- Capítulo 2

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Capítulo 2 - Mal Determinado – A




De volta ao passado recente.

Muito abaixo do continente central está o continente sul. Dois grandes países e cinco pequenos países reivindicaram o continente e seus vizinhos são dois países ilha.
Os países ilha só tem uma populações de cerca de 50.000 pessoas. Apenas o suficiente para uma única cidade de tamanho decente. Ao mesmo tempo, aparentemente, neste mundo, qualquer grupo populacional reunido em torno de uma 『Muda da Árvore do Mundo』 pode ser legalmente considerado um 『país』 e é isso que eles são.
Tive algum tempo pensando em onde atacar primeiro. De acordo com o guia, o Continente Central é o local de nascimento original da raça humana. A civilização lá é bastante avançada, além disso, esses países também tem muitas pessoas. O que significa que seus militares serão possivelmente os oponentes mais difíceis que eu poderei enfrentar.
O guia também inclui a ordem em que as mudas foram descobertas. Países até os 50 tem uma história antiga para apoiá-los. Eles realmente parecem nações adequadas.
O Império Touze, onde o Tiz está, é o número 12. Para completar, ele fica até mesmo no Continente Central. Militar, população, história, tem de tudo. Este será uma dor no meu pescoço.
E então decidi pelo continente sul. Razão número um, não é o Continente Central. Dois, os países estão apenas na metade da numeração.

Chegar lá será muito problemático. A travessia de continentes sem usar um dirigível desperdiçará muito do meu tempo.
Se eu fosse uma humana normal, teria que pegar um dirigível ou um passeio de navio de Ayune para Cinqres, depois transitar por Neuft e Quarondeux para entrar no continente sul. Mas eu não tenho tempo para uma turnê mundial.
O mundo não morrerá em apenas uma ou duas décadas, obviamente. Mas se eu demorar muito para me mover entre as 『Mudas』, levará dezenas de décadas para destruí-las todas. Eu estou preocupada que a Terra tenha começado a colheita de mana em grande escala até então.
Felizmente, minha 『parceira de crime』, a 『Árvore do Mundo』, resolveu metade do problema para mim.
A 『Árvore do Mundo』 e suas 『Mudas』 são conectadas em rede, transportando mana e almas entre elas. Então eu pensei, talvez eu possa pegar uma carona na rede, considerando que eu sou uma forma de vida espiritual? Foi uma ideia simples, mas funcionou... parcialmente, pelo menos.
Se eu me transformar em névoa, posso viajar pela rede. Mas uma vez que eu alcance a barreira do país humano ao redor das 『Mudas』, eu pulo fora, talvez por eu ser um Demônio. E eu não posso voltar a ser humana durante o passeio de qualquer maneira...

"... onde eu estou?" (Shedy)

Depois de atingir a barreira, meu local de pouso foi uma floresta em algum lugar entre as montanhas.

*Bounce*

Oh, Blobsy está tão animada como sempre. Minha habilidade [Inventário Subespacial], a versão evoluída do [Empacotador], não consegue armazenar seres vivos. Ou para ser mais precisa, eu posso forçá-los a entrar se quiser, mas suas atividades biológicas cessam dentro do armazenamento e eles morrem. Blobsy só está bem por ser minha 『Familiar』.
Ainda assim, ela parece entediada depois de seu tempo no armazenamento. Ela saltou para seu lugar habitual no meu ombro.

Primeiro, eu preciso saber onde estou. Peguei e vesti minha capa do [Inventário], então corri montanha acima. Em alguns minutos, cruzei a distância que um humano normal precisaria percorrer durante meio dia.
No caminho, houve algumas vezes em que detectei hostilidades do que supus serem monstros selvagens. Eu apenas me concentrei e lancei [Medo] neles e ninguém ousou se aproximar. Todos com um alto poder de combate.
Ao chegar ao topo da montanha, procurei uma árvore alta. Subi até o topo, ficando na ponta dos pés.
À minha esquerda está o mar. Bem longe, à minha direita, posso ver uma cidade.
Com o quão perto estou do oceano, talvez seja um dos pequenos países deste continente? Eu estou mais perto do meu alvo do que pensei. Eu pulei da árvore, me transformando em névoa e voei.

Eu só precisei mostrar meu cartão de aventureira para os guardas e eles me deixaram entrar sem problemas. O controle da fronteira é preguiçoso como sempre. Bem, suponho que um viajante entrando no país a pé não é exatamente uma ocorrência comum por aqui.

