- Capítulo 14

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Discursos são Prata, O Silêncio é Ouro




Como o Dragão ainda se segura com sua pata dianteira, evitando um colapso total, Shirley, naturalmente, mantém um firme controle na espada em sua mão.
Para os ranques superiores dos Dragões, a habilidade de se regenerar não é incomum. Seria isso uma característica de seus corpos colossais? Seria um desejo de continuar a batalha? Ou talvez, para esse Dragão Ancião, isso seja só uma questão de orgulho? De qualquer forma, eles não podem ser comparados aos Dragões de baixo ranque.
Além do mais, mesmo que tomem um golpe fatal para um Dragão de Guerra, que é dois ranques abaixo, não é incomum para um Dragão Ancião ser capaz de regenerar tal ferimento.
No entanto, essa regeneração não é uma característica especial dos Dragões Anciãos, mas algo que é ativado através da magia. Se um é morto instantaneamente, tal magia perde seu significado.
O golpe que Shirley deu no pescoço do Dragão deveria ter sido um golpe mortal. Ela não cortou somente as veias do pescoço, ela também estourou a parte de trás da sua espinha com a onda de choque da sua espada.
Cortar tanto a medula espinhal quanto as veias do pescoço é o mesmo que decepar a sua cabeça. Mesmo que seu oponente seja um Dragão Ancião, desde que ele seja mortal, ele deveria ter morrido sem ter a chance de usar a regeneração.

Shirley: “Isso é... Parece que eu me encontrei com um raro”

Contudo, a grave ferida que ela infligiu no pescoço do Dragão começa a se curar em uma taxa tão rápida que ultrapassa a da magia de regeneração.
É uma visão familiar para a Shirley, que imediatamente entende a razão por trás disso.

Shirley: “Um Dragão Meio-Imortal... Eu realmente trombei com algo problemático no final”

Se você comparar o monstro que agora está em sua frente com o que ela esperava lutar, certamente parece uma situação problemática.
Qualquer criatura que viva o suficiente está fadada a se tornar anormal de uma forma ou outra. É por esse motivo que é mais comum ver raças com maior longevidade, como os Dragões, se tornarem Meio-Imortais quando comparados com os Humanos, mas ainda é uma visão incrivelmente rara.
Além do mais, é fácil de entender a irritação da Shirley quando você considera que um Dragão Meio-Imortal tem muito mais potencial em se regenerar continuamente do que um Humano Meio-Imortal.
Se você aplicar quatro golpes fatais contra um Humano Meio-Imortal, ele não será capaz de se mover devido ao gasto de energia que a regeneração consome, mas as exaustivas reservas mágicas de um Dragão são capazes de o curar pelo menos dez vez mais golpes fatais.

Dragão: “Kukuku, o que foi? Seu rosto está pálido”

Diz o Dragão sadicamente à Shirley que supostamente havia acabado de lhe dar um golpe mortal, supondo que ela havia se encolhido em desespero.

Dragão: “Você pode ser rápida, mas isso é só um truque barato, não tem sentido contra alguém tão poderoso quanto e-”

Shirley corta o pescoço do Dragão antes que ele possa terminar de falar.

Dragão: “Você...! Interromper meu discurso não uma, mas duas vezes...!”
Shirley: “Eu não tenho tempo para ficar aqui escutando esses seus discursos chatos”

Enquanto o Dragão cospe sangue novamente e começa a regenerar suas feridas, Shirley pega seu relógio de bolso para ver a hora mais uma vez.

Shirley: “Desde que eu te mate antes do meio dia, e termine meu trabalho principal não muito depois, eu devo ser capaz de jantar com as minhas filhas amanhã. Para isso, eu preciso que você se apresse e morra de uma vez”

Para Shirley, o Dragão nunca foi sua maior preocupação. Mesmo que tenha um Dragão Ancião diante de seus olhos, seu principal objetivo é achar materiais bonitos em algum lugar na mina para os presentes de maioridade das suas filhas.

Dragão: “Seu Humano arrogante e perverso...! Em todos esses anos, eu nunca encontrei um ser tão impertinente como você...!!”

Para o Dragão Ancião, ser tratado como um estorvo é ainda pior do que ser perfurado em sua escama invertida. Esse é o nível do seu orgulho.

Dragão: “Tal arrogância! Tal atrevimento! Se arrependa de seus erros na próxima vida!”

