilda em direção à sala de recepção, ela gentilmente segura as mãos de suas ansiosas filhas.
Ela já contou à Sophie e a Tio sobre a magia que está tentando interferir com elas.
Já que é sobre elas, ela não poderia esconder isso para sempre e acabou dizendo o que sabia, avisando para tomarem cuidado.
Sophie bebe o chá na sala de espera como para se distrair antes da Yumina abrir a porta.

Yumina: “Sra. Shirley, a aventureira chegou... Irmãzona, por aqui.”
Grania: “Sim, obrigada.”

A pessoa que entra a sala é uma linda mulher, que parece muito mais similar à Shirley do que sua parente Canary.
Em contraste à Shirley que usa uma blusa bonita e limpa com uma saia longa branca, expondo muito pouco, essa beleza expõe suas costas, ombros e amplo decote, sua roupa preta também amplifica suas coxas e nádegas, enquanto que na cabeça ela usa um característico chapéu de Bruxa de três pontas.
Alta para uma mulher e parecendo estar no meio de seus vinte anos, com um longo cabelo violeta, a atmosfera que a envolve é muito mais sábia do que sua aparência sugere.

Tio: (...Ela parece incrível)
Sophie: (Yeah, com esse peito e tudo mais.)
Shirley: “.........”

Sem um único pingo de desprezo, Sophie compartilha da admiração da Tio pela mulher de aparência chamativa na frente delas, enquanto que Shirley acha difícil encontrar os olhos de alguém que consegue se vestir tão ousadamente para seus padrões.

Grania: “Encantada em conhece-las. Eu sou a aventureira de ranque S, Grania... Acredito que essa seja a primeira vez que nos encontramos, [Espada Branca Demoníaca].”
Shirley: “Sim, embora essa seja a primeira vez, eu ouvi sobre a [Borboleta Ilusória]... Você excede a... imagem interessante que eu já tinha de você.”
Grania: “Fufu... Eu aceitarei isso como um elogio.”

E então, ela encara as gêmeas. Observando-as enquanto tremem levemente, Grania as mostra um sorriso genuinamente sincero.

Grania: “E eu também estou muito honrada em conhecer vocês duas, amáveis moças. Eu ouvi muito de vocês... Por favor, sintam-se livres para me chamarem só de Grania.”
Sophie: “Ah, é um prazer te conhecer.”
Tio: “...Olá.”

Shirley está um pouco surpresa com como a Grania agiu. Considerando que ela seja tanto uma parente direta quanto uma aluna daquela caótica e tumultuosa Canary, ela esperava mais do mesmo, porém, a impressão que conseguiu é a de uma pessoa calma e gentil.

Grania: “Eu sinto muito por minha velha ter causado tantos problemas para vocês até agora. Parece que a mente dela é tão imatura quanto seu corpo.”
Shirley: “Não, isso não é algo que você tem de se desculpar.”

Se sua aparência é jovem, então assim também é sua cabeça. Shirley nunca realmente pensou sobre esse conceito antes.
É algo que ela não quer admitir, pois perderia sua dignidade como mãe, mas se a teoria da mentalidade estar ligada diretamente com a aparência física for verdadeira, apesar da idade real, então isso também se aplica à Shirley.
Essa pode ser uma das razões pela qual Canary, mesmo tendo vivido por milhares de anos, ainda se comporta como uma criança mimada.

Shirley: (Se eu pensar na Martha, parece que o senso de vergonha diminui conforme se envelhece, mas...)

Seu senso de virtude ainda não a deixa relaxar em torno da ideia de deixar a pele exposta. Coisas como aquelas roupas extremamente ousadas de empregada de antes, em sua mente não deveriam existir.

Grania: “Realmente, tanto mãe quanto filhas têm olhos que brilham como gemas. Me pergunto se está ligado ao seu excepcional talento que ouvi nos rumores?”
Shirley: “Eu não saberia dizer nada sobre isso.”

Shirley acordou com aquele poder desconhecido quando a Sophie e a Tio ainda estavam em seu útero.
Se a beleza em seus olhos foi ou não impactada pelos poderes, ela nunca realmente pensou nisso-----

Shirley: (Poderia ter tido alguma influencia sobre elas enquanto ainda estavam no meu útero?)

Shirley, que nunca pensou nessa possibilidade antes, de repente olha para suas amadas filhas.

Sophie: “Mamãe? O que foi?”
Shirley: “Não, não é nada. Vamos continuar.”
Grania: “Verdade, nós temos algo mais a discutir.”

Não é necessário se envolver em ansiedade discutindo uma hipótese inútil. Conforme Shirley pensa nisso, Grania toma um gole do chá que Yumina a entregou.

Grania: “Uma coisa de cada vez, a investigação da magia... Ah, me de licença por um momento.”