"Ei, você aí!" (Guarda)
"..." (Shedy)

Por algum motivo, um dos guardas do portão me chamou. O jovem quase na casa dos vinte disse alguma coisa para o outro guarda e correu em minha direção.

"De onde você veio?" (Guarda)
"Lado de fora" (Shedy)
"Não, isso é... bem, sim, mas não é disso que estou falando" (Guarda)

Ele se aproximou e falou em um sussurro.

"Olhando para os seus sapatos, você é uma garota nobre de algum lugar, certo? Sua carruagem quebrou e você teve que andar até aqui?" (Guarda)
"... Ah" (Shedy)

Whoops. Esqueci meus saltos agulha escarlates (que na verdade são tão mortíferos quanto seu homônimo, devo acrescentar). Eles ainda estão espiando por baixo da minha capa. Você nunca verá aventureiros ou viajantes normais usando isso.
O guarda está planejando me ameaçar? Ao me ver levantando levemente a guarda, ele saltou rapidamente para trás.

"Espere, não, eu não vou fazer nada com você! Quero dizer, você estava indo para a mansão de um nobre, certo? Talvez a casa da guarda? É perigoso se você estiver sozinha no caminho" (Guarda)

Hmm... aparentemente, ele está apenas preocupado comigo. Claro que é só isso. Nunca pensei que todos os humanos são lixo, em primeiro lugar, mas talvez eu tenha um pouco de preconceito.

"... eu quero ir para a mansão do governador" (Shedy)
"O governador?! Não, quero dizer, está tudo bem, mas é muito longe, você sabe?" (Guarda)
"Verdade?" (Shedy)
"Eu posso te guiar até lá, se você não se importar? Eu posso te mostrar a cidade no caminho também" (Guarda)
"..." (Shedy)

Ele pode ser amigável, mas parece que tem segundas intenções também. Bem, é conveniente para mim de qualquer maneira, então eu balancei a cabeça. Ele acenou para o outro guarda. Eles sorriram e fizeram um sinal positivo com o polegar.
Ele me contou sobre a diligência expressa da cidade, que encontramos e embarcamos. Seu nome é Laurent, dezenove anos. O quinto filho de uma casa de cavaleiros destituída. A família ainda é da nobreza, mais ou menos, mesmo que apenas no nome.

"Bem, voltaremos a ser plebeus se não contribuirmos com nada que valha a pena" (Laurent)
"Eu entendo..." (Shedy)

Laurent me disse um monte de coisas, o tempo todo sentado estranhamente perto de mim.
Estamos no Principado de Rantetrois, um pequeno país situado ao norte do Continente Meridional. Apesar de ser chamado de 『país』, é composto apenas pela capital, onde estamos e uma grande plantação de cerejas para vinificação. A população é de apenas cerca de 100.000 pessoas.
Eu sei que é diferente do Continente Central. Ainda assim, eu nunca percebi o quão grande é a lacuna até que percebi que não há um único estabelecimento de aparência elegante em toda a cidade, como os que vi na capital do Reino Trestan.

"Este lugar costumava ser chamado de 『a porta da frente para o continente central』 nos velhos tempos, mas uma vez que os dirigíveis foram inventados, as únicas pessoas que vem aqui são os comerciantes atrás dos nossos vinhos" (Laurent)
"... mas você tem uma 『Muda』, então você está vivendo muito bem, certo?" (Shedy)
"Sim, graças a ela, nem precisamos nos preocupar em desperdiçar magia. Certa vez, ouvi um velhote trabalhando nos campos reclamando que os vegetais estão crescendo tão rápido devido ao mana que ele está tendo problemas para comê-los todos antes de apodrecer" (Laurent)
"Hmm..." (Shedy)

Então eles estão desperdiçando magia.