É dito que provavelmente há magia envolvida no voo de um Dragão, já que suas asas são muito pequenas para suportar seu corpo.
Quando suas quatro asas retornam à vida, ele cria uma nuvem de poeira com suas pernas enquanto levanto voo.
Por que exatamente os Dragões são considerados os monstros mais fortes? Embora sua força física, energia mágica e resistentes escamas sejam formidáveis, o que realmente os tornam perigosos é o quão ágeis eles podem ser mesmo tendo corpos tão grandes, isso torna seus ataques difíceis de prever e de contra atacar.
Fora os Dragões da Água, que podem nadar livremente pelos oceanos, e os Dragões da Terra, que abrem caminhos através do solo e rocha, todos os outros tipos de Dragões podem facilmente subir aos céus desta forma, e o que aconteceria se também utilizarem seu sopro de fogo de tal altura?
Um Humano normal seria subjugado só pela pura força física de um Dragão, então o que exatamente qualquer um poderia fazer ao ficar preso no chão contra tal monstro aéreo?

Shirley: “...”
Dragão: “Mas o qu-!?”

Como resultado, o Dragão é pego de surpresa quando Shirley consegue atingir a mesma altura que ele.
Ela não usou magia de voo. Uma espada massiva, que certamente pertence à raça dos gigantes, é enfincada no chão em um ângulo, e Shirley correu por ela até o topo para montar nas costas do Dragão, esfaqueando a base das suas asas com uma rapieira.

Dragão: “GWAAAAAAAAAAAAAAAAAAOOOOOOOOOOO!!”

Tendo perdido a habilidade de ficar no ar devido ao golpe da espada, o velho Dragão cai de volta no seu ninho de pedra em agonia. Porém, o ataque da Shirley ainda não terminou.
Deixando a rapieira no lugar, ela agarra uma nova espada de duas mãos e corre para o lado do grande corpo do Dragão. Tendo o derrubado dos céus, tudo o que falta é golpeá-lo no ponto fraco de todos os Meio-Imortais, o cérebro.
Subindo habilmente pelo pescoço, ela se posiciona para cortar o crânio do Dragão na parte de trás da cabeça, porém, sua lâmina é subitamente bloqueada por uma cegante barreira de luz.

Shirley: “... Droga”

É um pouco diferente da técnica do Asterios, mas ainda é uma barreira mágica. Não é incomum um Dragão desse ranque ser capaz de usar proteção mágica, mesmo assim, Shirley é capaz de rasga-la, porém a magia dá tempo suficiente para o Dragão mover sua cabeça e desviar a lâmina da Shirley.

Shirley: “Desesperado assim para manter sua cabeça?”

A barreira em volta da cabeça do Dragão tem o objetivo de proteger sua única fraqueza real como um Meio-Imortal. Pulando para longe da sua cabeça, Shirley começa a fazer cortes profundos no Dragão enquanto ela corre ao longo de seu corpo.
Habilmente cortando através das escamas duras como aço, Shirley começa a cortar os tendões e vasos sanguíneos, cujos quais o Dragão usa para se movimentar, mais rápido do podem se regenerar.

Dragão: “Vo-Você...! Essa pura arrog-!”

Shirley corta sua garganta novamente, cortando seu falatório pela terceira vez. O Dragão se debate em seu ninho sangrando profundamente, mal se passaram dez segundos desde que caiu no chão novamente.
Ele quebrou inúmeros ossos e rompeu seus órgãos internos quando pousou. Mas, assim que Shirley agarra uma nova espada em sua mão, ela é empurrada para trás por uma onda de energia mágica que parece irradiar de todo seu corpo.

Shirley: “Hm”

Shirley franze a testa. Ela aplicou pelo menos dez ferimentos mortais ao Dragão, mas a energia mágica que ele está usando para curar esses machucados não parece estar se esgotando.

Shirley: (Espera um pouco, está aumentando?)

As feridas que ela infligiu são curadas em segundo e sua força física também está intacta. Isso é um absurdo.
A energia mágica, supostamente, só se recupera através de descanso, remédios ou ferramentas mágicas, mas o Dragão não está usando nenhuma dessas três técnicas que Shirley conhece, enquanto que grandes quantidades de energia estão sendo bombeadas para o seu corpo.

Shirley: “Entendo... Estão essa é sua habilidade única, huh?”

O fenômeno sobrenatural que reside no corpo de um imortal, independentemente de seu poder mágico. Ela não sabe sobre todos os detalhes, mas parece que isso é a base para o poder regenerativo do Dragão.