Grania gentilmente coloca os dedos indicadores na testa da Sophie e da Tio, as pontas começam a brilhar com uma cor esverdeada.
O gesto é usado como uma alternativa ao encanto. Com seus olhos fechados, Grania observa o fluxo de magia através de suas pálpebras, então ela balança a cabeça uma vez e os abre de novo.

Grania: “Isso é... Ela força alguém a agir contra sua vontade. É um ritual de larga escala, algo feito por um oponente distante.”
Shirley: “Você já conseguiu entender tudo isso?”
Grania: “Sim. Usando magia de detecção, eu pude pegar os traços de pensamentos residuais de quem a lançou... Como você disse, suas filhas são definitivamente os alvos dessa magia.”

Shirley franze a testa fortemente com a afirmação da maga. Embora sua teoria tenha sido provada verdadeira, isso machuca ainda mais porque ela queria que dissessem que ela estava errada.

Shirley: “Onde está o mago?”
Grania: “Sobre isso, se eles usarem a magia mais uma vez eu posso investigar... Quantas vezes você interferiu com eles até agora?”
Shirley: “Duas antes de fazer o pedido, uma depois.”

Não é exagero dizer que a magia está sendo lançada rapidamente, considerando que só se passaram 5 dias desde a primeira vez.

Grania: “Hmm... entendi. Nesse caso, por hora, eu ficarei nessa cidade e instalarei várias contramedidas. Eu terei que ficar bem próxima por algum tempo, está tudo bem?”
Shirley: “Eu não me importo, mas...”

Ela olha para as gêmeas.

Sophie: “Está tudo bem para mim. Você veio para no ajudar afinal.”
Tio: “Ok. Você parece de confiança.”
Grania: “Fufufu... Que crianças honestas.”

Grania olha para as garotas gentilmente. E quanto à Shirley, ela só está feliz de ter tal maga habilidosa por perto.
Ela pode cortar qualquer coisa que ver, mas Shirley tem dificuldades em lidar com o que não pode ver.

Grania: “Diga-se de passagem, eu gostaria de falar sobre a recompensa.”
Shirley: “... Eu ainda estou preparando o dinheiro que mencionei no formulário do pedido, e talvez haja algumas recompensas adicionais como mencionei, isso não é o suficiente?”
Grania: “É sobre essa recompensa adicional.”

Grania se inclina e sussurra no ouvida da Shirley com uma voz sedutora.

Grania: “Eu não ligo para ouro... Em vez disso, me mostre todas as espadas mágicas que você possui.”

Isso é algo que ela não esperava ouvir. Quando os olhos da Shirley se arregalam com o pedido estranho, Grania começa a rir baixinho.

Grania: “Eu sou uma arqueóloga afinal... Eu tenho um ótimo olho para antiguidades. Es~pe~cial~mente coisas como... tipo, as espadas magicas da antiga Valonias?”

Parece uma exigência inaceitável de início... Para aventureiros, é uma regra vital nunca revelar toda a sua mão para ninguém, a não ser seus membros de equipes confiáveis e parceiros.
Shirley usou as habilidades da Ig-Alima e Sul-Shagana durante a Guerra dos Dragões, mas ela não demonstrou todas as suas capacidades.
Conforme Shirley a encara com suspeita, Grania fala como se visse seus pensamentos íntimos.

Grania: “Não se preocupe muito com isso. Mesmo se você recusar, eu ainda vou cumprir essa missão para vocês e simplesmente aceitarei ouro como uma recompensa extra... Esse é simplesmente um pedido meu, caso não possamos concluir um acordo favorável em relação à recompensa adicional. Não importa o que você possa passar depois dessa nossa pequena reunião, porém, espero que mantenha meu pedido em mente.”

Olhando para os olhos da Grania enquanto ela fala, parece que ela está dizendo a verdade. Certamente, foi Shirley que não disse que a recompensa extra seria ouro e se ela recusar esse pedido agora e isso afetar potencialmente a qualidade do trabalho dela?
É melhor mostrar um pouco de boa fé aqui. Além do mais, para a Shirley, a segurança das suas filhas sempre vencerá facilmente qualquer noção de confidencialidade.

Shirley: “Eu não me importo. Por hora, eu vou te reconhecer como um membro de equipe temporário, dessa forma eu vou te mostrar tudo que quiser. Se mostrar as espadas mágicas que eu possuo pode nos ajudar a confiar melhor uma na outra, não é um preço grande a se pagar.”
Grania: “Obrigada pela compreensão... eu achei que você recusaria, já que ouvi histórias do quão difícil é trabalhar com você..., mas você é na verdade uma boa pessoa, não é?”

Depois desses 10 anos, se tem uma coisa que Shirley ainda não se acostumou é em aceitar elogios.
Embora ela só tenha concordado em mostrar as armas a ela só como uma medida de boa-fé, parece que ela acidentalmente acabou do lado bom dessa Bruxa... Bom, isso não parece ruim.

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