Parecia que a 『Muda da Árvore do Mundo』 está realmente na mansão do governador, então, considerando o quão fortemente guardado o lugar parece ser. A maioria dos países é provavelmente igual, ao colocar suas 『Mudas』 dentro do palácio.
Poucas horas depois, chegamos ao distrito em que mora o governador. Saímos do vagão expresso e começamos a caminhar até lá. Meus passos me levaram pelas ruas... e para longe do Laurent, cada vez que ele iniciava mais uma de suas constantes tentativas de segurar minha mão.
Agora que eu estou ciente da verdade, a cidade aos meus olhos não parece mais a mesma.
Aqui e ali, os aparelhos de ar condicionado funcionam com as portas abertas. Placas de sinalização brilhantes iluminam a rua mesmo durante o meio-dia. Pilhas de alimentos super-crescidos, cultivados em excesso devido ao mana.
E nenhum humano está trabalhando nos campos. Apenas os escravos demi-humanos que eles capturaram.
O mana aqui é como o óleo da Terra, eu suponho. Ele pode até funcionar como eletricidade sem a necessidade de passar por usinas de energia.
Se o mana for embora, o que acontecerá com este país?
O caos que se seguirá não é difícil de imaginar. Mais uma vez, a impossibilidade de qualquer tentativa de persuasão tornou-se evidente para mim.
Parei em uma loja de roupas para comprar novas capas e botas para meu disfarce, além do guia mais recente. Estamos em frente à mansão do governador um tempo depois.
Realmente é uma mansão, não um castelo. Três andares, parece bastante espaçosa.

"Ei, ei, me diga o seu nome já. Vim com você até aqui, por que não ter um pouco de bebida com seu guia que trabalhou duro?" (Laurent)

Laurent deve ter ficado impaciente com a forma como eu rejeitei sua abordagem. Ele continuou tentando me tocar, me arrastar para o bar.

"Ei, Laurent" (Shedy)
"Mmm?" (Laurent)
"Então, apenas hipoteticamente... e se mana não for mais gratuito?" (Shedy)
"O quê? Por que isso aconteceria? Podemos obter tanto mana das 『Mudas』 quanto quisermos, certo?" (Laurent)
"E se este mundo piorar no futuro porque continuamos fazendo isso?" (Shedy)

Eu encarei seus olhos. Ele apenas bufou.

"Ei, você está brincando, certo? De jeito nenhum isso acontecerá. E mesmo que isso aconteça, será bem depois de eu morrer de velhice de qualquer maneira" (Laurent)
"Eu entendo..." (Shedy)

É esta a opinião geral da raça humana aqui? Muito parecido com a Terra de antigamente, quando as pessoas ainda eram indiferentes ao meio ambiente.
Ainda assim, no final, todos os países continuam a sugar mana. Assim que souberam do conforto que isso traz, ninguém teve coragem de parar.
Ninguém quer ser o primeiro a falar e ser rotulado como um vilão.
Para mudar as coisas, o mal é necessário. Um mal avassalador para se tornar o alvo do desprazer e ressentimento da humanidade.

"Bem então, obrigada, Laurent. Eu posso encontrar meu caminho a partir daqui" (Shedy)
"Hahh? O que você está dizendo?" (Laurent)

No início, pensei apenas em entrar sorrateiramente e destruir a 『Muda』 em segredo. Mas então, o ressentimento da humanidade será apenas descarregado sobre os fracos.
Assim como sempre fizeram com os demi-humanos. Assim como os adultos fizeram comigo quando eu era mais jovem...
A poucas dezenas de metros de distância, os guardas da mansão do governador nos olharam com olhares duvidosos. Para o Laurent, andando em seu uniforme de guarda do portão, e para mim, escondendo meu rosto sob o capuz.
Para o bem ou para o mal, eu tenho uma boa reputação agora. Eu pretendo usá-la.

Caminhei lentamente em direção ao portão. Laurent colocou a mão no meu ombro.

"Vamos, já cheg-eeek!", ele gritou ao sentir o vento de ar gelado.

Eu estendi a mão e espalhei a névoa ártica em direção ao portão.

"Aaaeeyyaaa! O-o que aconteceu?!" (Laurent)

O portão congelou em um piscar de olhos. A borda da nuvem gelada atingiu Laurent. Ele gritou, caindo no chão.
Redemoinhos de vento giravam com a diferença de temperatura, soprando o meu capuz. No momento em que os espectadores notaram minhas orelhas brancas como a neve, seus olhos se arregalaram.
Tirei minha capa, exibindo minhas orelhas de coelho, cauda e a roupa de coelhinha escarlate. Eu transformei minha boca em um sorriso provocador.

"Depressa, pessoal. Saiam do meu caminho se vocês não querem morrer" (Shedy)





Nota do Autor:
Shedy se resolveu a fazer o papel do Mal. Ainda assim, isso não significa que ela deva provocar brigas como esta!
Este capítulo se passa no 43º país, o Principado de Rantetrois.



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