Dragão: “Kuhahaha! Tens tu sucumbido ao desespero perante meu ilimitado poder mágico? Agora entendes o gigantesco abismo entre nossas forças?”

A quantidade de feridas que um Meio-Imortal aguenta regenerar está diretamente ligado à sua quantidade de poder mágico. Então, desde que a cabeça esteja protegida, um ser Meio-Imortal com energia infinita pode regenerar suas feridas indefinidamente, como se fosse verdadeiramente imortal.
Shirley não está subestimando o Dragão Ancião em sua frente. A poucos momentos ela chegou a centímetros de acabar com sua vida de uma vez por todas, só sendo parada pela barreira que se formou em sua cabeça.
É um ato de covardia para um Dragão tão orgulhoso, mas é o método com maior chance de vitória nessa batalha.

Dragão: “Ao passo que minhas feridas se curam infinitamente, você simplesmente gasta todas as suas energias em vão. Mesmo que tenha dito que iria me matar até o meio dia, de que adianta essas palavras intimidadoras se você gasta todas as energias para cumpri-las enquanto continuo vivo?”

Se esse ciclo continuar, eventualmente isso levará à derrota da Shirley. Esse ardiloso Dragão está procurando criar tal cenário.

Dragão: “Além do que, eu consegui descobrir o seu truque! As espadas que aparecem em suas mãos não são nada mais do que um produto de alquimia imaginária, não é?”

Através do seu conhecimento ancião, ele descobre o segredo por trás da técnica dela que nem mesmo os aventureiros da Guilda conseguiram entender por completo.
A Alquimia permite que se faça uma cópia de um objeto existente, uma arte secreta que pode fazer algo a partir do nada. A alquimia imaginária que ela aplica a permite desintegrar qualquer espada que segura, e então criar cópias com magia.
Como é uma cópia criada usando magia, se sair de sua mão ela desaparecerá depois de um curto tempo. Além disso, como a técnica só funciona em espadas que originalmente não tenham nenhum poder mágico imbuído nelas, a sua utilidade depende inteiramente da habilidade do espadachim que as empunha, então não são muitas pessoas que a usam.
Como se demonstrando, a rapieira que ela havia enfincado nas asas do Dragão e a espada gigante que ela usou para ascender ao céu desaparecem.

Dragão: “Tu não possuis nenhuma arma física, apenas usa tal truque para puxar armas de um espaço mág-”
Shirley: “Você tem falado muito por um tempo já”

Aqueles que se orgulham por seu conhecimento sempre tentam entender a técnica e habilidades do inimigo, para que então possam fazer seu próximo movimento.
E de fato, além da ameaça do poço infinito de poder mágico e regeneração, ter seu oponente revelando a natureza de sua magia é definitivamente uma desvantagem.
Mas, ainda assim Shirley não demonstra nem um pingo de medo ao cortar a traqueia do Dragão, encerrando seu monólogo uma quarta vez.

Shirley: “Entre os aventureiros, é considerado má sorte ficar gastando tempo falando sobre as habilidades do seu oponente... [Bandeira de Morte] é o termo que usam. Sabia disso?”

Com todas as suas forças ela começa a cortar fora todas as partes do corpo do Dragão, com exceção da cabeça protegida pela barreira mágica.
Em um único momento. Corte todo o corpo até que não possa se mover. Graças à tentativa do Dragão de começar um discurso toda vez que se curava invés de atacar, Shirley finalmente vê exatamente onde ela precisa cortar.

Shirley: “...Ali!”

Pela primeira vez na batalha, ela finalmente tem um ar de intensidade. Espada curva em mãos, ela agora corta por uma seção do estômago do Dragão que estava intocada até agora, e quando o Dragão começa a se regenerar completamente... O corpo do Dragão Ancião que sempre dependeu de sua energia mágica ilimitada sente uma estranha sensação de fadiga.

Dragão: “VOOOOOOOCÊÊÊ...! O QUE FOI QUE VOCÊ FEEEEZ!!!!???”
Shirley: “Eu tenho certeza que você sabe exatamente o que foi que eu fiz”

Nesse tom brusco de sempre, a Espada Branca fala como se não tivesse feito nada de especial.

Shirley: “A inextinguível energia que você estava absorvendo da terra... Eu feri a sua conexão com ela. Isso é tudo”

A Dragão Ancião não percebeu, já que não conseguiu dar nenhum golpe na Shirley, mas ela mesma também é um Meio-Imortal.
Logo, ele não notou o poder que se abriga naqueles profundos olhos. Desde o dia que escapou da prisão e da tortura, ordenados pelo homem que amava mais que tudo, aqueles olhos veem tudo.
Coisas que se movem a uma velocidade não vista.
Coisas que se escondem invisíveis em barreiras e escudos.
Conceitos e maldições, o etéreo e o corpóreo, [poder]...
Até mesmo o que ocorre alguns segundos no futuro.
No entanto, esses olhos só podem ver, não podem afetar nada por conta própria. Essa é a natureza do poder dessa mulher.

Dragão: “I-Impensável! Cortar um poder que não tem uma forma física com mera esgrima, tal coisa não deveria ser possível...!”
Shirley: “Ter forma física ou não, isso não muda o fato de que ainda está aí. Então eu decidi destruí-lo... Isso é tudo”

Pela primeira vez o Dragão Ancião está sem palavras, incapaz de achar palavras para responder.
Ela pode ver tudo. A excepcional habilidade que o Dragão tem não é exceção. Desde que ela consiga ver, isso existe.
E se existe, ela pode cortar. Mesmo que seja um [poder] sem forma física, qualquer coisa que ela vê pode ser cortado. Uma espada que existe fora das leis da natureza, o apelido de Shirley de Espada Branca Demoníaca vem do fato de que tudo é vulnerável perante a sua espada.

Shirley: “Bom... Com isso, eu não devo mais ter que ficar escutando toda essa exibição sobre seu poder. Tudo que resta é acabar com você de vez”

Enquanto ela empunha sua lâmina contra ele, o Dragão Ancião vê a sombra de um deus da guerra.


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Algum tempo antes.

Kyle: “O chefe da tribo?”

Kyle curva sua cabeça em confusão a Asterios, enquanto estão em frente de uma pilha de Bonobos queimados.

Asterios: “Sim. Com um grupo desse tamanho, deveria ter um monstro mais velho que atua como líder, conhecido como [Bolsa Prateada], nenhum de vocês o viu? Ele deve ser maior que o resto, e coberto por pelos brancos”

Assim como a Rainha Goblin, qualquer grupo suficientemente grande eventualmente terá a figura de um líder, então não haver um líder para um grupo desse tamanho seria bem anormal.
Por alguma razão ele está com um mau pressentimento. Depois de coçar o queixo com um gemido, Asterios tira uma bola de cristal e um olho de pedra com asas da sua bolsa.

Kyle: “O que são esses?”
Asterios: “É uma ferramenta mágica usada para clarividência, foi feita para ser usada como reconhecimento, mas eu trouxe para podermos assistir a luta da Shirley no topo da montanha. Com isso, nós podemos ver o que está acontecendo lá em cima”

Uma vez liberado, o olho de pedra voa em direção à montanha sem fazer nenhum barulho. E depois de Asterios lançar um pequeno encanto, a cena do ponto de vista do olho é projetada na bola de cristal.

Cudd: “Woah! Isso é realmente conveniente!”

Falando como um escoteiro, Cudd exclama em aprovação. Uma imagem é transmitida de um ângulo e altura que nenhum humano seria capaz de ver, e olhando para o topo, a imagem que veem parece com uma batalha de uma lenda.


Kyle: “...Incrível”

Uma mulher espadachim contemporânea oprimindo um Dragão Ancião. Em termos de técnica e habilidade, nenhum deles pode verdadeiramente alcançar seu movimento.
Kyle encara o cristal com inveja. Sua aspiração de alcançar o mesmo nível que ela não é fruto de uma simples paixão. Ele também quer ser um aventureiro que um dia possa enfrentar um Dragão de tal maneira.

Leia: “Hm? Espere... Olha aquilo!”

Leia aponta para a bola de cristal. Ao fundo dessa batalha épica, há um Bonobo de pelos brancos os observando, o Bolsa Prateada.

Asterios: “Eu tenho um mal pressentimento sobre isso... Eu não sei o porquê, mas parece que ele escapou da influência da minha magia”
Kyle: “Sr. Asterios, há alguma maneira de essa ferramenta mágica transmitir uma mensagem ao outro lado?”

Asterios balança sua cabeça em negação silenciosamente.
Ele não sabe o que o líder dos Bonobos está pensando ou porque está ali. Porém, todos os Bonobos nessa mina estão sobre as ordens daquele Dragão.
Se ele planeja interferir na batalha entre seu mestre e o inimigo estrangeiro, é difícil imaginar um resultado positivo.
Ele desesperadamente quer avisá-la, mas quando chegasse lá, provavelmente já seria tarde demais, e diferentemente de Asterios, se ele conseguisse chegar lá, ele só seria um peso.
Kyle reflete sobre isso em sua mente, e então eventualmente levanta sua cabeça e fala enquanto olha nos olhos do Asterios.

Kyle: “Sr. Asterios, eu talvez saiba de uma forma para essa ferramenta mágica transmitir minha voz, está tudo bem se eu tentar mexer nela?”
Asterios: “Tudo bem, eu não me importo, mas... Você consegue? É difícil modificar uma ferramenta feita por outra pessoa”
Kyle: “Eu estudei ferramentas mágicas quando estava na escola. Não posso garantir que vou conseguir, no entanto..”

Ele se lembra da sua primeira missão, e do remorso que nunca desaparece.

Kyle: “Porém, eu não quero viver arrependido por escolher não fazer nada”

É nesse momento que Shirley lança uma nova onda de ataques.
Uma tempestade de aço que acabaria com a vida de qualquer monstro normal pego por ela. O Dragão tenta desesperadamente proteger sua cabeça.
Inicialmente, ele tenta interceptar Shirley com fogo e presas, mas em face do ataque, eventualmente tudo que ele pode fazer é se encolher mais e mais para trás.
Seu suprimento inextinguível de energia mágica foi cortado, e agora seu corpo está começando a se sentir fatigado por ter de regenerar a imensa quantidade de feridas.
É uma humilhação completa. O orgulhoso Dragão Ancião que está sendo empurrado para um canto por essa pequena humana encara Shirley que está quase invisível devido a sua velocidade e ri para si mesmo em seu coração.

Dragão: (No entanto, esse é todo o seu poder...! Com um único golpe, eu devo pará-lo...!)

O Dragão Ancião é ardiloso como uma cobra. Sendo especialista no campo de manipulação mágica da mente, ele protegeu o Bolsa Prateada daqueles feitiços e o atraiu para as pedras à espera de uma oportunidade.

Dragão: (Ter de depender da força de um ser inferior é uma grande humilhação..., Mas melhor sofre com isso do que encontrar meu fim...!)

Embora precise de algum tempo para conjurá-la verbalmente, o chefe pode lançar a magia conhecida como 《Muralha de Chamas》.
É uma barreira de fogo que se espalhará por todo o ninho. Mesmo com essa velocidade e esgrima desumana, é difícil imaginar que ela conseguirá tomar um golpe de tal magia e sair ilesa.
O Dragão Ancião ainda não está senil o suficiente para perder essa chance. Se ele a mastigar em pedaços, seu corpo e mente serão ambos transformados em mingau.

Dragão: (Sim, continue focado em mim. Em breve o destruirei completamente...!)

Exatamente antes do Bolsa Prateada terminar de conjurar a magia de fogo...

Kyle: “Sra. Shirley, atrás de você! O Bolsa Prateada!”

A voz de um jovem homem preenche o campo de batalha. Olhando para cima, eles veem que a fonte da voz é um olho de pedra voando, que está olhando para Shirley de cima.

Shirley: “Tch!”

Shirley pula para cima, usando o Dragão como um trampolim. E, girando no ar como uma lua crescente, ela joga uma de suas espadas através do crânio do furtivo Bolsa Prateada.
O ataque surpresa que o Dragão planejou depois de jogar fora todo seu orgulho é completamente arruinado.

Dragão: “VOOOOOOOOOOOOOOOCÊÊÊÊ!!!!”

Seus olhos brilhando em fúria, sua boca aberta para cuspir chamas mais uma vez. Porém, não intimidada, Shirley corta outro dos tendões do Dragão e o manda ao chão mais uma vez.
A regeneração que até agora estava ocorrendo constantemente não acontece, e o sangue continua a escorrer do exausto corpo.
O Dragão que recebeu dúzias de golpes fatais finalmente esgotou seu poder mágico.

Dragão: “I-Isso não pode estar acontecendo...! E-Eu sou o Ocidental..”
Shirley: “Eu não ligo”

Shirley corta através do pescoço do Dragão. Com isso, a consciência do lívido e humilhado Dragão com amor por monólogos vãos cai na escuridão.


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Depois disso, Shirley eventualmente desce da montanha e encontra a equipe com uma picareta descansando em seu ombro, atraindo um olhar suspeito do Cudd.

Cudd: “Qual é a da picareta?”
Shirley: “Tinha algo que eu queria minerar. Então eu peguei a minha picareta favorita”
Cudd: “E sobre o tesouro do Dragão?”
Shirley: “Bom, todos vocês contribuíram com o pedido de eliminar os servos do Dragão, então vocês podem pegar o quanto quiserem”
Cudd: “Sério!?”

No entanto, logo em seguida Shirley joga um balde de água fria no sonho de se aposentar cedo do Cudd.

Shirley: “Dito isso, vocês só podem levar o que pudermos colocar no vagão”
Cudd: “Não me deixe animado para nada...”

Enquanto Cudd vai em direção à montanha com uma expressão complicada em seu rosto, Shirley se aproxima de Kyle.

Shirley: “Foi você que me avisou sobre o Bolsa Prateado naquela hora, certo? Eu só queria dizer obrigada”
Kyle: “N-Não! Sra. Shirley, você teria conseguido sozinha de qualquer forma, eu só fiz algo desnecessário...”
Shirley: “Bom, talvez você esteja certo”

Mas, mesmo tendo dito isso ela continua.

Shirley: “Porém, não existe coisas como certeza em batalha. Não importa se você é um especialista ou um herói, vão ter horas que você vai ter problemas. Então, não pense que o que você fez foi por nada”

Shirley coloca sua mão direita em seu peito e diz com um sorriso tão pequeno que talvez você pense que é uma ilusão.

Shirley: “Então, obrigada. Graças a você, eu sobrevivi”
Kyle: “N-Não... Realmente não foi nada tão grandioso assim...”

Ele coça a sua cabeça em embaraço. Conforme suas mãos tremem e sua mente acelera, Kyle eventualmente correu na direção do Cudd, que está fazendo seu caminha em direção ao tesouro que o espera.

Kyle: “E-Eu ir também caçar tesouro, então eu espere por!”

Enquanto Kyle corre gritando com uma gramática muito distorcida, Shirley inclina sua cabeça.

Shirley: “... O que foi isso?”
Leia: “... Huh. Você é um pouco lenta Sra. Shirley”
Shirley: “Lenta? O que você quer dizer? Havia algo errado com minha movimentação?”
Leia: “Não, o que quero dizer é... Bom, talvez seja melhor se você não saber”

Leia alonga suas costas e olha em direção à montanha cheia de tesouros.

Leia: “Certo. Eu acho que é hora de ir procurar aquela gema, huh~?”
Shirley: “... A batalha no ninho foi um pouco violenta, então as gemas se esparramaram bastante, você vai ficar bem procurando sozinha?”
Leia: “Não se preocupe, eu vou usar magia de busca para localizá-la”

Ela diz isso, mas Leia não sai do lugar. O que dizer... Ah... Coçando a cabeça ela finalmente acha as palavras.

Leia: “Eu só queria dizer, obrigada. Por tolerar o meu egoísmo”
Shirley: “Você não tem que me agradecer em particular. Foi apenas uma coincidência nossos caminhos e objetivos se cruzarem... Seu pedido só acabou sendo feito ao longo do caminho”
Leia: “Ainda assim, dirigir o vagão e derrotar o Dragão, de maneira nenhuma eu poderia ter feito essas coisas por conta própria. Sem você, eu nunca teria recuperado o tesouro da minha família”

Leia olha para Shirley com seus olhos dourados que brilham como o Sol.

Leia: “Então, muito obrigada! Sra. Shirley, eu estou tão feliz por tê-la conhecido!”
Shirley: “...”

Depois de dizer isso, Leia vai atrás dos dois garotos. Assim que os alcança, ela começa a lutar com Cudd, e Kyle de alguma forma consegue tomar duas cotoveladas, no rosto e no estômago, enquanto tenta pará-los. Olhando para tal pacífica cena em silencio, é difícil para a Shirley imaginar que ela estava lutando uma batalha de vida ou morte a não muito tempo.

Asterios: “Algo errado, Sra. Shirley?”
Shirley: “Não, apenas parece um pouco refrescante”
Asterios: “Ho? A veterana que já está se aventurando por dez anos ainda consegue achar algo refrescante?”
Shirley: “Até agora, eu só fiz missões para ganhar dinheiro para minhas filhas, eu nunca liguei para as circunstancias ou os sentimentos do cliente. Então, essa é a primeira vez que me agradecem cara a cara por isso”
Asterios: “Ora, ora”

Asterios ri prazerosamente.

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